Portão de Konoha

Custou-lhe horas até a imagem da grande montanha onde haviam os rostos dos antigos Hokages escupidos surgisse em seu horizonte. A taka voava alto o suficiente para River curtir o vento ao seu redor. Em pé, a mascara de águia aquecia sua face angelical, mas o frio do vento não perdoava seu busto. Mesmo sem mostrar o rosto e o corpo por conta da armadura pesada, a silhueta de River conseguia ser muito atraente. E sua juba branca dançava ao vento como cinzas de bananeira quase se misturando com a pelagem animal branca da gola de seu quimono.

De braços cruzados, sua imagem surgia por trás das nuvens, onde uma grande batalha ocorria em baixo, proximo ao portão. A vila parecia deserta aos olhos da mulher apenas poucas luzes podiam ser vistas. O hokage e o mascarado eram algumas dessas luzes. Maneou a cabeça para a direção do mascarado e em seguida para a do Hokage. Não muito contente, ela já sabia que ambos estariam ali. Sua outra forma de existência permanecia no gabinete, a fazendo ter uma breve interferência com o kagura Shingan.

Por segundos, enquanto o falcão continuou a planar, a mulher sentiu a necessidade de descer naquela batalha para resgatar Yusuke, dizer o quanto ele era importante com seu corpo real - mas não podia, o mascarado poderia considerar uma traição, mas não indo, ela não estaria traindo da mesma forma? Continuou planando bem alto, indo para o interior da aldeia. Precisava ir ao gabinete interromper a interferência e resgatar algo muito "importante".

O clima mudou irrefutavelmente. Yusuke não estava mais decadente e apático, ele estava vivo, realmente vivo. Não é engraçado como as pessoas apenas se tornam realmente vivas poucos momentos antes de morrerem? O mundo é um lugar realmente irônico. E é por isso que ele será destruído.....

Ele veio, com um dos punhos cerrados carregando tamanha força e velocidade que seus olhos mal conseguiu acompanhar. Levantou um braço pondo sua mão aberta a frente do peito, bloqueando assim um primeiro contato imediato, mesmo desta forma sentiu a pressão do ataque o empurrar para trás quase como se esmagasse seu corpo, os danos daquele ataque, mesmo que interceptado ainda o atingiram, sua mascara rachou levemente sobre o canto assim como algumas lascas de seu manto foram arrancadas apenas com a pressão criada no ar, tudo isso o obrigou a por junto as duas mãos para só então poder parar concretamente a investida. A força daquele homem...Continuava o assombrando.
Aproveitou a brecha para segurar seu braço e gira-lo sobre seu próprio eixo e logo após o arremessar de volta para a pilha de sucatas da qual saiu. Agora, ambos parados de pé, o Mascarado curvou levemente as costas como quem já estivera deveras cansado, respirou, respirou, respirou profundamente mais uma vez. A fadiga começava o alcançar. Olhares profundos se trocaram, a emoção final era visivelmente percebida entre os dois, mas afinal, é assim que pessoas tão próximas se sentem quando estão nessa situação?

- Porque...Porque é que você os continua escolhendo ao invés de mim? - Houve uma pausa após a frase ser atirada sobre Yusuke, era um grito cortante que fora rebatido na mesma intensidade - Eles sãos meus amigos! São meu povo! - A garganta tremulou mais não exitou em disparar mais palavras - Eu também era! -

O desenrolar do tempo passou e a luta feroz entre ambos se manteve, rajadas e rugidos rasgavam a atmosfera de um canto ao outro, as pilhas de destroço se amontoavam cada vez maiores em seus rastros de destruição. Afinal, é isso que acontece quando dois seres deste nível se encontram? Eles simplesmente varrem o mundo com suas ondas de destruição? Era assustador. Até mesmo para a morte que assistia tudo de camarim, aquilo cabia bem na descrição de “fim dos tempos”, nesta ocasião com certas outras circunstâncias a ceifeira de almas estaria atarefada demais para poder observa-los, ela com certeza estaria correndo de um lado para o outro levando incontáveis almas em seus braços gélidos – ou será que seria voando de um lado ao outro? -. Mas não hoje, o local parecia já estar vazio com apenas os dois titãs batalhando.

A luta era intensa entre ambos, havia ao menos algumas centenas de armas ninjas de todos os tipos jogadas ao chão, cravadas, algumas ensanguentadas outras nem tanto. O local todo estava uma bagunça, sem nem mencionarmos os danos naturais que ambos causaram, fogo, terra, água, era um caos para qualquer lado que se olhasse. Ela continuou la, os olhando, será que ela não tinha trabalho a fazer em algum outro local não? Tinha. Mas com um evento como este acontecendo ela própria se permitiu deixar uma alma ou outra passar, algo leve e pequeno, nada que o chefe pudesse notar. As duas maiores massas de poder estavam em conflito e com toda a certeza o resultado daquilo, independente para que lado, mudaria completamente o mundo.
Colidiram uma nova massa de energia ao alto pouco antes de virem os dois ao chão, não muito distantes um do outro, ofegantes e quase esgotados, estavam dando tudo que tinham naquela batalha. Yusuke levou ambas as mãos nos respectivos joelhos enquanto se inclinava levemente para baixo, cuspiu um pouco de sangue antes de se manifestar.

- Então é isso não é? Não há outro jeito.

- Não. Não há. – Respondeu o mascarado enquanto se ajoelhava com uma das mãos pressionado o ombro oposto – Desde o inicio você sabia que este dia chegaria, é o destino!

- Nós não precisamos segui-lo! Olhe ao redor, olhe para si mesmo, olhe o nosso poder! Não precisamos mais ser escravos de profecias antigas, nós podemos ser os criadores de nosso próprio destino! – retrucou o Hokage enquanto fechava os olhos ao mesmo tempo em que pressionava a mandíbula. Era possível ouvir o ringir de seus dentes.

- Não, você esta errado. Não há nada tão poderoso quanto o destino, e mesmo você não querendo admitir, no fundo você sabe. Apenas um de nós sairá vivo daqui hoje. – Repudiou mais uma vez o homem misterioso.

- Então se é assim que será sua última reposta... Que assim seja! – esticou uma das mãos enquanto a mantinha ao ar no súbito acumulo de energia sobre ela.

- Isto vai doer muito mais em mim do que em você, eu prometo... – Também repetiu o movimento colocando uma das mãos mais a frente do corpo.

Aos poucos a energia que seguravam se fez visível até mesmo aos olhos nus, O Nara manipulava uma esfera cujo dentro circulava uma quantidade absurda de energia, já o líder Akatsuki ostentava sobre sua palma uma espécie de raio elétrico avermelhado, dois poderes distintos tão historicamente ligados. Postaram-se de pé, uma troca intensa de olhares fixos como se ambos estivessem pensando na hesitação, não pensando com a razão, mas sim com o coração, no fundo, lá no fundinho do que podiam chamar de coração – se é que ainda tinham um - desejavam não ter que estar ali, desejavam não serem quem são, não terem o destino que lhes foram traçados, mas a determinação inabalável de seus deveres se sobrepunha ao lado sentimental e logo toda aquela coragem se chocaria em uma última e fatal investida do acaso. A batalha entre irmãos estava próxima do fim....

Saltaram ao ar indo de encontro um ao outro, levando consigo aquele último ataque sobrecarregado de seus sentimentos, a cabeça erguida mas com olhares distantes e inalcançáveis, o remorso transbordava pelas suas feições tão gélido quanto à própria morte que estava por vir. Percorreram poucos metros mas que pareciam se esticar infinitamente naquele momento de terror e culpa que jamais parecia acabar, não queriam que acabasse, era a despedida de um com o outro, e inevitavelmente os dois colidiram. O laço foi cortado.

Aquelas duas massas de energia se fundiram em uma esfera ainda maior que foi crescendo com a energia a sua volta, uma mistura de cores tão linda que fazia o vento à sua volta soprar a orquestra do fim dos tempos. Logo a aglomeração de energia de quase três andares se explodiu em uma manifestação de poder destrutivo tão grande que quase varreu toda a aldeia do mapa. Os poucos prédios inteiros que se tinha foram arremessados longe enquanto se tornavam cinzas, uma cratera se abriu no solo e até mesmo uma longa e rachadura se fez sobre a montanha, grande o bastante para parecer uma fenda, e ocasionalmente ou não, ela se projetou sobre o exato local da montanha onde estava esculpido o rosto de Yusuke. Em primeira instância o deformou, fazendo a sobrancelha desmoronar sobre o olho como se estivesse fechando os olhos, e os outros poucos destroços escorreram sobre sua face como lágrimas de pedras sem vida. Um instante depois e toda a estrutura se desmoronou ao chão deixando apenas um buraco deformado em seu lugar.

A morte estava de pé, olhando para os céus que não estavam mais coloridos ou em movimento, estavam apenas estáticos, sem vida e totalmente negro. Saltou de sua posição confortável sobre o ar e começou a caminhar em direção ao campo de conflito, vagarosamente com todo seu glamour e imponência que a imortalidade pode oferecer. A cratera onde ambos se chocaram estava coberta de fumaça onde nem mesmo o melhor dos ninjas poderia ver algo, não mesmo, nem mesmo a ceifeira sabia o resultado daquele confronto. O tempo passou, totalmente em silêncio, e com ele o vento soprou levando boa parte daquela neblina chata, e aos poucos a silhueta de um vulto de pé se esboçava. Cabelo espetado, coberto de pó e sangue, com as roupas bem surradas e rasgadas em vários pontos, o sangue ainda jorrava por algumas feridas e seu rosto se encontrava coberto por ele. Olhos fundos, sombrios, cinzas e sem vida, uma expressão triste. Era... Yusuke parado de pé. Não expressava nenhuma reação, apenas lamentava pelo desfecho final que não pode evitar.


Então no fim das contas havia sido Yusuke o vencedor, havia sido o Nara quem derrotou pondo um fim do devorador de mundos, no próprio apocalipse. Mas mesmo podendo ter salvo o mundo o Hokage não parecia feliz, afinal quem é que poderia ficar alegre tendo que matar o próprio irmão? A ceifeira se aproximava, não apenas em busca do seu premio, mas também de alguma forma queria abraça-lo, queria conforta-lo, e ainda mesmo estando um pouco longe podia ver algo como lágrimas escorrerem pelo rosto do homem que estava de pé. Mas a expressão da senhorita Morte mudou de repente, o ar – que não tinha – fugiu de seus pulmões a impedindo de gritar, que mesmo se o fizesse não poderia ser ouvida, sua voz foi abafada pela cruel condição extra-dimensional que possuía, tropeçou na direção do Hokage quase como tentando o alertar totalmente em vão. Ele há podia sentir, mas não podia vê-la, ou talvez apenas não o quisesse... Yusuke sentiu seu corpo estremecendo, sentiu cada nervo de seu corpo pulsar e vibrar intensamente, sentiu-se perdendo a sensação das dos pés, das pernas, do corpo, dos braços e então finalmente começou sentir seu cérebro perder a razão. Sentiu o gosto amargo e quente do sangue saltar novamente de sua boca, tudo isto apenas em uma fração de eternos segundos, só então pode ter um deslumbre de seu peito sendo rasgado por um braço que viera por suas costas... Uma mão firme e ainda carregando aquele maldito poder elétrico que emitia aquele barulho ensurdecedor de mil pássaros, mas que agora mais se assemelhava há uma marcha fúnebre, não que alguém tenha escutado, nem mesmo a própria morte, tudo parecia silêncio e vazio....

O silêncio ensurdecedor passou. O vento gélido e sombrio também passou cavalgando uma última vez pelos cabelos negros de Yusuke, uma última vez antes de seu corpo cair ainda com vida sobre o chão. Cuspiu novamente sangue enquanto mal tinha forças para manter um dos olhos aberto.

- “Então é isso...É o meu fim e não o dele. De certa forma isso é reconfortante, o peso de ter que carregar a culpa e dor de ser o assassino do meu próprio irmão pode ser menor do que a de ter condenado o mundo à destruição...Mas não devo pensar assim, não mais, eu tenho fé, eu acredito na nova geração e eu acredito que um dia alguém especial vai poder o deter, o verdadeiro escolhido.” -  

Sua visão apagou, estava feito, estava a caminho do mundo celestial. Não estava mais triste ou arrependido, sua história e legado estavam salvos, tudo eternizado naquele seu último livro, “O conto do Destemido”. A morte se aproximou, relutante, se tivesse escolha deixaria Yusuke por último dos seres sobre a terra, mas não era assim que as coisas funcionavam. Mas de certa forma talvez fosse à chance de eles finalmente se encontrarem para uma última e derradeira dança.
O mascarado já estava de pé, seu sobretudo vermelho fora completamente rasgado e arrancado, seu braço direito estava imóvel e propenso sobre o ar, pingando – ou derramando – sangue sobre o chão, ele estava inclinado, quase curvado, talvez mal pudesse se segurar mais de pé. Toda aquela batalha o havia esgotado. Mas o destino fantástico parecia nunca parar de nos surpreender não é mesmo? O Homem misterioso virou seu rosto e voltou seu olhar para a senhorita ceifeira que se aproximava, seus olhos eram certeiros, concentrados e malignos, estava claramente olhando para ela. Mas como poderia? Será que aquele ser realmente podia enxerga-la? SIM, ELE PODIA! Por algum motivo desconhecido aquele homem não era normal, será que ele realmente era tudo o que eles diziam? Alguém que ultrapassou o conceito de humanidade, alguém que está além da compreensão? Esticou seu braço ainda móvel e mirou na direção da entidade negra, esta que por um momento de surpresa recuou em um passo desastrado, da mão do homem emanou correntes roxas que foram na direção da Morte e a prenderão, ela por mais que tentasse, por mais poderosa e intocável que fosse nada podia fazer para escapar, talvez nem o próprio destino pudesse esperar por uma reviravolta dessas, por um dia que alguém fosse capaz de capturar a própria entidade da morte! Após isso ela desapareceu em meio há uma fumaça escura e o Mascarado voltou novamente sua atenção para Yusuke caído ao chão.

- Não se preocupe, tudo ficará bem... Venha – falou enquanto o pegava sobre os ombros – Vamos uivar para a lua! –

Saiu carregando-o por vários quarteirões enquanto procurava por um local intacto. O achou. Uma caverna antiga e protegida nos arredores de Konoha que mal foi danificada pela batalha, lá ele deixou Yusuke em descanso. O que seria agora do Hokage já que a morte não levou sua alma, a morte que estava presa e amarrada com uma maldita e antiga magia negra. Não havia mais vida nele, não havia mais nada nele. Frio, pálido e sem respiração. O Mascarado o olhou uma última vez e saiu dando as costas para aquele local, o trancou e selou com o último restante dos seus poderes para que ninguém de fora o encontrasse. E na penumbra da escuridão Yusuke residiu sozinho, intacto e sem vida, até que estranhamente abriu os olhos, não olhos humanos mas sim totalmente negros e mais escuros e profundos do que qualquer coisa já vista. Assim Yusuke despertou, ou melhor, alguma coisa despertou....

Era como um beijo de despedida vazio e sem amor. A angustia que percorria naquelas veias era evidentes no olhar cansado que a mulher lançava para o Hokage ao longe, em cima de seu belo falcão. Estava partindo, e aquela, ela tinha certeza, seria a última vez que veria seu amado - aquele que, mesmo sendo apenas uma miragem ou reflexo de chakra, ela foi capaz de oferecer seu coração.

Sua alma pulsava de tristeza. Desejava ajudar aquele homem mas nada poderia ser feito pela dama de cabelos prateados. Desejou por um momento explodir, desaparecer por completo, assim como a vida de seus pais em segundos esvaíram pelas veias. A vida era curta e tudo que ela desejava era partir para longe, para suas origens, onde poderia arranjar um bom marido, ter filhos, ser previamente feliz em uma casa feita de madeira ou em um templo de pedra. Sim, ela poderia ter tudo aquilo, mas jamais iria ser completamente feliz sem a aflição, o desejo e o mistério que tanto amava, e aquele homem - o hokage - a fazia sentir e desejar a cada instante.

O que era tudo aquilo? Uma explosão de pensamentos civis? River já não era uma mulher simples para desejar a vida comum em fazendas e bosques. Ela era além daquilo tudo, ela era uma kunoichi. Mais preciso: um samurai portando uma bela foice e uma armadura estranha que deixava-a um tanto peculiar. Nenhum homem a veria sexualmente atrativa com tantas cicatrizes pelas costas e pelos braços e tatuagens, muitas tatuagens. Poucos ainda a veriam como uma mulher e o Hokage demostrou ser um desses poucos. Suspirou, lançando um olhar para a montanha dos Hokages, onde podia ver o rosto de Yusuke perfeitamente esculpido na rocha.

- Que belo rosto possui... Poderia toca-lo. – Fechou os olhos, - E no frescor de seu silencio saborear a visão de nuvens negras. – Abriu os olhos, cerrando-os levemente – Que bela visão, meu rei. Que bela visão... – Suspirou, cruzando os braços, com as pernas bem firmes, apenas sentindo o cheiro da destruição, pólvora e fogo, a terra molhada em uma perfeita sintonia – Que sopro doce do destino, meu lorde. A guerra o chama, e como uma boa rainha, o luto me aguarda. Talvez longe, além do mar, talvez perto, aos pés das montanhas. Onde eu deveria lhe aguardar? – Suspirou, confusa. A batalha continuava sem pausas, – Onde é que eu deveria ficar? Por qual lado eu devo lutar? – Fechou os olhos novamente, e quando abriu, os manteve baixos, olhando para as próprias mãos, onde estava repousada a máscara de águia. – Quem eu sou? – uma lagrima escorreu pela bochecha pálida da garota e então, caiu na bochecha da máscara, marcando perfeitamente assim como em seu rosto.

Lembrou-se do dia em que leu sobre seu clã e sua origem. Uzushiogakure... em algum lugar os vestígios daquela aldeia ainda padecia. Padecia em seus sonhos, em seus desejos. Onde estaria seu coração naquele momento? Rosnou para uma memória desprezível de sua infância e logo ela desapareceu, dando espaço a imagem de um homem de costas, sempre afastando-se para as sombras. River abriu os olhos, e então avistou os dois homens se encarando. Conversavam entre si, e pela distância, ela não podia ouvir o que diziam.

Luzes, um brilho vermelho e uma explosão. As tranças brancas e outras mechas rebeldes do cabelo da garota que apenas protegeu a vista com o antebraço dançaram no ar. Alguns prédios voaram, assim como uma estrutura imensa passou por ela, forçando o Falcão esquivar-se rapidamente, fazendo a menina cambalear e abaixar-se instantaneamente, prendendo-se às penas do pássaro. Abriu um dos olhos, ofegante, havia bastante fumaça por toda a aldeia. Mas de onde estava pode ver a tempo a face de pedra do hokage ruir-se e então, viu alguém de pé, parado – e conforme a fumaça diminuía, River pode ver Yusuke.

Seu mundo tornou-se colorido. Ele estava vivo! Sim, estava! Um sorriso largo estendeu-se na face da mulher que apenas fez um sinal para o falcão descer. Mas antes mesmo de chegar no chão, avistou o mascarado que, por segundos, meros segundos, tornou o mundo da mulher cinza, um silencio estranho tomou lugar. Podia gritar, mas chamaria a atenção do Mascarado, e tudo que menos desejava era problemas – morrer por alguém morto não fazia parte dos planos.

Chocada, voltou a lagrimejar, pôs a máscara de águia e apenas deu um suspiro seco. Levantou-se, e fitou com rancor o mascarado. Primeiro Ethan, e agora o Hokage. Quem mais a menina teria que perder para ter coragem para enfrentar seu próprio ceifador?
Em silencio, a mulher mascarada permaneceu ali, observando todos os passos do Mascarado, como se fosse apenas um pássaro sobrevoando pelo local. O viu pegar o corpo do Hokage e levar para algum lugar distante. Nada disse, nada fez, deu apenas um suspiro seco e olhou para o horizonte. O que teria por lá lhe aguardando?