Um dia se passou, não houve treinos, apenas queriam se conhecer melhor, Ethan estava maravilhado com a vida que o eremita Walker havia vivido, ele era um Sennin, tinha permissão do kage de sua vila, que a proposito era Hoshigakure, para viajar o mundo em busca de conhecimento, ele era livre, tomava o lado que quisesse, até mesmo havia prometido que um dia iria revelar o que fazia de Hoshi tão especial, mas sempre manteve segredo sobre o assunto, quanto a Ethan, contou sua historia de vida, sobre sua paixão, sobre como teve que mata-la naquele dia fatídico, como havia jurado não amar, e como tinha sentido sentimentos pela Raikage e teve que se conter e apesar do prestigio, e todos aqueles aliados que tinha, apenas considerava Rivers como amiga, se sentia sozinho, mas Walker o acolheu, e prometeu que um dia eles iriam viajar juntos para além do grande oceano, o dia tinha sido magico para aqueles dois, que passaram de desconhecidos, para uma relação de mestre e aluno, seguidos de uma grande amizade, que só iria se fortalecer, mas todos os dias maravilhosos acabam, e o treino, tinha de começar.
Uma cajadada em sua testa havia acordado Ethan, marcas foram deixadas, mas ele já havia se acostumado com mestres agressivos a muito tempo, não se importou, apenas lavou o rosto e pois a túnica que havia ganhado no dia anterior.
- A primeira coisa que gostaria de lhe ensinar, é sobre os animais silvestres que existem por ai, muitos são comuns, mas alguns a muito tempo atrás, descobriram talvez até mesmo antes dos humanos como controlar os chakras dentro de sí, como a liberação dos mesmos, ganharam o dom da fala e como todo ser que ah de pisar nesta terra, eles se estranharam e foram a luta, nos dias de hoje, cada animal tem um líder, e vivem como povos em montes, separados da ganancia humana. - Disse Walker, olhando fixamente para o Ethan.
- Animais não falam. - Falou, sem rodeios.
- Tem certeza? - Uma nuvem de fumaça saiu debaixo do sobretudo de Walker, que chegava até o chão, Ethan estava prestes a acusa-lo de soltar um pum, quando uma cobra se esgueirou, só parte de seu corpo estava para fora, ela dançava sua própria musica, no seu próprio ritmo, enquanto sua língua cintilava sem parar, encarou-o e então voltou sua atenção para o eremita - Sem lutas? Depois de tanto tempo, me invoca para brincar com um garoto? - Disse a cobra, Ethan não esboçou reação, estava sem sua mascara e quando isso ocorria evitava demonstrar algo, mas a cobra era esperta, ela sentiu o espanto do rapaz - Nunca viu cobra falar? Se quiser eu posso fumar também, mas acho que nosso líder ficaria um pouco irritado com o ato. - Disse, e o menino podia jurar que ela estava sorrindo, se divertindo em tirar sarro dele.
Seu mestre limpou a garganta, chamando a atenção tanto de Ethan quanto da cobra para ele - Existem os mais diversos tipos de animais, tais como, aves, símios, sapos, cobras, gatos e até mesmo lesmas, basta escolher o que você mais quer e eu irei lhe ajudar a invocar o animal que guarda o pergaminho. Mas escolha sabiamente, só poderá ter contrato com um tipo de animal. - Após terminar de falar, ficou em silencio, a espera de uma resposta.
Ethan olhou para a cobra, descobriu que se identificava com aqueles seres peçonhentos, era evasivo, mentiroso, só pensava em si mesmo, decidiu que ficaria com as cobras - Eu quero as mesmas que o senhor - Disse, com seu sorriso de felicidade estampado no rosto, era a primeira vez que se permitia ter uma expressão sem a mascara, rindo, seu mestre ordenou que a cobra que estava ali cuspisse o contrato, ela reclamou de inicio mas logo expeliu de sua boca um pergaminho todo babado, Walker a abriu com as pontas dos dedos, aparentemente sentia nojo mesmo depois de tantos anos, tinha diversas assinaturas ali, algumas estranhas, em línguas antigas, outras eram novas, frescas, mas todas eram escritas com sangue, Ethan olhou para sua mão com receio, nunca tinha se ferido antes, a cobra se esgueirou e ele só pode ouvir uma coisa, antes que ela pula-se em sua mão e mordesse seu dedão com suas presas - Permita-me... -. Não havia sido destilado veneno e Ethan passava bem, mas seu susto o petrificou por um minuto completo, seu mestre o olhava um pouco decepcionado, quando voltou a si, escreveu seu nome sem dizer nada, com sangue e com raiva.
- Agora, veja e aprenda - Quando disse isso, Walker tocou no chão, e três cobras diferentes surgiram no local, todas de tamanhos variados, esta era a arte do Kuchyose no jutsu, que Ethan estava louco para aprender - Quanto mais chakra mais poderosa sera a invocação, tente. - Falou Walker, que sentou na sua posição de meditação habitual. Ethan já estava sangrando, e era muito habilidoso com ninpou's e como possuía um olho cirurgico, entendeu como funcionava a técnica somente em observar ela sendo feita, baseava-se no principio da teleportação, partículas se desfaziam no monte das cobras e se refaziam aqui, tudo dependia do chakra aplicado, então ele bateu sua palma no chão, sem gritar Kuchyose no Jutsu ou qualquer coisa constrangedora do tipo, o sangue em seus dedos formou símbolos que continuavam a ser escritos, devido ao contrato do pergaminho e o chakra contido ali, o simbolo de invocação se desenhou sozinho, uma pequena cortina de fumaça surgiu, não cobriu o local todo, tinha apenas conseguido invocar uma cobra filhote, que mal poderia ser usada em uma batalha, ele havia pensado que iria escutar as gargalhadas de Walker, mas não, seu mestre se mostrava muito sério quando se tratava de seu treinamento, apenas olhou para a cobra e disse em um tom que não demonstrava alegria - Precisará aperfeiçoar isto, aprender a invocar mais cobras mais fortes, porém aprendeu um jutsu, não posso critica-lo. - Após falar isso, ele se dirigiu a uma mesa, onde tinha um chá quente, se serviu e seguiu ali, me observando enquanto tomava um chá em sua mais perfeita calma, aguardando que eu continua-se, sem retrucar, sigo em meu treino, o sangramento na mão do garoto já estava perto de parar, mas daria para realizar mais uma vez o treino, então ele bateu novamente sua mão no chão, ela estava um pouco inchada, aparentemente a cobra havia destilado veneno, vadia, os Kanjis começaram a surgir mais lentamente, talvez por causa da falta de chakra, o próprio sangue do rapaz parecia estar coagulando, ele estava sonolento, seus olhos começaram a pesar e logo ele caiu. Quando acordou sua mão estava enfaixada, não tinha saído daquele lugar, e seu mestre não estava lá, no entanto havia dezenas de cobras, ele sabia que estavam ali por causa do barulho característico que somente elas poderiam fazer, ficou com medo, mas não demonstrou, sua queda havia demonstrado que confiava naquelas pessoas e este tinha sido seu maior erro, talvez só devesse acreditar em Walker, todas as cobras eram mentirosas, e ele se assemelhava a uma, então ali mesmo jurou que iria dominar todas elas, inclusive o ancião que dominava a vila, levantou-se e pegou uma kunai, sangrou a sua mão com um corte superficial por cima das ataduras, bateu-a no chão, concentrando o máximo de chakra que pode, os kanjis se formaram, ele já havia gravado todos, uma nuvem surgiu cobrindo todo o local, onde o menino havia batido a palma agora estava uma cobra gigante, ela mal cabia na caverna, como eram várias cavernas interligadas, sua calda foi para outra parte de outra caverna, junto com boa parte de seu corpo, a caverna era alta o suficiente para que a cobra não ficasse apertada, mas mesmo assim ela não parecia nada feliz - De novo aqui? Já avisei para aquele filho duma... Quem é você garoto? - Perguntou ao ver Ethan parado olhando para a cobra - Ninguém. - Disse, como sempre dizia quando perguntavam sobre sua identidade - Ninguém não poderia me invocar, se você fez isso, você é alguém. - Retrucou a cobra, Ethan não respondeu, ficou apenas a encarando, gostava de estudar os animais, desenharia ela depois quando estivesse numa luta, mas como uma criatura de tinta e não como uma real - De qualquer forma, eu sou uma cobra de luta, LU-TA, entendeu? Me chamam de Kyodaijya Ermida, sirvo para perseguir e matar seus inimigos, agora só me chame novamente quando estiver em uma luta, ou você se tornara meu inimigo, entendeu garoto? - Disse, enquanto sua língua sibilava de uma forma ameaçadora, sua voz era um pouco rouca, como a da outra cobra porém mais grave, parecia que todas tinham vozes roucas mas ainda assim diferentes, a cobra simplesmente sumiu em meio a fumaça, fazendo com que Ethan descobri-se que elas podem ir embora quando sentirem vontade, ele queria saber quantas cobras existiam, se sentia melhor que nunca e agora podia voltar a suas invocações novamente, ele queria invocar alguém mais forte que a anterior, por isso saiu dali para a maior caverna de todos os complexos de cavernas do local, ali iria caber quantas cobras quisesse invocar sem problemas, talvez a próxima fosse mais problemática que a anterior e não desse avisos, atacando-o, ou uma mais educada também iria servir, mas de algum modo Ethan duvidava que isso poderia ser possível, sua mão ainda estava sangrando, acabou deixando pingos de sangue por toda a caverna, não havia notado mas também não se importava, batendo novamente sua mão no chão, kanjis que eram estranhos e agora haviam se tornado familiares surgiram no local, uma fumaça cobriu tudo ali, desta vez ele clamava por alguém educado porém forte, que pudesse explicar para ele quantas cobras existiam mas também fosse forte e imponente para que inflasse o seu ego, para que ele se sentisse poderoso ao invoca-la, quando a fumaça surgiu, ela foi maior que a anterior, de certa forma ele sabia que tinha invocado alguém poderoso, surgiu então no lugar demarcado pelos Kanjis uma cobra grande, elevava-se a muito alto, talvez tivesse um pouco mais da metade da altura da estatua invocada pelo homem misterioso, parecia possuir cavidades de detecção de calor em seu rosto em forma de grandes buracos, tinha olhos vidrados mas não ficava pondo sua língua para fora toda hora como as outras cobras, punha somente as vezes, já que o ato era necessário para a sobrevivência da mesma, ela possuía três cabeças - Walker? - Chamou a cobra pelo homem que sempre o invocava naquela caverna, ela era alta e teve que olhar para baixo, só então notou que aquela forma humana do tamanho de uma formiga havia a invocado - Ah, me desculpe é que só ele mora nesse lugar horrendo, o que faz aqui garoto? - Quis saber a cobra - Estava em uma viagem quando encontrei este lugar, desde então venho aprendendo técnicas com o homem que mora aqui - Respondeu Ethan, de forma amigável - Entendo, é uma pena você parece bem jovem. Me chamo Sanjuu Kyodaijya, de qualquer forma. - Falou a cobra, Ethan não entendeu o porque era uma pena, mas resolveu ignorar, como fazia diversas vezes sem querer com alguns assuntos aleatórios - É uma cobra estudiosa ou uma lutadora? Você parece ser mais amigável que todas as outras, por isso acho que você não luta. - Disse Ethan, sua voz não estava grossa como quando é em batalha, ele realmente estava tentando ser amigo daquela gentil cobra. - Se engana, sou uma das mais fortes, porém não vejo razão em ser rude com quem me invoca, estou aqui para ajudar, certo? - A voz da cobra era suave, não tão rouca quanto as outras, mas ainda podia sentir um pouco da rouquidão característica da fala das cobras - Bem, quantas de vocês existem? Todas são enormes e poderosas? Quem manda em vocês? Ele deve ser muito forte. - Disparou com perguntas, mas a cobra se remexeu, como se pedisse para ele parar - Calma, calma. Existem muitas, mas somente algumas podem ser invocadas, algumas são pequenas depende muito do que você precisa, quando conhecer a todas poderá escolher mentalmente qual quer invocar e desde que tenha chakra para isso não será um problema, e bem se você me invocou de certo poderia invocar quase todas as outras. - Respondeu algumas perguntas, mas Ethan não deixou que ela respondesse as outras, perguntou mais, o menino estava de fato maravilhado com tudo aquilo - Existem cobras mais fortes que você ? - Quis saber o garoto, um pouco impaciente - Bem, Manda com toda certeza, seu clone,Aoba, Yamata que nem sequer pode ser invocada, é claro que temos a Anciã, se você invoca-la você será a pessoa mais forte que já conheci. - Disse a cobra de três cabeças, e antes que o menino pergunta-se mais, resolveu responder o resto das perguntas - Atualmente quem nos comanda é a cobra Anciã, quando ela morrer de velhice acredito que o cargo passará para Manda, o que é um pouco ruim já que ela não é muito amigável. - Falou, então ela e o garoto passaram algum tempo conversando, se descobrindo, se tornando amigos, é claro que Ethan estava apenas fingindo, não havia se esquecido de sua promessa e nem de como as cobras podiam ser traiçoeiras, quando a cobra se desfez ele voltou a treinar, agora com um único objetivo, invocar a cobra anciã.
Ethan havia desenhado os Kanjis em um pergaminho, queria decifrar o que mudava com cada invocação, então desenhou os que se lembrava da primeira, segunda e terceira vez que havia invocado algo ou alguém, descobriu que o Kanji do nome mudava de acordo, mas não sabia se tinha algum modo de modifica-las, a ciência era algo que o menino entendia de forma branda, ele tinha conhecimentos físico teóricos muito amplos, mas o seu conhecimento celular não era tão bom, resolveu tentar mais uma vez, desta vez dando todo o seu chakra, então, sem demoras ele bateu sua mão no chão, kanjis se formaram, semelhantes mais ainda assim um pouco diferentes, ele imaginou, clamou com todas as forças chamar a cobra mais forte de todas, a mais sabia, a mais imponente, quando a fumaça surgiu, ela foi tanta que cobriu todas as cavernas, as cobras que andavam por ali fugiram de medo da que surgiu no lugar demarcado, ela era roxa, suas escamas bem desenhadas e em sua cabeça havia tinha quatro formações como chifres mas nela se assemelhava a uma coroa, a cobra estava calma a principio, mas quando olhou para Ethan e percebeu que ele não era Walker, o atacou, sem falar, sem avisos, o que o menino mais temia, tentou abocanha-lo rapidamente, ele se jogou para o lado escapando por pouco, tentou iniciar uma conversa, pedindo calma, mas ela não o ouvia, ela o abocanhou novamente o engolindo, em seu estomago, sentiu o menino se desfazendo e algo rastejando até sumir, ela estava em um genjutusu que o menino havia aprendido quando ainda só imaginava em invocar cobras reais - Porque esta me atacando ? - Perguntou a cobra, - Porque me invocas? - Retrucou, sua voz era rouca e estranha, amedrontava e colocava respeito - Estou treinando, só isso. - A cobra pareceu se irritar mais ainda - Eu sou Manda, sucessora da cobra anciã, não desejo ser invocado em treinamentos, exijo sangue a cada invocação, deveria tomar o seu agora, mas ao invés disso vou apenas embora, prometa a si mesmo nunca mais me invocar, ou te mato. - Disse e então sumiu, Ethan acreditou nela, temeu por sua vida e tinha se odiado por isso, num delírio de raiva bateu sua mão no chão, para chama-la novamente ali, para enfrenta-la, mas tudo que conseguiu foi apenas trazer uma cobra comum, mias longa um pouco, talvez uma naja ou píton, mas ainda assim algo normal na natureza, ela não parecia saber falar, ficou apenas dando voltas como se espera-se uma ordem do garoto, ele deixou que ela fosse e parou por ali, entendeu que a invocação de cobras, diferente das outras era coisa séria e elas não gostavam de serem chamadas em locais sem motivos sangrentos, foi então que Walker entrou - Pela quantidade de fumaça, acho que você chamou Manda sem querer. - Disse, assustando o menino por um segundo - Sim... ela não obedece ninguém, nem mesmo quer ser chamada em uma luta. - Respondeu Ethan, seu mestre pois a mão em seu ombro, era um pouco maior que ele - É o mesmo para mim garoto. Aparentemente ela não luta as nossas batalhas, nunca lutou e talvez nunca vá lutar. - Falou, enquanto andava para a frente de Ethan - Tem algo que eu gostaria de lhe mostrar, dois jutsus na verdade. - Então ele esticou a mão, e de suas mangas saíram cobras, quatro delas, elas se enrolavam no braço dele e pararam junto a sua mão, obedientes. - Funciona com o principio básico da invocação, é como um ninpou, só que diferente, tente. - Explicou seu Walker superficialmente, sabia que Ethan entendia rapidamente as coisas, então sempre evitava perder tempo explicando demasiadamente, o garoto então esticou sua mão, não usava seu sobretudo e sim uma túnica, então da manga que acabava em seu ombro, pode ver alguns kanis, e logo surgiram duas cobras, que se enrolaram em seu braço, conforme se aproximavam de sua mão, ouviu o barulho de seus chocalhos mas não pode encontra-los, elas se mexiam de forma hipnotizante, assim que elas pararam de se esgueirar por sua pele ele as desfez, seu mestre o olhava feliz, orgulhoso. - Bem, agora me ponha em um genjutsu, entendo que possa ser difícil sair deles mas é fácil se você não somente parar seu fluxo de chakra como em Kai's comuns, mas reverte-lo por completo - Falou Walker, então Ethan o pois em um genjutsu, o fez ver a própria morte, estrangulado por uma de suas cobras, não demorou para que o próprio Ethan estivesse sendo estrangulado, ele quis juntar forças para perguntar o que havia acontecido, quando Walker havia saído do genjutsu mas não pode, lembrou então do que ele havia dito, fechou os olhos, seu chakra corria normalmente, então com seu controle excepcional do próprio chakra ele o parou e o reverteu, suas linhas de chakra tomaram um sentido contrário a ordem natural, então lá estava ele, parado em frente ao seu mestre - Terminamos por hoje, descanse, amanhã tem mais. - Quando terminou de falar saiu daquela caverna, todas as cavernas naquela rocha eram interligadas, Ethan e seu mestre foram até outra e depois outra, andando em silencio, Ethan era guiado por Walker.