Era noite, em uma rua qualquer de uma cidade ainda menos importante para nossa narrativa, a lua brilhava em meio às estrelas lá distante no céu, intocável, enquanto as luzes frívolas dos postes iluminavam um extenso caminho feito manualmente de pedras, era suave e rústica ao mesmo tempo, uma típica passarela de uma viela qualquer em meio há praças quaisquer que existiam as milhares por ai. Mas nesta caminhava um homem, alto, esguio e esbelto, vestido de um sobretudo negro como a noite, munido de um chapéu a moda clássica que ornava com suas vestimentas. Carregava sobre a mão esquerda uma espécie de bengala que, em alguns passos mais longos, o auxiliava delicadamente.
Ele caminhava tranquilo e vagaroso, rumo há um pequeno banco comum de lugares como aquele – praças -. Melhor dizendo, "eu" caminhava não é? Digo, é estranho escrever algo sobre si mesmo não é? Sentei-me sobre o banco - as noites aqui continuam lindas como eu me lembro. Mas esta historia não é sobre mim, é? Não meus caros, esta historia vai muito além do que lhes poderia dizer agora mesmo, acho muito mais prático lhes mostrar e deixar-lhes que tomem suas próprias conclusões. Então, por onde deveríamos começar? Pelo surgimento da nova nação? Não, antes. Pela queda dos mais poderosos seres que havia? Quase, mas não. Talvez antes, ainda um pouco antes, para quando tudo de fato começou a se tramar. Mas vamos meu caro, escute minha voz, viaje através das minhas historias e veja pelos meus olhos... A história de como tudo que conhecem chegou ao fim... A história de como o mundo acabou. Se não me falha a memória, foi quando começou a se por o sol que aquele hom.....
- 1# Cartas para o Futuro.:
- Cartas para o Futuro.
O sol estava começando a se por sobre o tímido horizonte daquele lugar, sempre com a mesma cara, não importava para que lado olhasse era sempre tudo dourado em um tom pastel sem graça, dunas e dunas, montantes e mais montantes de areia sem gracejo nenhum. Mas fora lá que ele escolheu começar tudo, o primeiro e mais importante passo para o inicio de uma longa e duradoura era de paz, uma era onde todas as Vilas e grandes Governantes poderiam viver em cooperação. O pobre Kazekage pretendia por tudo isso dentro de uma singela carta, que por mais que carregasse seu nome e selo próprio, jamais poderia convencer os outros líderes tão facilmente, ainda mais um nome desprovido de honestidade, bem, talvez não o nome em si, mas sim aquele que o tomava para si como seu. Mas assim ocorreram, cinco cartas idênticas foram redigidas e enviadas através do vento, não com penas ou coisas do tipo, mas através das mãos calejadas de seus próprios ninjas, talvez ate menos seguras, mas ainda sim todas as cinco seriam entregues, algumas nem tão diretamente - mas iriam.
As primeiras cartas cruzaram um longo oceano, certamente a barco, já carregavam um papel um tanto umedecido pelo clima e fora somente quando a embarcação fora abordada por oficiais que os entregadores tiveram a certeza que haviam chegado ao seu destino, afinal, a Aldeia da chuva tinha a fama de ser muito reclusa e tímida exteriormente. E como você leu, eram sim “as cartas”, estranhamente dois líderes mundiais estavam agora no mesmo local, conversando entre linhas sobre uma coisa ou outra do passado. Quando as cartas finalmente os alcançaram o Kage de Kiri ainda acompanhava modestamente a rainha de Ame em um passeio através das ruas do porto, ele podia até disfarçar mas com certeza já tinha percebido que ela estava constantemente cercada por seus guardas mais preciosos, a distancia, ocultos na própria paisagem. Mas Lelouch não era bobo, nem menos inexperiente, já os teria notado antes mesmo de pensarem em se esconder. Mas tão pouco se importava a quebradora de correntes, mão do povo de Ame e soberana conquistadora de terras, aquela que tomou e reergueu uma aldeia já perdida nos vícios e prazeres de uma vida impura.
Ao se aproximarem conseguiram ainda escutar um resquício do que conversavam, talvez sobre tempos remotos do passado e crises de identidade, vocês sabem, coisas desse tipo de gente que tem toda uma civilização sobre sua mão, mas ainda mal sabe bem quem é, ou quem forá um dia. Às vezes me pego se perguntando, será que teríamos sido quem somo se não fossemos quem éramos? Uma pergunta para outro dia acho eu, não é o que vocês querem ouvir não é mesmo? Desculpa. Talvez eu esteja tentando enrolar um pouco, ganhar um tempo para poder puxar na memória a forma correta de lhes contar, ou melhor, descrever como eram estes dois.
- Parem ai mesmo! – Exclamou um dos guardiões saindo das sombras quando os mensageiros tentaram se aproximar de uma forma um tanto suspeita. Ele não é nenhum protagonista, mas ainda sim merece nossa atenção, Atsushi, um fiel servidor da nobre rainha, ora tido como guardião, ora chamado de verme cinza, não lhe importava como lhe chamavam, deste que jamais se aproximassem de sua senhora. Sentia-se honrado e privilegiado em ser o homem mais próximo da Amekage, ao menos no quesito “segurança”, mas não podia parar de sentir uma pitada de inveja do Mizukage, o qual sempre tinha um lugar cativo ao lado da rainha. O grito causou tumulto e chamou a atenção dos seres superiores ali presentes. O Mizukage os desdenhou com seu olhar frio como sempre, mas a Amekage os fitava com certo “quê” de curiosidade. – Leve os dois daqui, quero privacidade com a Clarke – ordenou o Mizukage logo contrariado pela governante máxima do local – Espere. Digam primeiro o que desejam. Mas seja breve, meu tempo é precioso. – Bastaram algumas meras palavras para que os homens caíssem a seus pés, ajoelhados e com a carta acima de suas mãos estendidas. As palavras da rainha costumavam causar este efeito, ou talvez eles só tivessem feito isso por não serem tolos o bastante para afronta-los.
– Trago-lhes uma mensagem direta do Kazekage-Sama, uma para a senhora Amekage... – Disse o primeiro mensageiro, - E outra para o senhor Mizukage. – completou o outro homem.
- Deve concordar que não é algo comum não é mesmo Lelouch? – Apenas o silêncio fora sua resposta. Aqueles dois, mais altos seres de seus povos, tinha algo que comumente compartilhavam sobre seus olhos, um brilho difícil de descrever, mas se assemelhava há algo escarlate ofuscante. Algo que também despertava alguns sentimentos menos apreciáveis em Atsushi, que neste momento apenas observava o desenrolar de tudo. Tomaram sobre sua posse tal valioso pedaço de papel, e imediatamente se puserem a inspeciona-lo. No momento que terminaram de lê-lo sabiam que o vento da mudança estava prestes a soprar, e quando ele chegasse nenhuma viga ou rocha permaneceria intacta.
– Temo que minha hora de retornar para minha casa chegou antecipada Clarke.
- Creio que sim velho amigo. Não podemos perder tempo com algo assim não é?
- Isto é um tanto suspeito, eu não o veria assim tão indubitável. Mas de qualquer forma, acho bom nos certificarmos de certas coisas.
- Com toda certeza. Mas talvez esta seja a hora que esperávamos para unirmos forças contra o mal em comum. Aquele maldito bastardo... – Levou à mão sobre sue ombro direito enquanto pronunciava apenas os mais leves xingamentos que haviam passado pela sua cabeça. Tocava de forma suave sobre aquela cicatriz já imperceptível. Talvez uma cicatriz mais espiritual e menos física do que podia se pressupor.
- De fato. O mundo precisa se unir em uma aliança. Mas sei que por hora tenho minha plena confiança apenas em você. – Um sorriso calmo e caloroso se manifestou em seu rosto, mas por baixo da máscara metafórica um riso malicioso tomava conta de sua expressão.
Era uma despedida, mas ainda não a ultima.
O Kage da aldeia da nevoa partiu em sua viagem de volta a seu lar. O mesmo pretendia os dois leiais mensageiros, mas não poderiam obter o mesmo hesito e nem tão cedo deixariam aquela aldeia, não antes de provar por alguns anos o amargo gosto dos calabouços da aldeia da chuva. Era uma aldeia realmente severa.
A carta destinada à vila da Pedra e da Nuvem foram entregues sem cerimônias ou segredos, eram aldeias mais convidativas aos estrangeiros, embora vivessem talvez nas condições mais árduas possíveis, mais severas e inóspitas. Kage após Kage as cartas iam atingindo seu destino, exceto uma – A carta destinada ao Hokage não chegaria tão intacta assim. O mensageiro soube isso no momento em que chegou a aldeia e percebeu que o Hokage não estava, sua entrega então passou imediatamente a se responsabilidade de um oficial da aldeia, sem importância, que a guardaria e entregaria apenas ao próprio autodeclarado Governante de sua Vila, pelo menos em súmula. O guarda cruzou a aldeia rumo ao gabinete de seu líder, mas acabou parando mesmo é dentro de um beco distante de tudo... Não! Espera... Ah me lembrei. Era na verdade um beco no meio do centro movimentado da aldeia, mas era escuro, tão escuro como a noite e aquilo era realmente estranho demais para um local como aquele. A luz simplesmente parecia se desviar por pura vontade e assim deixava com que as sombras fizessem dali seu habitat. Ele parou bruscamente, de forma inesperada e sem elegância nenhuma, e acima, bem acima de sua cabeça havia um homem sentado sobre uma escada, um homem que já estava a muito tendido para o lado escuro da força.
- S-senhorr, achei que gostaria de ver isso – O oficial mostrou-lhe a carta, - Veio diretamente do Kazekage endereçada para, e somente para o Hokage em pessoa. – Terminou o pobre soldado.
- Fez bem minha criança. De fato é algo que me interessa... – Desceu do seu trono de sombras enquanto a máscara em seu rosto continuava imóvel no lugar. Tomou a carta para si e enviou sua pobre marionete de volta ao seu posto existencial sem nenhuma relevância. – Vejamos o que os passarinhos me trouxeram desta vez... Interessante... – Esta na hora de ter uma conversa com o Líder da Aldeia da folha, pensou o homem segundos antes de desaparecer em meio ao vento como um passe de mágica.
A noite já dormia sobre a aldeia quando um vento gélido atravessou pela janela da sala do Kage, causando alvoroço entre os papéis que o jovem e ainda inexperiente Hokage organizava. Junto do vento veio as sombras, e dela todo o caos nasceria. – Olá menino Modake. Como anda a brincadeira de comandar uma vila? – Indagou-lhe o mesmo homem misterioso de antes. Um ser alto, quase inumano, de mascara cinza e olhos rubros cintilantes como nada visto antes, e seu chakra... seu chakra não podia ser descrito. Sua presença era tremenda que o ar dentro da sala pareceu congelar enquanto se tornava estagnado no tempo.
- Mascarado... O que você quer aqui? – Lhe respondeu o Kage com outra pergunta. Deu uma pausa em sua fala, fez então com que suas íris ficassem em um tom avermelhado, com três tomoe's em cada, e tentava sentir a presença de mais alguém no local. - O que você fez com Yusuke?
- Vejo que você ainda se lembra de mim. - Uma pausa se fez enquanto o homem caminhava até a janela. Sentou-se sobre o decalque e ficou de olho no atual Hokage. - Yusuke? Ele não existe mais. E não se preocupe comigo, vim fazer algo que não costumo fazer, ou seja, lhe entregar uma singela mensagem. - Esticou a mão e um papel voou de seu manto sendo levado através do vento. - Acho que você é o verdadeiro dono disso. Pareceu-me um convite ou algo do tipo. – Posso lhes dizer que nesta noite o céu estava lindo. Um perfeito caos pintado de negro com manchas rústicas e cinzas, e ocasionalmente, flashs incandescentes que o reluziam de cima para baixo.
"Uma mensagem.." Pensou o Uchiha. O destruidor da Vila, o maior e mais procurado Nukenin do Mundo Ninja estava ali, afirmando que voltara à Konoha somente para entregar um bilhete.
- Um convite... - O garoto, agora já um homem, pegou o bilhete em suas mãos um tanto tremulas. - Imagino que não tenha sido feito por você.
- É claro que não. Eu não escrevo mensagens, eu as levo diretamente até seus corações...- Uma risada leve fluiu através de sua máscara, referia-se há feitos do passado... - Ah, você deve estar se perguntando por que vim até aqui só para lhe entregar isso. É simples, eu quero mesmo que esta reunião aconteça, afinal, seu assunto também é de meu interesse. Quando você ler entenderá ao que me refiro. - Então era isso, a mensagem havia sido entregue. O homem subiu sobre a janela e começou a se preparar para partir. A carta trazia em seu conteúdo uma data, cerca de dez dias, para que todos os grandes líderes se apresentassem perante uma cúpula em um país neutro. O tema desta reunião seria a grande e utópica paz mundial. Quem não comparecesse perante a convocação seria considerado um traidor perante a futura aliança que surgiria. Um evento e tanto estava por vir.
O Uchiha então finalmente abriu e tomou o conteúdo da maldita carta para si, seus olhos demonstraram a perplexidade e o tamanho da pretensão daquilo, reunir as pessoas mais poderosas em um único lugar, nenhum espaço no mundo seria o suficiente para acomodar todos aqueles egos imensos juntos. O kazekage estava ensandecido, mas se houvesse uma pequena chance de isso der certo, um pequeno e ínfimo raio de luz no final do túnel, Modake iria fazer de tudo para alcança-lo. - É engraçado. Eu, quando jovem, sempre quis mudar o Mundo. Queria me tornar o ninja mais poderoso de todos, fazer com que todos se curvassem diante de mim, que temessem o meu poder. Yusuke foi o homem que me mostrou o verdadeiro significado da palavra Poder, e agora, eu estou conversando com o homem responsável pela sua "morte".
- Não me entenda errado garoto, você ainda desconhece as verdades por traz das sombras... – Foram suas últimas palavras antes de desaparecer saltando para o vazio indeterminável do mundo. Deixou-lhe sobre tudo o Kage de Konoha pensativo, preocupado e ao mesmo tempo temeroso. Apenas alguns vários minutos depois que seu corpo viera a se acalmar e mandou-se embora a tremedeira de suas mãos. Mas não, não era medo que sentia neste momento, mas sim hesitação, temor pela simples presença daquele homem, o mais cruel e vil dos seres que já haviam surgido. Quais seriam seus planos? Nada parecia fazer sentido. Mas se aquilo realmente fosse verdade medidas precisariam ser tomadas, e para tal decidiu-se por à rumo da única nação com qual ainda poderia formar algum tipo de pré-aliança – Kumokagure no Sato.
Mas deixemos os Kages por um instante, há um alguém esperando em uma outra parte desconhecida do mundo. Era uma espécie de pequena planície sob uma montanha, alias tudo ao redor eram montanhas. Nela tinha um homem, sentado sobre um tronco enquanto cutucava as brasas de uma fogueira, talvez tentando esquentar seu corpo gélido que mal se dava conta de que nunca se aqueceria novamente. O homem era velho, aparência decaída de alguns quarenta e poucos anos, mas se mantinha com um ar duro e severo, com aspectos rústicos e assimétricos, um tapa olho e barba mal feita. Seu olhar era tenebroso e distante, muito distante. Ao seu lado havia um garoto de pé, parado feito estátua sem nenhuma reação. Não era muito velho, mal aparentava ter atingido a adolescência ainda. Então um pulso energético rompeu a membrana da realidade a alguns metros de si, no meio do nada se abriu um vórtice anormal e dele pulou um ser maligno, ele, o maioral entre as bestas infernais, o Mascarado.
Seguido dele também apareceu mais sete pessoas, totalmente sem consciência e assim como o outro que já estava ali, pareciam todos hipnotizados por uma força maior. – Vejo que já achou o primeiro aqui mesmo não é? – Indagou o maléfico que se aproximava da fogueira. – Você demorou. – retrucou friamente o outro ser. – Eu tinha assuntos para resolver. Mas agora tudo esta se encaminhando meu amigo. Tenha paciência. Confio a você estes aqui também. Você sabe o que deve ser feito. Agora se me permite preciso ir posicionar a última peça antes que o jogo comece. – Não houve outra resposta, apenas silêncio. Os nove seres permaneceram ali na calada da noite enquanto o inumano que portava a estranha mascara voltou-se a desaparecer entre o limiar da realidade palpável....
- 2# A Rainha Vermelha:
- A Rainha Vermelha
Perdoe-me, onde é que estávamos mesmo? As cartas? Não? Depois? Sim sim, me recordo agora....
Ainda era noite, como usualmente é nestas historias de terror, e com o rugir do crepúsculo um ser saltou para fora da hiperdimensão sobrepujando sua entidade para o plano físico. Tratava-se dele, o único que o poderia fazer, O Mascarado. Estava agora em seu covil, o lar e maior fonte de conhecimento já reunida, se conhecimento é poder, então este era o local mais poderoso na terra. O ambiente era escuro como de praxe, os longos corredores eram escassos de iluminação apenas tendo algumas poucas tochas fixadas sobre a extensão de seu corredor. As chamas pareciam ter algum tipo de mecanismo específico que as forçava a incandescer na presença do ser maléfico, desta forma a penumbra ia se afastando conforme ele caminhava pelos tuneis sombrios de sua organização, que de pouco em pouco, iam se iluminando ao seu ritmo.
Havia uma convidada a sua espera naquela noite, o aguardando na sala de reuniões de seu esconderijo. A ilustre convidada trajava uma roupa toda vermelha de algum tipo de tecido leve e solto, sobre seu corpo também havia alguns delicados fragmentos de armadura tão suaves quanto todo o resto. Seus cabelos eram alvos como a neve e tinham algumas leves e graciosas ondulações e cachos que se formavam sob sua extensão.
- Olá meu senhor. Sentia sua presença de longe... – Disse a mulher que o esperava. Seu rosto tinha traçados suaves e delicados de uma genuína lady, mas já havia passado por coisas que nem os mais impetuosos homens gostariam. – Você é pontual como sempre Han. Creio já que saiba o motivo pelo qual a convoquei aqui, não é? – Perguntou o Líder Akatsuki enquanto rumava em direção ao seu trono de ferro.
- Não pude deixar de ouvir os rumores sobre tal reunião entre os Kages meu senhor.
- Então me conte sobre o relatório da (missão de 16 de Dezembro de 1991) das atividades em Ame. – questionou-a novamente o homem que trajava a sinistra mascara.
- O que poderia dizer... Parece que nos últimos tempos a Amekage tem criado algum tipo de aliança interna com Kiri, mas eu não apostaria muito nisso. Mesmo ambos conversando cordialmente um com o outro eu tenho fortes convicções que o evento passado deixou profundas cicatrizes. Sobretudo em Clarke. A aldeia caminha bem, prospera e com poderio militar moderado. Contudo há apenas um ninja em destaque entre seus subordinados... Mas bem, não sei exatamente como descrevê-lo, mas o chamaria de versátil. Ah, e a presença da rainha de Ame é certa na reunião. – Terminou a moça, onde neste momento ajeitava delicadamente sua madeixa que de tempos em tempos caia sobre o olho.
- Ok, tudo como esperado então. – Abaixou seu olhar, ajeitou a mascara delicadamente com as pontas de seus dedos – Mas agora me diga... Onde fica Ame? – Perguntou de uma forma calma, mas neste instante sua voz soou abrupta e áspera, talvez por já souber a resposta que viria.
- Me perdoe senhor. Você sabe que eu não posso... – Sua face pareceu cair em direção ao chão, certo temor e desconforto se abateram sobre ambos ali. – Pergunte-me qualquer coisa menos isso... – O clima pesou.
- Como espera que realmente acredite em você se nem ao menos pode me confiar uma informação tão pequena? – Sua voz começava a se tornar mais agressiva e algumas vezes parecia cortar como navalhas para Han.
- Hm... Você discursa sobre confiança? Eu confiei minha vida em suas mãos, e ela permanece sobre elas até hoje. E agora eu também te questiono: Como posso confiar tanto em alguém que nem sequer conheço o rosto? – Han por mais delicada que fosse ainda sim mostrava suas garras independente com quem estivesse falando. Era sua característica. Uma garota meiga e doce, mas escondida, ou melhor, protegida por baixo de inúmeras camadas agressivas e petulantes. – Confio a você minha vida de bom grado e você me pede para lhe entregar outras milhares também? Não me entenda mal, eu mataria qualquer bastardo sem mãe em seu nome, ceifaria o mundo se me pedisse, mas não em troca disso, em toca de sua desconfiança... – Han neste momento tinha os punhos cerrados, não que esperasse entrar em conflito com o homem a sua frente, ela sabia, jamais teria alguma chance real contra aquele monstro encarnado, mas Han também nunca forá de se segurar, não importava quem estivesse em sua frente.
Esta na verdade era uma de suas melhores qualidades. Ela era direta e franca. O sórdido ser maléfico não queria outro palhaço qualquer que o obedecesse cegamente por medo, ele queria alguém de opinião forte e imutável... E então ele encontrou Han. A mulher de vermelho tinha seus olhos em um tom quase roxo no momento, talvez em reflexo pelo brilho azulado das chamas próximas, mas era certo, havia verdade naquele olhar, havia um turbilhão de sentimentos prontos para explodir e derramar para fora daquela armadura metafórica. Para se esvaziar do seu coração. Um misto entre ódio e amor. Ela própria não sabia o que realmente sentia naquele momento.
Um silencio avassalador se propagou pela sala, por vários segundos ambos permaneceram calados, encarando o chão. Han que se sentava em uma da ponta extrema da mesa até pensou em voltar a trás, talvez em realizar um pedido de desculpa pela sua petulância. Mordia involuntariamente os lábios, sentia-se de alguma forma culpada por ter perdido o controle na frente daquele ser. E no exato momento que seus lábios pensaram em se mover e produzir algum som o maioral das sombras se manifestou.
- Entendo... Então neste caso não acho que possa haver mais algum tipo de ligação entre nos... Normalmente esta seria a hora em que eu a mataria ou apagaria sua existência, mas devido ao seu tempo de trabalho leal eu a deixarei ir intacta, mas jamais se lembrara de algo sobre tudo isso. – Neste instante suas palavras eram delicadas e bem escolhidas, suaves, mas pareciam ter um peso muito maior do que as anteriores, cortavam como nem mesmo milhares de espadas poderiam, o fim do relacionamento entre os dois parecia ser mais dolorido do que a própria desconfiança. Mas desta vez o Mascarado era sincero, uma das poucas vezes em que ele conversava com alguém de igual para igual, sem aquele ar arrogante e superior de sempre. Ele quase até soava como humano.
- Você não pod... – Interrompeu-se sozinha. Neste momento Han já se dava conta do que havia feito, da consequência de seus atos impensados. Aconteceria aquilo que mais temia, perderia sua memória de tudo aquilo de mais fantástico que vivera, perderia para sempre aquele homem. Mas ela preferia se punir eternamente a trair os ideais que uma vez prometeu. – Se não há mais nada que possa ser feito... Então vou embora. Acho que então é um adeus não é? – o Mascarado apenas a confirmou com um simples manejo de sua cabeça. Agora também lhe era sentido um redemoinho de sentimentos acontecendo dentro de si, lutando para sair. Han se levantou, empurrou delicadamente a cadeira de volta ao lugar e pôs-se a andar rumo à porta, olhando profundamente para o homem que a expulsara não somente da organização, mas do seu sentido de viver até então. Memorizou sem pressa cada último detalhe daquele ser, esperava, não, torcia com todas suas forças que isso fosse o suficiente para não esquecê-lo.
Quando apoiou uma das mãos sobre a porta rochosa sentiu algo a puxar pelo braço. Uma mão, quente e calorosa, uma mão que a parecia tocar diretamente em sua alma. O homem a puxou virando-a para si, agora estavam apenas há alguns centímetros um do outro, sentiam o calor de seus corpos tão ardentes quanto às chamas azuis. O rosto de Han corou por um momento contrastando com o brilho de seus olhos, uma imagem tão bela que deixaria as deusas da beleza com ciúmes.
- Eu a escolhi por um motivo. Não posso deixar que você se vá assim, não antes de reivindicar o direito de me conhecer como eu realmente sou. – Levou uma das mãos ao rosto enquanto a outra permanecia a segurando pelo pulso. Delicadamente começou a retirar sua mascara, um movimento que fazia suas madeixas negras dançarem soltas acima de sua cabeça. Estava agora revelando um dos segredos mais notáveis de seu ser, sua verdadeira e única identidade. Han por um instante arregalou os olhos como nunca antes. Aquele ser! Jamais esperaria por isso, agora todo aquele sofrimento e tempo de servidão incondicional pareciam fazer sentido, pareciam valer a pena. Sua face de surpresa permaneceu ainda por vários minutos, enquanto ela própria tentava recuperar as forças para dizer algo. Simplesmente não conseguia.
- Han, eu quero você... Quero você do meu lado nisso tudo. – Disse baixo o homem, quase um sussurro em seus ouvidos.
- Meu senhor, eu estarei ao seu lado em qualquer batalh... – Han tentava dizer algo quando fora interrompida em meio a sua fala.
- Shhh, chega disso, chega de mascaras. Eu quero a verdadeira Hana... Quero que seja minha rainha vermelha... – Desta vez suas palavras suavam doces como uma orquestra angelical, o mais próximo que aquele ser chegaria de ser um humano. Hana não disse mais nada, apenas fechou delicadamente os olhos enquanto suas bochechas se tornavam cada vez mais coradas, deixava agora todos os seus sentimentos transbordar ao mesmo tempo para fora de sua armadura. Deixava que a verdadeira “Hana” pudesse ser vislumbrada.
Ela própria levou sua mão delicada e calorosa ao rosto do homem, um rosto gélido como o puro inverno nórdico, um choque de extremos. Neste momento ela puxou o homem para mais perto de si enquanto proporcionava um encontro quase predestinado de seus lábios. Era um sentimento indescritível neste momento, algo que sonhara apenas em seus contos de fadas fantasiosos, algo que jamais achou que um dia seria possível. Seu desejo mais intimo e profundo, agora realizado. O ser tomou-a em seus braços firmes, colocou os dedos suavemente sobre seus ombros e deslizou o feche de sua armadura a deixando cair sem importância. Nenhum barulho externo parecia ser ouvido, apenas o bater forte dos corações em conjunto da respiração ofegante e pesada. Pouco a pouco, peça a peça, iam se despindo lentamente no mesmo passo em que as chamas tênues iam se consumindo para o inevitável "apagar", para o escuro mais aconchegante que já havia existido. As chamas de seus corações se consumiram em uma tempestade de emoções a muito reprimidas, tudo em uma única noite onde a menina-moça Hana se tornaria verdadeiramente a Rainha Vermelha.
No início da noite o céu estava pálido, quase sem vida. Mas agora as nuvens dançavam em torno da lua, se trançavam uma na outra no limiar do horizonte visível, e as estrelas brilhavam em sintonia com a lua, que quase parecia haver uma aurora boreal pintando os céus. Mas sim, havia um. Talvez não no plano físico, mas sim no plano etéreo, o mesmo em que o céu se pintava de uma mescla de cores jamais vistas antes... as cores da vida."Afinal, talvez esta não seja uma historia sobre o fim, ou sobre horror. Talvez seja apenas uma historia sobre romance, amor e superação."- Homem Desconhecido.
- 3# Em direção a Paz:
- Em direção a Paz
A manhã estava linda. O sol sempre parecia brilhar como em nenhum outro lugar no mundo acima das montanhas, e por mais esplendoroso que soasse era apenas mais um dia comum na Aldeia da nuvem. Havia um portão imenso, todo ornado em metal prata e detalhes reluzentes, um portão por qual passaria um importante convidado. O Hokage o adentrou, a cavalo, vagarosamente quase como se desfilasse esperando por uma recepção. Não houve. Como poderia? Nem sequer havia avisado que iria. Mas pode vislumbrar novamente aquelas construções estranhas e pouco funcionais, mas importantíssimos na cultura daquele povo.
Logo que os boatos sobre sua vinda correram aos ouvidos do grande escalão de Kumo uma jovem veio ao encontro do tão aclamado Kage de Konoha. Ela era baixa, mal deveria ter um metro e sessenta, mas seus olhos carregavam uma cor peculiar, algo que lembrava muito algum tom de vinho. Seu cabelo se esvoaçava todo com cada passo de sua corrida simbólica até o portão. Seria ela então a responsável por guiar o nobre convidado até os aposentos do senhor da aldeia.
- Entre. – Disse Ezreal, Kage de Kumo, aos convidados que já batiam à sua porta. – Obrigado Mei, peço então que nos deixe a sós por ora e espere ao lado da porta.
- Sim senhor Raigame-Sama! – Disse Mei cordialmente o reverenciando com a cabeça.
- Ola Raikage. Não posso deixar de demonstrar minha surpresa. Não achei que o novo Kage também seria tão jovem. – Não sabia por que, mas de alguma forma o jovem Hokage ainda esperava encontrar Hinara, a antiga governante local.
- Também compartilho deste sentimento (amor) meu caro. Você é realmente tão jovem quanto me disseram. Você já esteve aqui antes não? Ah, mas de toda forma, quais assuntos o trouxeram de novo a esta aldeia? – Fora direto, mas cordial, era típico de sua pessoa. Deste que assumira seu posto toda a aldeia adquiriu aquele certo ar de animação, de frescor (e gayzisse) que as inovações trazem consigo.
- Já sim, durante o exame ninja que sua aldeia sediou em tempos passados. – Respondeu enquanto caminhava até a poltrona. – É sempre bom revitalizar nossas situações diplomáticas. Você sabe, nossas aldeias se entrelaçam desde eras remotas, então eu pensei que pudéssemos conversar sobre alguns assuntos pertinentes.
- De fato. Assuntos como este você diz? – Terminou sua frase enquanto retirava uma carta de sua gaveta que trazia consigo o selo de Suna. – Creio que veio em bom momento meu amigo. Estava realmente me perguntando sobre a veracidade disso aqui. – Ambos os garotos Uchihas eram jovens, muito jovens para suas posições. Modake tinha uma aura um pouco mais carregada, talvez obstante das comuns, algo já esperado de um nascido do Fogo. Ez transmitia uma energia mais leve, dispersa, e um raciocínio estratégico que o havia trazido até onde estava. Sua face ainda era limpa, sem barba ou cicatrizes, algo que em breve mudaria.
- Mas também há outro motivo. Eu vim toda esta distancia para pedir conselhos para a sua antecessora também, ela com toda certeza deve saber o que fazer com isso. – Disse Modake enquanto exprimia um leve sorriso (de amor).
- Sim, ela já esta a par da situação e esta no caminho para cá agora mesmo. Ela deve chegar a qualquer momen... – Ezzy era interrompido pelo soar de um Toc Toc comum em sua porta. Após o aviso a porta se abriu com a chegada de Hinara, primeira Raikage de Kumo.
- Ah, vejo que já chegou Hokage. – Dizia cordialmente a senhora Hyuuga.
- Por favor, me chame apenas de Modake. Acho até que não precisamos de formalidade entre nós três não é?
- De acordo, Modake. – Respondeu o Raikage enquanto Hinara apenas acenava com a cabeça.
Os três puseram-se a par do assunto em questão, a reunião entre todos os Kages. Compartilharam suas ideias e informações a fim de chegar a um consenso, seria aquilo algo realmente confiável? E mesmo se o debate tivesse incontáveis horas a mais nenhum deles teria uma concreta certeza.
- Vejo, acho que não temos outra opção a não ser ir até lá. Esta convocação pode mudar o jeito como nossas nações se relacionam, isso si é que é confiável. – Afirmou Hinara.
- Então esta decidido, iremos todos então. – Completou Ezzy tento o sucessivo movimento de afirmação com a cabeça dos presentes na sala.
- Mas não sozinhos. Levaremos conosco alguns de nossa confiança, se algo acontecer nos estaremos preparados. – Modake tinha uma feição pensativa quando dissera isso, talvez um tanto preocupado. Ele não havia compartilhado com os demais a visita que receberá do Mascarado, e nem sabia se o devia fazer.
- É certo que você vira comigo Hinara. Porém que mais deveria nos acompanhar? – Perguntou Ez.
- Bom, acredito que possamos confiar na Mei. Ela é uma das mais promissoras discípulas, e ainda não sabemos onde Haruni foi se meter. – Ez apenas concordou sutilmente com o olhar para a ex-Raikage.
- Então acho que é isso. Então agora finalmente estamos prontos para ir em direção da paz! – Disse Modake encerrando a reunião.
O kage de Konoha retornaria para suas terras se preparar para a cúpula dos Kages que se formaria dentro de alguns dias. Aquela frase, “Em direção da paz” ainda seria repetida por todos os demais líderes quanto tomassem rumo para o país do ferro. Local que sediaria o histórico encontro.
As brasas se erguiam novamente na noite escura. A fogueira estava acessa novamente, e com ela as trevas também emergiam. Naquele mesmo local sem nome, o ser inominável ainda residia. Aquele que era chamado apenas pelo codinome Big Boss, aquele que dava as ordens e era abdicado de qualquer emoção ou sentimento; fragmentado no momento em que sua alma deixou seu corpo. Sua legião ainda estava ali, de pé, de frente para si. Todos respirando com vida, mas sem nenhum poder sobre sua própria existência. Eles estavam imobilizados, amarrados por um feitiço obscuro feito pelo próprio Mascarado.
- Escutem-me, você agora serão meus Maiorais, aqueles que representarão meu poder dentre seu povo. Vocês me seguirão para a batalha e juntos traremos a verdade para este mundo. Vocês querendo ou não. Agora são minhas marionetes, destituídos de suas vontades ou desejos, servirão apenas a mim. No dia mais claro, ou mesmo na noite mais escura. Suas vontades sucumbirão diante minha presença e nada escapará do meu olhar. – Os olhos do homem severo brilharam como nunca, um brilho rubro que parecia puro sangue fervente como fogo. Atrás deste homem tinha outro ser, com ambos os olhos carmesins, este realizava o feitiço mais cruel que já havia sido criado, um poder tão vil e asqueroso que tomaria para si a própria alma daqueles sujeitos a sua frente.“Hello darkness, my old friend
I've come to talk with you again
Because a vision softly creeping”
Já em Kumo as coisas já estavam acertadas. Mia ficou contente em ter a confiança do Kage de sua aldeia, em uma que talvez fosse a missão mais importante dos últimos tempos. Mas ela por outro lado não entendia muito bem se seria realmente útil, no fim das contas, seria ela a proteger o Kage ou o Kage a protegê-la? Ambos sabiam a resposta. Mas ainda sim Ezzy tinha um sorriso confiante sobre o rosto, daqueles que ele só mostrava quando ainda estava sóbrio. Sim, O Raikage tinha certos problemas com o álcool mesmo sendo tão jovem, em especial quando ele se sentia tenso pelas infinitas responsabilidades de sua profissão. Mas Mia teria sim um importante papel em tudo isso, ela podia não ser forte, mas ela – e todos de Kumo – faziam de Ez o mais forte que ele podia ser.“Left its seeds while I was sleeping
And the vision that was planted in my brain
Still remains within the sound of silence”
- Não se preocupe, eu e protegerei de qualquer coisa! – Disse o kage com um sorriso confidente. Ele sábia que apenas isso já a acalmaria. Recebeu um sorriso ainda mais sincero como resposta. Mia sabia, sabia que nada poderia atingi-la enquanto sob a aura daquele homem, aquele chakra repleto de luz e calor.“In restless dreams I walked alone
Narrow streets of cobblestone
'Neath the halo of a street lamp
I turned my collar to the cold and damp”
Mia e Ezzy compartilhavam um poderoso laço conectivo entre si, talvez pelo tempo que passavam juntos já que a garota trabalha constantemente quase como uma auxiliar pessoal, ou até mesmo por partilhem de passados trágicos. Mia passou então a estar sempre presente nos assuntos importantes da aldeia, sendo como Shonobi que era ou por acompanhar sua mestra Hinara. O fato é que ela já compartilhava uma historia com Kumo, sobretudo com Ezzy e Hinara, mesmo ainda as vezes cometendo algumas trapalhadas como quando sem querer destruiu parte do Gabinete tentando esmagar um inseto que passou pelo chão usando sua força sobre-humana. Ela claramente ainda era um tanto imatura, mas todos podiam ver nela o desejo de se tornar uma grande ninja.“When my eyes were stabbed
By the flash of a neon light
That split the night
And touched the sound of silence”
Neste dia a noite era escura. Tão escura que as luzes no caminho mal faziam alguma diferença. Não havia estrelas ou lua sob o céu, era como se tudo se houvesse perdido na imensidão do crepúsculo.“And in the naked light I saw
Ten thousand people, maybe more
People talking without speaking
People hearing without listening”
- Raikage-Sama, você podia me acompanhar até em casa enquanto repassamos os detalhes da missão? – Perguntou Mia meio sem jeito enquanto brincava com as pontas de seu cabelo.“People writing songs
That voices never share
And no one dare
Disturb the sound of silence”
Ambos caminhavam pelas ruas do centro de Kumo, e de longe Ez avistou um imenso letreiro brilhante que chamou sua atenção. Era algo quase mais forte do que si mesmo. Sua mão esquerda começou a tremer involuntariamente, sua garganta secou e fora visível quando ele teve que recorrer ao outro braço para acalmar o que tremia. Segurava firme com a mão direita sobre o antebraço esquerdo.“Fools, said I, you do not know
Silence like a cancer grows
Hear my words that I might teach you
Take my arms that I might reach to you
But my words like silent raindrops fell”
-Desculpe Mia, estou sem tempo hoje. Tenho que voltar e resolver algumas coisas no Gabinete. – Disse Ez.“And echoed in the wells of silence”
- Ahh, então acho que amanhã a gente faz isso. Tchau Raikage-Sama! – Despediu-se Mia um pouco corada e sem jeito. A garota tomou rumo pelas ruas escuras enquanto o Kage permaneceu parado, a olhando de longe. Uma inocente e promissora Kunoichi, que no futuro poderia se tornar até mais forte do que Hinara. O futuro de Kumo esta em boas mãos pensava Ezreal.“And the people bowed and prayed
To the neon God they made
And the sign flashed out it's warning
And the words that it was forming”
Agora que estava sozinho, Ez caminhou em direção ao letreiro que o chamou atenção. Esta será a última vez dizia para si mesmo, era o que sempre dizia a cada vez - todas as vezes. Vez a pós-vez, seu vício sujo o dominava novamente. Adentrou no bar com todo seu corpo tremendo, seu coração pulsava forte e sua respiração era quase ofegante, era como se ouvisse e sentisse um zumbido em sua mente, algo que só passaria depois de quatro ou cinco doses da bebida mais forte que encontrasse. E la passaria a noite, sozinho enquanto se matava aos poucos enfocando a si mesmo e se entregando a sua depressão.“And the sign said:
The words of the prophets
Are written on the subway walls
And tenement halls
And whispered in the sound of silence”
Neste meio tempo a garota prosseguiu sozinha, pelas ruas escuras intermináveis até sua casa. Mia morava em uma região um tanto afastada do centro, cercada de algumas árvores e rochas naturais, uma paisagem bela durante o dia. A moça entrou em sua casa e logo ao fechar a porta pode perceber, ou pressentir, que algo não estava certo. Era quase como se escutasse uma respiração pesada, sentisse uma presença obscura ali dentro. Agora Mia se encontrava desprotegida pelo Kage que a deixou sozinha ao preferir não resistir novamente ao seu vício, e Mia só percebeu isso quando sua voz não saiu, quando seus gritos se abafaram no silêncio da noite e um suor gélido correu pela sua face. Seu coração “parou” subitamente na calada do medo no momento que do escuro de sua casa um vulto assombroso se mexeu, e dele um olho com brilho escarlate emergiu cortando através da escuridão até a garota...“Hello darkness, my old friend .......”The Sound Of Silence
- Simon & Garfunkel
Notas do Autor 1#: O primeiro capitulo é na verdade mais uma retomada dos últimos acontecimentos do forum, apenas a partir dos seguintes que as coisas realmente serão "novas". Sintam-se na liberdade de comentarem neste mesmo tópico caso queiram. Decidi dividir a historia em capítulos até porque ficaria massante e enorme demais se feita em uma postada só. Espero que esteja de agrado à todos o jeito pelo qual decidi lhes contar a historia. Ademais, tentarei ser o mais breve possível no lançamento dos eventuais capítulos, mas ressalvo que isto não impede de forma nenhuma o andamento prévio das ações da nova trama por si só. Contudo espero algumas críticas construtivas, caso eu esteja esticando demais, ou detalhando demais, ou demenos (porque é que essa palavra não existe?). Caso achem massante quase 3 mil palavras logo no primeiro capitulo, posso até mesmo tentar enxugar os seguintes.
Notas do Autor 2#: Já começo me desculpando. Narrar e controlar as personagens de outras pessoas é um trabalho realmente desafiador, algo que não acho que já esteja adepto a faze-lo. Ainda mais escrever e dar vida a uma personagem como a de Rivers (ora Han, ora Hana). Talvez seja Hana a personagem mais complexa e desafiadora de todo o forum, acho não, tenho certeza. Captar a alma, a essência, as características de fala, movimento, a própria narração pessoal dela não é um feito qualquer. Preferia até entrar em outras mil batalhas ao invés de faze-lo. Mas tinha de ser feito. Então o máximo que posso e esperar que não tenha ficado "tão ruim assim", pois narrar conversas e sentimentos já é um desafio e tanto nativo para mim, ainda mais de outras pessoas. Ademais, sobre os aspectos mais técnicos: O capitulo é um tanto mais individual, por tanto ele esta bem mais "enxuto" que o outro, tendo quase apenas metade do mesmo. Creio então que a leitura poderá ser breve e leve como de praxe. Sugestões, criticas, ou só comentários aleatórios aqui em baixo por favor.
Notas do Autor 3#: Último capítulo antes da reunião. Introduzi Kumo e seus habitantes mais notáveis, e importantes arranjos para o final que se aproxima, ademais é só. No próximo a ação realmente começa.
Notas do Autor 4#: Novo capitulo, estamos nos aproximando da reta final. Agora alguns mistérios novos foram criados, e os pretendo revelar nestes próximos que viram. Mistérios como "o que diabos realmente aconteceu com Mia?" ou "Quem é que atingiu o falso Kazekage?". Mesmo o forum andando meio morto, eu me comprometi a terminar este arco e eu o vou cumpri-lo! Mas, como este desanimo acredito que levara um tempo bem mais longo do que me fora previsto.
Notas do Autor 5#: Eu sei eu sei, o capitulo ficou imenso - bota imenso nisso; mas acredite em mim não havia jeito de fazer isso de forma mais simplificada, e olha que eu tive que me segurar muito para poupar detalhes, um capitulo como aquele precisaria de no mínimo o dobro do tamanho para ser completamente desenvolvido. Mas apesar de tudo espero que o resultado tenha ficado no mínimo satisfatório e que agrade pelo menos grande parte de vocês (si é que alguém ainda vai ta aqui pra ler).
Mesmo com quase 6 mil palavras eu ainda acho que muito coisa ficou meio superficial, as batalhas e alguns personagens podem (e deviam) ter sido melhor aproveitados, mas não é um livro que estamos querendo fazer não é? E sim só um desfecho final. O próximo capitulo - e último graçadeus - não tem nenhuma previsão para sair; pode demorar uma semana, um mês ou um ano, mas um dia sai.
Já peço desculpas adiantadas por erros de ortografia ou palavras trocadas, o texto ficou tão imenso que não tive como revisar detalhadamente, mas acredito eu que não tenha nenhum erro crucial. Ademais tenho quase certeza que devo ter trocado (ou esquecido) algum nome de algum personagem por ai.
#Capitulo anexado nos comentários abaixo;
Última edição por Big Boss em Qua 27 Jul 2016, 16:01, editado 5 vez(es)