Se alguém visse Haruni e Tsunade no presente momento, nunca sequer cogitariam na ideia de que as duas estavam em pé de guerra tempos atrás. Foi como a própria mãe citou, elas eram idênticas em muitas coisas principalmente na dedicação e na perseverança. Assim como Tsunade, a filha tinha muita disciplina e estava focada em ser a melhor kunoichi de sua geração. Haruni ainda era um talento bruto, mas se fosse lapidado da maneira correta em pouco tempo se tornaria melhor que muitos ninjas por aí. Aliado a isso, tinha a melhor tutora para jutsus – não só médicos – dentro de casa. Passavam horas e horas estudando pergaminhos e livros sobre os antigos Senju, sobre o seu bisavô – o primeiro Hokage – e sobre como o Selo da Força Branca estava em sua família. Haruni já sabia que ambas tinham e soube detalhes de como sua mãe e sua avó conseguiram o selo, historias que não se encontrava em nenhum livro. A jovem ficava cada vez mais impressionada com a sabedoria de sua mãe e isso só aumentava quando Tsunade contava um pouco de suas experiências em missões e no próprio campo de batalha. O único assunto intocado era a paternidade e os motivos que levaram a mãe sumir, mas Haruni já não tinha tanta pressa, sabia que o caminho até lá requeria paciência e ela teria. Ela estava amadurecendo.
Antes do alvorecer do sábado, Tsunade acordou a filha e mandou que a mesma se prepara-se pois passariam o dia fora e elas precisariam de muita energia para o que viria pela frente. Iriam passar o dia todo lá na clareira onde Haruni tinha o hábito de treinar e hoje desenvolveriam duas técnicas que requereriam muito chakra. A jovem estava eufórica, adora aprender coisas novas e tendo Tsunade como tutora já sabia que seria algo de extrema dificuldade, mas também de grande utilidade em campo. Tomaram o café da manhã reforçado e se dirigiram para a área de treino. No caminho jogaram conversa fora, sua mãe queria saber sobre a vida adolescente de Haruni, do tipo se ela já tinha dado seu primeiro beijo ou não
– Para mãe, isso é lá pergunta que se faça! – queixou-se a menina enquanto ficava vermelha de tanta vergonha.
– Já vi que ainda não. Vocês jovens de hoje são muito devagar – disse Tsunade enquanto gargalhava do constrangimento da filha. E pelo restante do caminho Haruni foi alvo de piadinhas saudáveis que até ela mesma teve que rir. O laço das duas só crescia.
Chegando ao local de costume, o sol já começava a dar seus primeiros sinais, ainda que de modo preguiçoso ia colorindo o céu com tons únicos de rosa e amarelo, ia ser um dia lindo, perfeito para se treinar. Tsunade se pôs no centro da clareira e pediu que a filha ficasse de frente pra ela. Explicou que o treino seria composto de duas etapas: a primeira seria um ataque e a segunda uma regeneração.
– Quero que você focalize seu chakra nas mãos e direcione o ataque para mim. Concentre-se pois é uma técnica difícil e bastante arriscada, mire no meu abdome e não se importe em me ferir, aja como se estivéssemos em combate real. O Chakra no Mesu danifica órgãos internamente, por fora estarei normal, mas se você for bem sucedida por dentro vou estar ferida. Lembre-se de direcionar ao meu abdome. Vamos, lute! – E ao terminar de instruí-la Tsunade abriu espaço e se preparou pra receber o golpe. Haruni ainda estava em choque, teria que ferir sua própria mãe? Não dava pra acreditar no que ela estava pedindo, era irreal, mas ela não podia questionar sua mãe já estava decidida.
“Vamos garota, ela sabe o que esta pedindo. Concentre-se onde tem que acertar” e pensando assim Haruni deixou que se seu chakra fluísse em suas mãos, mirou no abdome de Tsunade e sibilou - Chakra no Mesu. No mesmo momento Tsunade dobrou-se de dor e deu um grito agonizante. Haruni queria correr até ela e pedir mil desculpas, mas ela não permitiu que se aproximasse. Disse apenas alguma coisa baixinha, posicionou a mão no seu próprio abdome e aos poucos seu rosto foi voltando à cor e ela foi se recompondo.
– muito bem querida – sua voz ainda era fraca
– você conseguiu de primeira o que muitos não conseguem. – disse Tsunade já completamente sã.
– Mas o que aconteceu com você e como você se curou? – perguntou a filha ainda chocada.
– Você executou o jutsu com excelência, logo meu estomago e intestino foram dilacerados por dentro, a dor é inimaginável, mas é passível de cura com o outro jutsu que você vai aprender agora, o Inyu Shometsu, que regenera os ferimentos através de uma rápida multiplicação celular – explicou Tsunade.
– Eu vou? Mas espere um pouco. Quer dizer que você vai repetir o ataque em mim? Você só pode estar brincando. E se eu não conseguir me curar? Eu não sou tão boa quanto você. Não tenho um décimo do seu conhecimento – Haruni estava incrédula.
– Você tem a força dentro de si, e só numa situação extrema que vai conseguir liberá-la. Não se preocupe em não conseguir, porque você vai. Sua vida vai depender disso, mas se estiver fraquejando eu te ajudarei, porém você terá que lidar com o fracasso. – Tsunade estava séria, claro que ajudaria a filha, mas ela precisaria ir até o limite primeiro. Não havia para onde correr,
“aceite logo seu fim garota” a voz interna de Haruni debochava dela.
– Acabe logo com isso – disse tentando parecer firme, mas sua voz falhou no final. Tsunade se concentrou, fechou os olhos, não queria ver a cara de sofrimento de Haruni, e a atingiu. A jovem sentiu que o mundo estava caindo, a vista escureceu e ela passou a só ver pontos de luz, sua mãe já não estava mais em foco, à cena rodava na sua frente. Tudo que ela queria era abraçar seu corpo e gritar. Sim ela gritava, berrava como um animal ferido, afinal ela era um animal e estava ferida. Do outro lado Tsunade gritava para ela
“Inyu Shometsu, Inyu Shometsu, agora filha!”. Haruni não compreendia a fala da mãe a dor já tomava conta do seu ser, mas dentro de si uma fagulha acendeu-se e a lembrou de que era sua vida em jogo e o fracasso não era aceitável. Juntando o restante das forças que havia dentro de si a menina colocou as mãos sobre a barriga e em seu ser pronunciou “Inyu Shometsu” ela não tinha forças pra falar. Entretanto palavras ali já não se faziam necessárias, o seu chakra fluía do corpo para as mãos e das mãos de volta para o corpo. E a vista que antes estava embaçada foi voltando ao foco. Haruni sentiu suas pernas desequilibrarem e quase foi ao chão, se não fosse Tsunade para ampará-la já não estaria de pé. Porém em poucos minutos ela já não sentia mais nada, apenas a exaustão de um treino comum. Nenhuma sequela interna, nenhuma dor. Já consegui se por de pé.
– Muito bem Senju – disse Tsunade como faria um tutor de verdade e depois deixou seu lado maternal falar mais alto, abraçou Haruni e disse o quanto estava orgulhosa, o quanto ela tinha se superado.
– Você foi ao limite da dor e venceu a si mesma você é incrível minha querida. Haruni sentiu uma lágrima descer, mas não era de dor ou lamento, era felicidade. Sua mãe estava orgulhosa e ela havia conseguido.
“Mais um degrau, mais um Haruni...”. Local do Treino: Floresta de Konoha
Número de Treinos na Semana: 3/7
Objetivo do Treino: Aprender novos Jutsus
Jutsu Aprendido: Inyu Shometsu, Chakra no Mesu
Número de Palavras: 1246
Regra de Treinos:
Treinamento de Jutsus,
Treinamento de Bijuus
Jutsu escreveu:Inyu Shometsu
(Recuperação Secreta da Destruição de Machucados)
Quem Usa: Yakushi Kabuto e Uzumaki Naruto
Rank: A
Descrição: Usando o chakra, Kabuto faz multiplicação celular, recuperando os danos
que lhe foram causados; com o chakra da Kyuubi, Naruto e capaz de se
regenerar de qualquer ferimento interno ou externo.
Chakra no Mesu
(Facas de chakra)
Quem Usa: Yakushi Kabuto
Rank: A
Descrição:Com a chakra focalizado em suas mãos, o usuário pode fazer graves danos
nos órgão internos de seu oponente causo o atinja. Essa técnica pode
até matar, caso atingir o coração ou a garganta. Essa tecnica não deixa
danos externos.