Ficha de River
Nome:
Idade:
Sexo:
Vila:
Graduação:
Personagem:
Kekkei Genkai:
Idade:
Sexo:
Vila:
Graduação:
Personagem:
Kekkei Genkai:
Uzumaki Han River
29 (Porém, possui aparência de 24 por não ter envelhecido por 5 anos)
Feminino
Suna Ame
Guardiã / Akatsuki
Uzumaki Karin
Kagura Shingan
29 (Porém, possui aparência de 24 por não ter envelhecido por 5 anos)
Feminino
Guardiã / Akatsuki
Uzumaki Karin
Kagura Shingan
Descrições
Ações/Tiques frequentes: Dar um sorriso pervertido ou atrevido;
Imperfeições físicas ou algo que quisesse mudar em si: --
Personalidade: River é uma jovem dócil e possivelmente carente. Quando está próxima à uma pessoa a qual familiariza-se, ela pode ser considerada uma mulher amorosa e tímida, além de não ter medo de demostrar toda sua sensibilidade e sorrir. Porém, quando está longe daqueles que lhe confortam, ela aparenta ser uma pessoa agressiva e cruel, sedenta por sangue. A questão que intimida si mesma é, qual das duas é a verdadeira River: A bela insensível ou a Boa menina?
Traços admiráveis de personalidade (forças): Fidelidade acima de qualquer coisa - mesmo que aquele à quem devota já se foi;
Traços negativos na personalidade (fraquezas): Depressão, Agressividade;
Coisas que o enraivecem: Desconfiança;
Método de controlar a raiva: Destruir coisas ou lugares;
Coisas que o embaraçam (envergonham): --
Método de lidar com o embaraço: --
Medos: Morrer;
Método de lidar com o medo: Confiar em suas habilidades de sobrevivência;
Maus hábitos ou vícios: Bebidas Alcolicas e uso de drogas | Joias, olhar-se no espelho.
Preconceitos: --
Hábitos irritantes ou idiossincrasias: Sorrir sem nenhum proposito. | Pedir desculpas.
Imperfeições físicas ou algo que quisesse mudar em si: --
Personalidade: River é uma jovem dócil e possivelmente carente. Quando está próxima à uma pessoa a qual familiariza-se, ela pode ser considerada uma mulher amorosa e tímida, além de não ter medo de demostrar toda sua sensibilidade e sorrir. Porém, quando está longe daqueles que lhe confortam, ela aparenta ser uma pessoa agressiva e cruel, sedenta por sangue. A questão que intimida si mesma é, qual das duas é a verdadeira River: A bela insensível ou a Boa menina?
Traços admiráveis de personalidade (forças): Fidelidade acima de qualquer coisa - mesmo que aquele à quem devota já se foi;
Traços negativos na personalidade (fraquezas): Depressão, Agressividade;
Coisas que o enraivecem: Desconfiança;
Método de controlar a raiva: Destruir coisas ou lugares;
Coisas que o embaraçam (envergonham): --
Método de lidar com o embaraço: --
Medos: Morrer;
Método de lidar com o medo: Confiar em suas habilidades de sobrevivência;
Maus hábitos ou vícios: Bebidas Alcolicas e uso de drogas | Joias, olhar-se no espelho.
Preconceitos: --
Hábitos irritantes ou idiossincrasias: Sorrir sem nenhum proposito. | Pedir desculpas.
Altura: 1.68cm
Peso: 56kg
Olhos: Vermelho escuro;
Cabelo: Branco / Chegando à cintura. Sua franja é longa podendo até esconder o seu olho esquerdo. Há várias miçangas coloridas, pequenas à médias tranças e penas azuladas e esverdeadas espalhadas por todo seu cabelo, lhe dando um ar indígena | Usa cabelos soltos, longos e bem arrumados, formando leve ondas e cachos nas pontas. É marcada por uma franja muito bem planejada, desenhando o formato do rosto.
Cor da Pele: Pálida. Mas a tonalidade mais clara de cabelo destaca seu tom de pele a deixando mais "morena" do que é - sem deixar de ser branca;
Tom da voz: Sua voz é manipulada pelo sentimento que ela deseja mostrar. Geralmente ela é fria e indiferente, mas quando está com alguém amado, sua voz é amigável e até mesmo sedutora naturalmente.
Tipo de Corpo: Definida, Delicada, Curvilínea. Possui seios fartos, mas sem exagero, e um quadril avantajado e cintura fina e marcada. | Seu corpo fica bem mais marcado e feminino enquanto age como dama. Marcando bem mais os seios e o quadril.
Cheiro (aroma/perfume): Um delicado perfume de rosas (cheiro vindo de seu perfume casual) com uma pitada de sangue (é algo característico). A mistura não chega a ficar enjoativa, o sangue dá o contraste que a rosa precisa para o cheiro não ficar torturante às narinas. | Jasmins e Lírios
Traços físicos: Uma tatuagem vermelha em cima do olho esquerdo que forma três riscos. Seu corpo, principalmente as costas, é repleto de cicatrizes, profundas e superficiais espelhadas. Possui uma queimadura nas costas também, junto com as cicatrizes. | Quando age como uma dama, ela não possui nenhuma tatuagem/pintura de guerra, e esconde suas cicatrizes com maquiagem.
Peso: 56kg
Olhos: Vermelho escuro;
Cabelo: Branco / Chegando à cintura. Sua franja é longa podendo até esconder o seu olho esquerdo. Há várias miçangas coloridas, pequenas à médias tranças e penas azuladas e esverdeadas espalhadas por todo seu cabelo, lhe dando um ar indígena | Usa cabelos soltos, longos e bem arrumados, formando leve ondas e cachos nas pontas. É marcada por uma franja muito bem planejada, desenhando o formato do rosto.
Cor da Pele: Pálida. Mas a tonalidade mais clara de cabelo destaca seu tom de pele a deixando mais "morena" do que é - sem deixar de ser branca;
Tom da voz: Sua voz é manipulada pelo sentimento que ela deseja mostrar. Geralmente ela é fria e indiferente, mas quando está com alguém amado, sua voz é amigável e até mesmo sedutora naturalmente.
Tipo de Corpo: Definida, Delicada, Curvilínea. Possui seios fartos, mas sem exagero, e um quadril avantajado e cintura fina e marcada. | Seu corpo fica bem mais marcado e feminino enquanto age como dama. Marcando bem mais os seios e o quadril.
Cheiro (aroma/perfume): Um delicado perfume de rosas (cheiro vindo de seu perfume casual) com uma pitada de sangue (é algo característico). A mistura não chega a ficar enjoativa, o sangue dá o contraste que a rosa precisa para o cheiro não ficar torturante às narinas. | Jasmins e Lírios
Traços físicos: Uma tatuagem vermelha em cima do olho esquerdo que forma três riscos. Seu corpo, principalmente as costas, é repleto de cicatrizes, profundas e superficiais espelhadas. Possui uma queimadura nas costas também, junto com as cicatrizes. | Quando age como uma dama, ela não possui nenhuma tatuagem/pintura de guerra, e esconde suas cicatrizes com maquiagem.
Caráter do Personagem: Mesmo sendo "fiel", ainda busca melhores oportunidades. Poderia trair sim alguém que respeita, mas por motivos plausíveis. Como qualquer um, ama a Honra e a Gloria, mas acredita que só vale a pena quando são recebidas merecidamente, por esforço próprio. O respeito pelas regras é o primeiro item dos seus princípios internos. Detesta quebrar e ver regras sendo quebradas. Faz o tipo policial mal. Outra observação bem vista sobre River é sua crueldade diante pessoas inferiores, seja de outras aldeias ou de sua própria.
Em uma personalidade mais agradável, River demostra ser muito atenciosa e delicada, além de possuir uma educação e feminilidade impecável. Ama joias e acima de tudo vestidos bem confeccionados - mas troca toda a beleza e fortuna por um amor verdadeiro. Pensa mais na necessidade alheia que a própria.
Objetivos de Vida: Ser independente;
Hobbies: Cantarolar e dançar.
Em uma personalidade mais agradável, River demostra ser muito atenciosa e delicada, além de possuir uma educação e feminilidade impecável. Ama joias e acima de tudo vestidos bem confeccionados - mas troca toda a beleza e fortuna por um amor verdadeiro. Pensa mais na necessidade alheia que a própria.
Objetivos de Vida: Ser independente;
Hobbies: Cantarolar e dançar.
História
Alguns diriam que nascer em dia de chuva traria azar para a vida toda, enquanto outros, juravam que era simplesmente sorte - Ninguem poderia afirmar nada sobre isso, porém, Hana, nasceu em um dia chuvoso. Seu nome, cujo foi em homenagem à primeira coisa que sua mãe viu após o primeiro raio de sol surgir no meio da tempestade: um belo jardim repleto de rosas avermelhadas, no meio de uma rota de saida do país da chuva para o país do rio. Nem mesmo seus pais podiam dizer se a menina havia nascido no país da chuva ou do rio, mas isso não importava: eles estavam à caminho de Kiri, buscando novas oportunidades.
Por não conseguirem nem mesmo chegar ao país da água, seus pais decidiram viver clandestinamente por conta propria no meio do país do rio. Hana era apenas um bebê de colo, jamais entenderia as razoes de seus pais de partir de Amegakure no sato. Dentre várias escolhas, decidiram instruir a menina para ser apenas uma criança normal, e futuramente, uma mulher comum - não desejavam a vida ninja para a bela e fragil menininha que adorava caçar borboletas e colher flores variadas. Nesse meio tempo, nasceu outra criança, cujo nome fora oferecido à Liberdade: Frank.
Porém, todo o desejo de paz e estabilidade precisaram ser corrompidos com a guerra que ameaçava aproximar-se. Pensando apenas em sua pequena filha e o novo bebê que estava crescendo tão livre e feliz quando a mesma, o casal decidiu instruir a menina para a defesa propria, usando elementos naturais, sem a contar sobre vilas, graduações, e a vida ninja em geral. Queriam a sua menina pura, porém segura. Ela precisava proteger-se e um dia, proteger seu irmão contra a maldade que a guerra espalhava.
Longe de academias e de outras crianças, a menina aprendeu vários jutsus básicos e sentiu um amor por tudo aquilo. Adorava treinar, mais que tudo. Mas nunca deixou de colher suas flores ou caçar borboletas. Acima de tudo, Hana era uma menina normal e timida, adorava a paz e as coisas belas, respeitando até o menor dos insetos. Crueldade não representava nem 1% do delicado corpinho. Frank não fora diferente.
Mas nem tudo foi para sempre. Durante uma perícia, ninjas da ANBU de konoha encontrou o lar de Hana e Frank, onde que, após identificarem os pais dela como desertores, atacaram e colocaram fogo na casa. Iriam assassinar Hana e o menino junto, porém um ninja de olhos tão vermelhos quanto os das crianças e cabelos brancos como os dela impediram, dizendo que era apenas crianças e que morreriam em breve. A menina viu em seus olhos toda a maldade assim como o amor em forma bruta. Sentiu medo e curiosidade sobre o mundo. Esse ninja lhe entregou um pedaço de papel em segredo, com coordenadas. Hana saiu, amedrontada com o irmão em seus braços, segundo a trilha recebida, e acabou chegando ao deserto. Perdida entre dunas e sol forte, acabou em uma cadeia de pedras em formatos variados. Buscando um lugar para passar a noite, encontrou a gruta com a lápide de um guerreiro chamado River.
A vida da menina então voltou a ser amorosa. Mal havia completado sete anos e já podia controlar o vento ao seu favor. River a ensinou tudo, até mesmo a falar (coisa que havia parado de fazer desde a morte de seus pais). Hana passou a se apresentar como Han. Só após bastante tempo, Han percebeu que podia ver alguns espíritos e chakra descontroladamente – e principalmente, que seu amado mestre era apenas um espirito. Isso explicou muito o fato de seu irmão, após completar certa idade parou de ver o mestre - ele não possuia os mesmos olhos que a menina e sua sensibilidade. River era alguem misterioso que, possuia olhos curiosos e durante uma noite guiou a menina atordoada até um acampamento de assassinos onde, incorporada pelo espirito do guerreiro, assassinou todos e roubou um olho muito estranho: o rinnegan. Seu primeiro contato com aquele tipo de tecnica.
Ainda controlada pelo guerreiro, imobilizou o proprio irmão e nele implantou o Rinnegan. Quando acordou no dia seguinte, encontrou sangue em suas mãos e assustada, encontrou o irmão olhando para a propria imagem na agua - parecia enxergar com aqueles novos olhos - e tudo que River, o guerreiro pode falar foi "Ele precisa de um poder equivalente ao seu, não culpe-o".
Em sua fuga de realidade, a menina vagou até encontrar Suna. Na sua primeira noite nas ruas, foi capturada e a colocaram em um abrigo. Nunca mais pode voltar para seu lar – a gruta de River - e nunca mais pode voltar para seu irmão que, agora estava perdido no mundo. E pela primeira vez após tantos anos, sentiu-se solitária, vazia, e amargurada. Naquele momento, ela já não era mais a pequena Hana, a menina pura que amava a vida.
Aprendeu a conviver com outras pessoas no orfanato e conseguiu ingressar na academia ninja. Continuou vivendo uma vida normal, até que, voltou a procurar River e encontrou, descobriu sua kekkei genkai e percebeu porque podia ver os espíritos – consequentemente absorveu o chakra de seu mestre por completo. Seu irmão, por outro lado, já fora perdido no mundo.
Nessa etapa, Han perdeu quase toda a consciência própria. Dividiu sua mente em três. A doce e educada Hana, a infantil e revoltada Han e a fria e amarga River. Confusa e em erupção, voltou para a vila.
Aquela já não era mais a menina que todos diziam adorar. Naquela casca já não existia mais uma alma pura. Suas crueldades haviam começado. Dentro de seu laboratorio, ela assassinava a sangue frio médicos e enfermeiras, além de pacientes. Jamais errava seus cortes, ela havia provado ser uma ótima médica, assim como uma perfeita assassina.
O tempo passou rápido para a bela e cruel menina que agora atendia pelo pseudônimo Rivers. E nesse tempo, apaixonou-se por Ethan, um amigo. Porém, nem tudo era para sempre. Perdida nas drogas e em seu próprio desequilíbrio, a menina destruiu a propria vila, e aliou-se à Akatsuki. Não sabia ao certo porque, mas sentia a necessidade de ter alguem para proteger, e escolheu o lider da organização.
Em Amegakure no Sato, a vida não havia mudado. Todas as noites, corpos deitavam-se frios e úmidos sob os pés da atual mulher. Já não encontrava mais um objetivo na vida.
O suspiro de uma flecha. Faltava bem pouco, mas ele conseguira escapar da morte. O cervo ergueu a cabeça e por segundos fitou River, a flecha antes disparada, cravada ao lado do animal marcava um encontro que poderia ter sido fatal – mas por um segundo - o último - a jovem decidiu uma vida inteira. O que aquele animal havia feito? Não sentia fome ou frio, não havia necessidade daquele abate. O que o Hokage havia feito? Ainda havia muitas cartas, segredos e mistérios sob a mesa, a quais River insistia em fracassar na descoberta. Porque tão incapaz?
O cervo branco permaneceu por alguns segundos ali, encarando a garota, talvez se perguntando “porque ela não havia o matado com uma flechada certeira?”, e então, finalmente deu o primeiro passo, correndo e desaparecendo selva à dentro. O que faria um cervo naquele local? Nem mesmo essa simples pergunta a menina conseguia responder. Afinal, ela era só uma menina que um dia amou um homem sem coração, e um dia cedeu sua alma e coração às sombras, ao terror, e à solidão. Que boba ela era... Mas não precisava continuar a ser.
Mal havia parado para respirar. A poucas horas havia visto o Hokage ser atravessado por aquela luz. Assassinado pelo homem que controlava seus passos e suas sombras. Tão pouco abriu brechas para seu coração desabafar com seus pensamentos. Não poderia permitir mais lagrimas e mais ruinas em sua estrutura emocional. E então, em meio de tanto vazio, encontrou-se ali, tentando caçar. Deu um longo suspiro – daqueles bem famosos que ela dava a cada instante – e voltou a olhar para selva a dentro, onde com o passar das horas, apenas as trevas com seus olhos poderia encontrar.
Retirou a máscara de águia, e a fitou com tamanha indiferença. O que aquilo significava? Certamente apenas mais um de seus ataques de múltipla personalidade, ou talvez, uma possível comparação ao homem que definitivamente havia ruído seu coração. Ela não precisava daquilo. A maior e melhor das máscaras ela já possuía: o próprio rosto. Jogou a máscara fora, arremessando em algum arbusto.
Algo estava errado. Talvez o clima, ou aquela estranha escuridão que percorreu pelo mundo rapidamente. Talvez o mundo estivesse mais triste também. Engoliu seco e deu um assobio agudo e alto. Em algum lugar, seu falcão estava planando sob o breu, entre morcegos e corujas – mas em segundos, pousava na frente de River com toda sua soberania e arrogância, diga de um pássaro tão majestoso e marcante.
Sem cerimonias, River saltou em cima das costas do falcão, afagando as mãos nas finas penas perfeitamente ordenadas, sentiu o calor e a paz que raramente sentia, e finalmente tomaram voo. A viagem seria longa, não tanto, porém muito cansativa. Perguntava-se se o falcão aguentaria chegar com toda sua pose de poderoso. Agarrou o livro em seus delicados braços, abraçando-o com vontade. Como se fosse... como se fosse o corpo do Hokage, ali, deitado sobe suas coxas, próximo ao fim. Sim, ela guardaria aquele livro como se fosse o próprio amado – com cuidado e carinho.
A viagem fora como esperava: cansativa, mas aos pouco pode ver os alpes nevados surgir no horizonte. Sim, estava próxima ao seu destino: o único lugar no mundo que ninguém poderia a incomodar. Suspirou, um pouco cansada enquanto o falcão pousava no meio de um bosque de coníferas inundado com uma grossa camada de neve e gelo. Yukigakure no Sato era definitivamente silenciosa, principalmente enquanto tantas e tantas guerras ocorriam pelo mundo à fora.
River precisava daquele silencio. Para pensar e refletir. Os pássaros eram conhecidos por fugir do inverno, mas River era o contrário deles. Viera do verão para o inverno por desejo próprio, e sabia que ali teria todo o “calor” que um dia havia perdido dentro de seu peito.
Pisou na neve, afundando em um susto. Não imaginava que aquele lugar estivesse tão parado assim a ponto da neve acumular-se até sua cintura. Certamente não iria poder se locomover pela terra, e logo olhou para o falcão, exausto com um aspecto horrível. Sentiu pena, mas fazer o que? Era um pássaro ninja, deveria estar acostumado a qualquer situação. E aquela situação se tratava de uma missão muito importante em nome de um coração apodrecido.
Agarrada às garras do falcão, River sobrevoou todo o bosque até encontrar uma imensa cachoeira congelada. Ali seria o local? Ah, certamente seria! Precisava daquele lugar, precisava daquele momento.
Caminhou até a corredeira e ali, com seu ceifador, fez um buraco no gelo – revelando uma caverna musguenta. Lugar perfeito para deixar algo pra trás. Lugar perfeito para renascer. Olhou para cima, e então entrou no lugar confiante. Luzes se acenderam dentro de pequenas pedras esverdeadas. Sim, era real!
A muitos anos, River havia lido sobre um lugar entre a neve, perdido dentro de uma cachoeira onde o chakra vivia livre. Sentiu um calor interior e o livro escapou de seus braços, aterrissando em um pedestal de pedra. O livro se abriu, e folheou-se sem vento ou toque. Parecia magia quando as páginas em branco – aguardando o resto da história – ganhou palavras com a própria caligrafia do Hokage. Como se... ele mesmo tivesse terminado a história. Suspirou, um pouco assustada. O livro de fechou, e então, as luzes se apagaram. River ajoelhou-se, ainda sentindo aquele calor na escuridão, próxima ao gelo. Olhou para o livro e então uma lagrima lavou seu arrependimento.
Levantou-se, com a mesma determinação que havia entrado naquela gruta, e quando ia resgatar o livro, a última pagina, ainda em branco se abriu, e lá estavam as palavras “Seu desejo fora cumprido, está pronta para paga-lo por este?” – e então, sentiu seu corpo queimar e o coração esmagar, e então, perdeu a consciência de tanta dor que sentiu.
Ainda com a cabeça doendo pela estranha fervura, apalpou a estrutura em que estava deitada, ainda com os olhos fechados e pode sentir um tecido fino e por baixo, uma quantidade generosa do que parecia ser feno. Não estava frio nem quente. Ouviu o estalar de lenhas queimando – lembrou-se claramente de sua casa sendo incendiada com seus pais dentro, mortos.
Sentiu cheiro de sopa também. Daquelas bem caprichadas, com bastante legumes e temperos. Lembrou-se imediatamente que sua última refeição havia sido feita ainda em Amekagure no Sato. Quando tempo havia passado desde então?
Abriu os olhos devagar e olhou para tudo ao seu redor. Notou que estava sem sua armadura pesada e seu quimono. Vestia um vestido branco oriental, bem confeccionado até, com detalhes prateados. Passou a mão delicadamente nos cabelos, e eles estavam sem nenhuma missanga ou trança. Olhou para a esquerda, e viu todos seus acessórios em um frasco.
Bufou, tentando levantar com uma dificuldade evidente. Estava em um cômodo feito de pedra, bem simples, porém, belo. Vagou apoiando-se em alguns moveis de madeira próximos, sentindo uma dor estranha no estomago, até alcançar um espelho, onde olhou-se atenta e assustada: Seu cabelo estava totalmente solto e desembaraçado – do jeito que detestava -, vestia um quimono bem feminino e como já imaginava, perfeitamente confeccionado, branco e prateado, com alguns detalhes e desenhos de flocos de gelo. Suas pinturas de guerra haviam sido lavadas tanto que nem mesmo restara marcas.
Mas outra coisa lhe deixou curiosa. Abriu o quimono, deixando o corpo à mostra, e então, olhou as próprias costas no espelho e infelizmente suas cicatrizes ainda estavam lá, porém percebeu que elas faziam um desenho de uma águia. Suspirou. Como desejava estar sem aquelas marcas...
Não entendia muito bem o que estava acontecendo, mas se sentia tão fraca. E então, desesperou-se, olhou para todos os lados e então, finalmente avistou o livro. Correu em sua direção, dando um grunhido de dor, tocando no abdome. Recuperou-se rapidamente e pegou o livro com um abraço apertado. E então, rapidamente o folheou e na última página a mensagem havia desaparecido e dado espaço para outra: “Meu povo necessita de uma Deusa, por cinco anos, servirá em meu nome”.
- Uma deusa? Sério isso? Jamais imaginaria que seria algo tão estupido. Só pedi para me contar o que havia acontecido depois! – Resmungou alto.
- E ele te contou. Em troca de uma coisa bem simples: viver aqui por 5 anos ajudando o povo e agindo como uma verdadeira Deusa. – Uma voz masculina respondeu-a. River virou-se imediatamente, deparando-se com um homem mais alto que ela, de cabelos médios negros, e olhos bem escuros. Era bonito e lembrava levemente o Hokage. Estava a menos de um metro de River, e isso a assustava. – Deveria estar grata, sabia.
- Gr-grata? Eu estarei cinco anos presa nesse lugar. Sou guardiã de Amegakure no Sato, preciso voltar para casa! – Gritou, um pouco nervosa e tensa, não sabia o que esperar. Seu corpo parecia ter sido torturado por dias, e depois jogado de um penhasco. Sentia dores e não sabia porquê. O homem a empurrou contra a cômoda, segurando em um de seus pulsos, apertando-o.
- Durante cinco anos, esse será o seu lar. Após isso, sinta-se à vontade para sumir ou terminar de se matar, garotinha. – Suspirou, a soltando, retornando até uma porta – Mas enquanto esses cinco anos... Você não sairá daqui. Afinal, essa é a sua maldição. A nossa maldição. Começarei a lhe treinar amanhã. – Seu tom de voz diminuiu, tocando levemente o coração revoltado da garota. Aquela seria sua nova aventura?
Os dias passavam lentos, e a menina angustiada desejava que aqueles cinco anos passassem depressa. Enquanto não saia daquela construção de pedra, o homem desconhecido a ensinava tudo que precisava saber sobre a missão. “Ser delicada, educada, feminina e gentil. Vestir apenas roupas brancas e prateadas. No máximo um azul. Agir como se fosse uma verdadeira dama – coisa que você não é – e transmitir sabedoria positiva.” – era isso que ele sempre dizia, enquanto ensinava ela a usar talheres, comer como uma dama e agir, principalmente. Ensinou também a cozinhar e costurar – ali ela possuía muito tempo.
E finalmente, após um mês, River foi levada a um vilarejo coberto de gelo na frente de um imenso palácio feito inteiramente de gelo. A garota mal acreditou quando viu o quão belo era o lugar que seria forçada a viver e fingir uma vida por cinco anos.
No palácio de gelo, recebeu aposentos belíssimos e confortáveis, dos quais atendiam todas as necessidades da garota. Sua armadura, armas e acessórios também foram levados para o lugar. Mas com a promessa de jamais toca-los novamente até completar cinco anos naquele lugar que de princípio parecia a porta de sua paz.
Ainda um pouco revoltada e nervosa, parecia um menina a chorar quase todas as noites, sem relatar nem mesmo um motivo. Solitária, passava grande parte do tempo sentindo as brisas gélidas daquele inverno eterno, e pintando quadros onde a cor negra predominava. Sempre um homem andando para a escuridão. No fim, jogava os quadros na lareira de seu quarto, e assistia até a última marca de tinta desaparecer nas brasas.
River também era forçada a visitar o vilarejo, onde todos a tratavam muito bem, ofereciam presentes, sorridentes. Crianças corriam em sua volta, a chamando de formas carinhosas. Além das palavras, a garota notava no olhar das pessoas, e neles encontrava todo o amor que nunca sentira naquele mundo. Podia ver que eram honestos com seus sentimentos por ela. Amavam-na, e desejavam o mesmo amor em troca. A garota sorriu da mesma forma que sorriria para Yusuke se ele permitisse, e os olhou da mesma forma amável. Todos sorriram para ela, e finalmente sentiu que podia ser feliz, podia ser sim comum, amada, ter uma vida – longe de tudo que a afligia. Olhou para trás, e lá estava o homem que estava lhe ajudando tanto. Ele estava sorrindo da mesma forma que um dia desejou que o Hokage sorrisse para ela – mas nunca sorriu.
Passou a frequentar mais a aldeia, ajudando na área médica, brincando com as crianças e repassando o que sabia para as pessoas. Sempre junto com aquele homem que nem sabia o nome, como se fossem rei e rainha daquele povo. Venerava-os como Deuses e salvadores. Talvez fossem.
E assim passaram-se um ano naquela prisão libertadora. River encontrou-se em uma sacada, admirando o horizonte nevado, e mais distante ainda uma floresta verde e viva. Que saudades ela sentia do clima quente e das vistas coloridas. O branco não lhe agradava tanto assim, mas lhe proporcionava uma paz incrível. Suspirou, pensando em tudo que poderia estar acontecendo no mundo, distante daquele lugar tão diferentemente magico.
- Às vezes me encontro fitando esse horizonte, imaginando o quanto o mundo deve ter mudado desde a última vez que respirei aqueles ares. – O homem surgiu de repente, assustando a menina e interrompendo seu silencio. Ele sorriu para ela amavelmente.
- Quando disse que essa era a nossa maldição... Queria dizer que também fez o pacto com aqueles antigos imperadores do país da neve? – Suspirou, River, com um ar sombrio e mesmo assim, tão suave e amável como as nuvens.
- Ah, é uma boa pergunta e uma longa historia. – Respondeu com receio.
- O que desejou? – River o fitou com um olhar entristecido. Imaginava diversas coisas e algo lhe dizia que estava certa.
- Isso faz muitos anos. E mesmo assim, você foi a primeira que fez essa pergunta, enquanto todos os outros apenas desejavam apenas partir, e pensavam apenas em si mesmos... – Deu uma longa pausa – Um dia, fui até a gruta e desejei algo além da vida e da morte.
- Desejou que eles trouxessem alguém de volta a vida? – Suspirou River, quase em lagrimas.
- É um pedido grande. – Sorriu entristecido. – E assim o fez. Uma vida é muito cara. Quinhentos anos de servidão. E apenas recebi a notícia que meu desejo fora realizado, meu e de Zari. – Deu um suspiro longo – Quando se ama alguém, você deseja ir até o infinito por esse alguém. Takeshi, nosso filho, havia morrido durante a primeira guerra ninja. Tão jovem. E então, foi nossa única opção. Dividimos os mil anos em dois, e eu e Zari nos encontramos aqui. Solitários nesse reino tão curioso.
- Zari era sua esposa, correto? Mas o que aconteceu com ela? – Não parecia curiosa. Apenas fria e indiferente.
- Sabe, há uma barreira em volta desse reino. Aqueles que ultrapassam são esquecidos e apagados do mundo. Zari não aguentou os dez primeiros anos e tentou fugir, assim como vários depois dela. – Ele engoliu seco – Suas carnes desaparecem, queimam, e então, apenas os ossos restam, fortalecendo a barreira. Pessoas que não foram bons ao povo também tiveram o mesmo fim.
- Então terei que ficar aqui, fingindo ser essa pessoa que não sou por mais quatro anos? – Objetiva e clara, era o que River desejava parecer para não desabar em lagrimas, enquanto lembrava de Yusuke e de suas sombras. O quanto desejava saber o que havia no resto do livro. O quanto queria ter notícias de casa. Nunca sentira tanta falta de Clarke ou do Mascarado.
- Sim. Mas não é tão ruim assim. A vida aqui é boa, e tudo que precisa fazer é ser boa. Todos aqui já estão mortos. Assim como eu e você. – Aproximou-se da garota, ficando ao seu lado, fitando o horizonte com um sorriso – No final, valerá a pena. Tenho certeza. Ainda espero sair daqui e reencontrar Takeshi. – Ele gargalhou – E afinal, meu nome é Hiro. – River olhou para o homem e seus olhos brilharam
- Então o tempo passa para eles também. – River olhou para as próprias mãos. Estavam tremendo. – Já se passaram quatro guerras desde então. – Os olhos da menina manearam para o rosto do homem que demostrava uma expressão insegura. – Se um dia voltarmos, iriamos para o dia em que viemos para cá ou... para o dia de hoje?
- Não sei. Não recebemos notícias do mundo a fora. – Ele cruzou os braços atrás das costas. – Mas me prometa que ficará até o final de seu acordo e voltará bem para casa. E se puder, arranje uma forma de me enviar notícias.
- Eu prometo. – Deu um longo suspiro, e logo abriu um sorriso simpático, que logo deu lugar a aflição – Mas, o que diz no livro? Não me deixou ver. Ando pensativa, não sei se ficarei bem enquanto não souber...
- Se eu lhe contar, não sei o que irá fazer. – A expressão do homem ficou indecifrável, a menina não conseguia descobrir se era uma notícia boa ou ruim, e então desistiu e deu a volta, entrando dentro do palácio, deixando-o na solidão dos dias frios.
E conforme o tempo passava, os dois iam criando laços e uma aproximação quase perfeita, agindo como um par, um casal fiel – mesmo sem o toque. E decidiram que, enquanto estivessem ali, o mundo fora não importava. Era como um genjutsu eterno a qual eles estavam presos por muitos e muitos anos. Viam pessoas nascer e morrer durante aquele tempo. Mas seus corpos não envelheciam um dia sequer. Embora o cabelo de River crescesse e ficasse cada vez mais brilhante e belo, com leves cachos e ondulações, sua face e pele continuavam impecáveis.
Passou a usar joias também. Prateadas para combinar com suas vestes casuais, ostentando pedras preciosas por todas as partes. Brincos, colares, braceletes. Era um festival de brilho e todos elogiavam sua beleza impecável. Sim, River descobriu a própria beleza e vaidade. Mas a quanto tempo mais isso duraria? Afinal, ela era uma ninja de nível alto, apenas armaduras e quimonos neutros combinavam com sua personalidade selvagem. E salto alto não caia bem com armaduras.
Sorria o tempo todo, como uma boneca, e era gentil com todos. Por cinco anos, ela fora a mulher mais gentil e delicada de todas, sempre ao lado daquele belo homem que tanto lembrava seu amado – porém, em alguns momentos, ele parecia portar um sharingan, principalmente em seus momentos solitários, na escuridão. River não o temia, mas sabia que um momento ele iria enlouquecer. 500 anos naquela terra, obrigado a ser gentil e feliz. Certamente escondia um passado mais terrível que o da garota – mas isso não a assustava.
Por três anos, aceitou viver um romance com o homem. Por três anos foi feliz como uma mulher normal, sempre pensando no Hokage, desejando que ele estivesse ali, no lugar de Hiro. Por três anos ela fingiu ser alguém que não era. Pode ver aquele mundo de uma forma diferente. As pessoas não viam “River”, e sim alguma outra coisa. Amavam outra pessoa. Hiro a mostrou isso – eles acreditavam que eles eram os antigos reis daquelas terras e era por isso que deveriam fingir tão bem ser pessoas que não eram.
Mas foi no último mês que a garota olhou Hiro como ele realmente era. Em um encontro inapropriado em um quarto de pouca iluminação, o homem ativou o que parecia ser um fuumetsu mangekyou sharingan. Fitou a garota com um certo ódio, arrepiando até a nuca da garota. Uma aura negativa que nem mesmo o Hokage faria questão de expor. Ele sentia raiva, e a garota não entendia porque. Ambos sabiam que no final, ela partiria para tentar consertar e reverter o tempo perdido, e ele ficaria ali, mas parecia que ele não desejava isso. Não queria ficar sozinho novamente.
- Porque não fica? Sabe que pode ficar o tempo que desejar. Seriamos imortais para sempre! – o homem rosnou – Você terá beleza e muitas joias. Terá tudo que uma mulher mais deseja na vida. Não tem porque voltar para aquela vida miserável que possui! Uma ninja? Faça-me rir.
- É a minha vida, Hiro. Eu tenho responsabilidades, o mundo me espera. – Fez um sinal com os braços como se quisesse acalmar o homem raivoso. – Beleza? Joias? Essa não sou eu. Não nego que adoro tudo isso. Mas essa não sou eu. Sou uma ninja sim, e vivo disso. É isso que mais amo nesse mundo.
- Mentira! Ama aquele homem a qual chama de Hokage. Pensa que não sei dos quadros queimados com a imagem dele? Ou que chama por ele enquanto dorme? Ou que o seu maior desejo naquela gruta era saber o que exatamente aconteceu com ele? Então eu digo que ele está vivo. E você não. – Cerrou os olhos, e então aproximou-se da garota, e a enforcou – Você sabe qual é a diferença? Ele nunca te amou e nunca vai te amar, mas eu... – E então, a beijou, soltando-a aos poucos, que o empurrou imediatamente – Posso te amar.
- Não, não pode, e você está a tanto tempo aqui que está ficando louco. – Ofegantemente, passou o braço na boca, secando-a. – Falta tão pouco tempo para você sair e tomar um novo rumo a essa vida. Porque não espera mais um pouco?
- Novo rumo? Meu filho provavelmente está morto. Minha esposa se suicidou e se passaram tantos anos desde então. E sabe, quando eu disse que faltava pouco tempo... bom, meu pagamento aqui já terminou a muito tempo, eu apenas preferi ficar. Não há nada para mim lá fora.
- Mas para mim tem. – A garota virou as costas e saiu correndo.
E então, o último mês passou, e distanciou o casal. E no fim do último dia, uma luz desceu sobre ela, lhe avisando que era preciso fazer uma escolha. Ela certamente sabia o que responder, mas antes, olhou para trás, e lá estava Hiro, com uma roupa negra, olhando para ela com o sharingan ativado. Aquela imagem, aquele momento. Nada do que havia corrido fazia alguma diferença naquele instante. Seu coração bateu rápido e ela correu até ele. E então, o beijou, e de perto olhou no fundo de seus olhos. A decisão já havia sido feita. Sorriu e o mundo escureceu.
Sem cerimonias, abriu a carta. Era de Hiro, e lá ele falava sobre Takeshi. Dizia que, mesmo depois de ter mudado, recebeu notícias sobre seu filho. Falou que um dia ele tornou-se um samurai que a muito fora selado em uma gruta e um dia encontrou uma garotinha... naquele instante, River não conseguiu se segurar, o choro fora tanto que molhou a carta, embaçando algumas palavras escritas com tinta preta. Porque Hiro havia escondido aquilo o tempo todo? Será que ele sabia que ela carregava seu filho em seu coração e espirito?
Levantou-se, pegando suas coisas e então avistou o livro empoeirado, em cima do pedestal, lhe aguardando. Abriu a última página e havia apenas um “obrigado”, que em segundos desapareceu como um sopro. A garota sorriu, e logo olhou-se para um espelho de gelo, onde notou que estava sim mais envelhecida, mas ainda assim, bela e jovial.
Acabou descobrindo em um vilarejo próximo que, não havia passado apenas cinco anos como previsto e sim seis! Um ano adormecida. Naquele mesmo vilarejo, serviu como sacerdotisa, onde era sucumbida a cuidar dos feridos e ajudar os necessitados. Todo aquele espirito bondoso ainda circulava em sua veia e finalmente pode ver os mesmos olhos e mesmos sorrisos de bondade que tanto amava, porém aquelas pessoas não viam nenhuma entidade especial, e sim a própria River, que no momento se apresentava com Sea.
Mas todos os dias, ao despertar e antes de deitar, pensava no Hokage, de o reencontrar, e ver se estava realmente bem. Ela era a guardiã de sua história, ela era a sua rainha... Porém, não podia deixar as pessoas na mão: os ajudou por bastante tempo e só partiu após ter treinado outras meninas para o cargo, lhe ensinando jutsus medicinais.
E então, deparou-se com nove anos longe de sua casa, de seus amados, de sua vida. Sentiu-se obrigada a voltar. E após nove anos distante, ela invocou seu falcão para voltar para Ame, mas seu coração ainda pertencia a Konoha – a uma pessoa em especial. Suspirou, aflita. Não sabia o que havia ocorrido nos últimos 10 anos. Talvez tivesse sido decretada como morta – principalmente por ter desaparecido durante o período da guerra. Entristecida, já não sabia o que pensar.
Por não conseguirem nem mesmo chegar ao país da água, seus pais decidiram viver clandestinamente por conta propria no meio do país do rio. Hana era apenas um bebê de colo, jamais entenderia as razoes de seus pais de partir de Amegakure no sato. Dentre várias escolhas, decidiram instruir a menina para ser apenas uma criança normal, e futuramente, uma mulher comum - não desejavam a vida ninja para a bela e fragil menininha que adorava caçar borboletas e colher flores variadas. Nesse meio tempo, nasceu outra criança, cujo nome fora oferecido à Liberdade: Frank.
Porém, todo o desejo de paz e estabilidade precisaram ser corrompidos com a guerra que ameaçava aproximar-se. Pensando apenas em sua pequena filha e o novo bebê que estava crescendo tão livre e feliz quando a mesma, o casal decidiu instruir a menina para a defesa propria, usando elementos naturais, sem a contar sobre vilas, graduações, e a vida ninja em geral. Queriam a sua menina pura, porém segura. Ela precisava proteger-se e um dia, proteger seu irmão contra a maldade que a guerra espalhava.
Longe de academias e de outras crianças, a menina aprendeu vários jutsus básicos e sentiu um amor por tudo aquilo. Adorava treinar, mais que tudo. Mas nunca deixou de colher suas flores ou caçar borboletas. Acima de tudo, Hana era uma menina normal e timida, adorava a paz e as coisas belas, respeitando até o menor dos insetos. Crueldade não representava nem 1% do delicado corpinho. Frank não fora diferente.
Mas nem tudo foi para sempre. Durante uma perícia, ninjas da ANBU de konoha encontrou o lar de Hana e Frank, onde que, após identificarem os pais dela como desertores, atacaram e colocaram fogo na casa. Iriam assassinar Hana e o menino junto, porém um ninja de olhos tão vermelhos quanto os das crianças e cabelos brancos como os dela impediram, dizendo que era apenas crianças e que morreriam em breve. A menina viu em seus olhos toda a maldade assim como o amor em forma bruta. Sentiu medo e curiosidade sobre o mundo. Esse ninja lhe entregou um pedaço de papel em segredo, com coordenadas. Hana saiu, amedrontada com o irmão em seus braços, segundo a trilha recebida, e acabou chegando ao deserto. Perdida entre dunas e sol forte, acabou em uma cadeia de pedras em formatos variados. Buscando um lugar para passar a noite, encontrou a gruta com a lápide de um guerreiro chamado River.
A vida da menina então voltou a ser amorosa. Mal havia completado sete anos e já podia controlar o vento ao seu favor. River a ensinou tudo, até mesmo a falar (coisa que havia parado de fazer desde a morte de seus pais). Hana passou a se apresentar como Han. Só após bastante tempo, Han percebeu que podia ver alguns espíritos e chakra descontroladamente – e principalmente, que seu amado mestre era apenas um espirito. Isso explicou muito o fato de seu irmão, após completar certa idade parou de ver o mestre - ele não possuia os mesmos olhos que a menina e sua sensibilidade. River era alguem misterioso que, possuia olhos curiosos e durante uma noite guiou a menina atordoada até um acampamento de assassinos onde, incorporada pelo espirito do guerreiro, assassinou todos e roubou um olho muito estranho: o rinnegan. Seu primeiro contato com aquele tipo de tecnica.
Ainda controlada pelo guerreiro, imobilizou o proprio irmão e nele implantou o Rinnegan. Quando acordou no dia seguinte, encontrou sangue em suas mãos e assustada, encontrou o irmão olhando para a propria imagem na agua - parecia enxergar com aqueles novos olhos - e tudo que River, o guerreiro pode falar foi "Ele precisa de um poder equivalente ao seu, não culpe-o".
Em sua fuga de realidade, a menina vagou até encontrar Suna. Na sua primeira noite nas ruas, foi capturada e a colocaram em um abrigo. Nunca mais pode voltar para seu lar – a gruta de River - e nunca mais pode voltar para seu irmão que, agora estava perdido no mundo. E pela primeira vez após tantos anos, sentiu-se solitária, vazia, e amargurada. Naquele momento, ela já não era mais a pequena Hana, a menina pura que amava a vida.
Aprendeu a conviver com outras pessoas no orfanato e conseguiu ingressar na academia ninja. Continuou vivendo uma vida normal, até que, voltou a procurar River e encontrou, descobriu sua kekkei genkai e percebeu porque podia ver os espíritos – consequentemente absorveu o chakra de seu mestre por completo. Seu irmão, por outro lado, já fora perdido no mundo.
Nessa etapa, Han perdeu quase toda a consciência própria. Dividiu sua mente em três. A doce e educada Hana, a infantil e revoltada Han e a fria e amarga River. Confusa e em erupção, voltou para a vila.
Aquela já não era mais a menina que todos diziam adorar. Naquela casca já não existia mais uma alma pura. Suas crueldades haviam começado. Dentro de seu laboratorio, ela assassinava a sangue frio médicos e enfermeiras, além de pacientes. Jamais errava seus cortes, ela havia provado ser uma ótima médica, assim como uma perfeita assassina.
O tempo passou rápido para a bela e cruel menina que agora atendia pelo pseudônimo Rivers. E nesse tempo, apaixonou-se por Ethan, um amigo. Porém, nem tudo era para sempre. Perdida nas drogas e em seu próprio desequilíbrio, a menina destruiu a propria vila, e aliou-se à Akatsuki. Não sabia ao certo porque, mas sentia a necessidade de ter alguem para proteger, e escolheu o lider da organização.
Em Amegakure no Sato, a vida não havia mudado. Todas as noites, corpos deitavam-se frios e úmidos sob os pés da atual mulher. Já não encontrava mais um objetivo na vida.
* * *
O suspiro de uma flecha. Faltava bem pouco, mas ele conseguira escapar da morte. O cervo ergueu a cabeça e por segundos fitou River, a flecha antes disparada, cravada ao lado do animal marcava um encontro que poderia ter sido fatal – mas por um segundo - o último - a jovem decidiu uma vida inteira. O que aquele animal havia feito? Não sentia fome ou frio, não havia necessidade daquele abate. O que o Hokage havia feito? Ainda havia muitas cartas, segredos e mistérios sob a mesa, a quais River insistia em fracassar na descoberta. Porque tão incapaz?
O cervo branco permaneceu por alguns segundos ali, encarando a garota, talvez se perguntando “porque ela não havia o matado com uma flechada certeira?”, e então, finalmente deu o primeiro passo, correndo e desaparecendo selva à dentro. O que faria um cervo naquele local? Nem mesmo essa simples pergunta a menina conseguia responder. Afinal, ela era só uma menina que um dia amou um homem sem coração, e um dia cedeu sua alma e coração às sombras, ao terror, e à solidão. Que boba ela era... Mas não precisava continuar a ser.
Mal havia parado para respirar. A poucas horas havia visto o Hokage ser atravessado por aquela luz. Assassinado pelo homem que controlava seus passos e suas sombras. Tão pouco abriu brechas para seu coração desabafar com seus pensamentos. Não poderia permitir mais lagrimas e mais ruinas em sua estrutura emocional. E então, em meio de tanto vazio, encontrou-se ali, tentando caçar. Deu um longo suspiro – daqueles bem famosos que ela dava a cada instante – e voltou a olhar para selva a dentro, onde com o passar das horas, apenas as trevas com seus olhos poderia encontrar.
Retirou a máscara de águia, e a fitou com tamanha indiferença. O que aquilo significava? Certamente apenas mais um de seus ataques de múltipla personalidade, ou talvez, uma possível comparação ao homem que definitivamente havia ruído seu coração. Ela não precisava daquilo. A maior e melhor das máscaras ela já possuía: o próprio rosto. Jogou a máscara fora, arremessando em algum arbusto.
Algo estava errado. Talvez o clima, ou aquela estranha escuridão que percorreu pelo mundo rapidamente. Talvez o mundo estivesse mais triste também. Engoliu seco e deu um assobio agudo e alto. Em algum lugar, seu falcão estava planando sob o breu, entre morcegos e corujas – mas em segundos, pousava na frente de River com toda sua soberania e arrogância, diga de um pássaro tão majestoso e marcante.
Sem cerimonias, River saltou em cima das costas do falcão, afagando as mãos nas finas penas perfeitamente ordenadas, sentiu o calor e a paz que raramente sentia, e finalmente tomaram voo. A viagem seria longa, não tanto, porém muito cansativa. Perguntava-se se o falcão aguentaria chegar com toda sua pose de poderoso. Agarrou o livro em seus delicados braços, abraçando-o com vontade. Como se fosse... como se fosse o corpo do Hokage, ali, deitado sobe suas coxas, próximo ao fim. Sim, ela guardaria aquele livro como se fosse o próprio amado – com cuidado e carinho.
A viagem fora como esperava: cansativa, mas aos pouco pode ver os alpes nevados surgir no horizonte. Sim, estava próxima ao seu destino: o único lugar no mundo que ninguém poderia a incomodar. Suspirou, um pouco cansada enquanto o falcão pousava no meio de um bosque de coníferas inundado com uma grossa camada de neve e gelo. Yukigakure no Sato era definitivamente silenciosa, principalmente enquanto tantas e tantas guerras ocorriam pelo mundo à fora.
River precisava daquele silencio. Para pensar e refletir. Os pássaros eram conhecidos por fugir do inverno, mas River era o contrário deles. Viera do verão para o inverno por desejo próprio, e sabia que ali teria todo o “calor” que um dia havia perdido dentro de seu peito.
Pisou na neve, afundando em um susto. Não imaginava que aquele lugar estivesse tão parado assim a ponto da neve acumular-se até sua cintura. Certamente não iria poder se locomover pela terra, e logo olhou para o falcão, exausto com um aspecto horrível. Sentiu pena, mas fazer o que? Era um pássaro ninja, deveria estar acostumado a qualquer situação. E aquela situação se tratava de uma missão muito importante em nome de um coração apodrecido.
Agarrada às garras do falcão, River sobrevoou todo o bosque até encontrar uma imensa cachoeira congelada. Ali seria o local? Ah, certamente seria! Precisava daquele lugar, precisava daquele momento.
Caminhou até a corredeira e ali, com seu ceifador, fez um buraco no gelo – revelando uma caverna musguenta. Lugar perfeito para deixar algo pra trás. Lugar perfeito para renascer. Olhou para cima, e então entrou no lugar confiante. Luzes se acenderam dentro de pequenas pedras esverdeadas. Sim, era real!
A muitos anos, River havia lido sobre um lugar entre a neve, perdido dentro de uma cachoeira onde o chakra vivia livre. Sentiu um calor interior e o livro escapou de seus braços, aterrissando em um pedestal de pedra. O livro se abriu, e folheou-se sem vento ou toque. Parecia magia quando as páginas em branco – aguardando o resto da história – ganhou palavras com a própria caligrafia do Hokage. Como se... ele mesmo tivesse terminado a história. Suspirou, um pouco assustada. O livro de fechou, e então, as luzes se apagaram. River ajoelhou-se, ainda sentindo aquele calor na escuridão, próxima ao gelo. Olhou para o livro e então uma lagrima lavou seu arrependimento.
Levantou-se, com a mesma determinação que havia entrado naquela gruta, e quando ia resgatar o livro, a última pagina, ainda em branco se abriu, e lá estavam as palavras “Seu desejo fora cumprido, está pronta para paga-lo por este?” – e então, sentiu seu corpo queimar e o coração esmagar, e então, perdeu a consciência de tanta dor que sentiu.
* * *
Ainda com a cabeça doendo pela estranha fervura, apalpou a estrutura em que estava deitada, ainda com os olhos fechados e pode sentir um tecido fino e por baixo, uma quantidade generosa do que parecia ser feno. Não estava frio nem quente. Ouviu o estalar de lenhas queimando – lembrou-se claramente de sua casa sendo incendiada com seus pais dentro, mortos.
Sentiu cheiro de sopa também. Daquelas bem caprichadas, com bastante legumes e temperos. Lembrou-se imediatamente que sua última refeição havia sido feita ainda em Amekagure no Sato. Quando tempo havia passado desde então?
Abriu os olhos devagar e olhou para tudo ao seu redor. Notou que estava sem sua armadura pesada e seu quimono. Vestia um vestido branco oriental, bem confeccionado até, com detalhes prateados. Passou a mão delicadamente nos cabelos, e eles estavam sem nenhuma missanga ou trança. Olhou para a esquerda, e viu todos seus acessórios em um frasco.
Bufou, tentando levantar com uma dificuldade evidente. Estava em um cômodo feito de pedra, bem simples, porém, belo. Vagou apoiando-se em alguns moveis de madeira próximos, sentindo uma dor estranha no estomago, até alcançar um espelho, onde olhou-se atenta e assustada: Seu cabelo estava totalmente solto e desembaraçado – do jeito que detestava -, vestia um quimono bem feminino e como já imaginava, perfeitamente confeccionado, branco e prateado, com alguns detalhes e desenhos de flocos de gelo. Suas pinturas de guerra haviam sido lavadas tanto que nem mesmo restara marcas.
Mas outra coisa lhe deixou curiosa. Abriu o quimono, deixando o corpo à mostra, e então, olhou as próprias costas no espelho e infelizmente suas cicatrizes ainda estavam lá, porém percebeu que elas faziam um desenho de uma águia. Suspirou. Como desejava estar sem aquelas marcas...
Não entendia muito bem o que estava acontecendo, mas se sentia tão fraca. E então, desesperou-se, olhou para todos os lados e então, finalmente avistou o livro. Correu em sua direção, dando um grunhido de dor, tocando no abdome. Recuperou-se rapidamente e pegou o livro com um abraço apertado. E então, rapidamente o folheou e na última página a mensagem havia desaparecido e dado espaço para outra: “Meu povo necessita de uma Deusa, por cinco anos, servirá em meu nome”.
- Uma deusa? Sério isso? Jamais imaginaria que seria algo tão estupido. Só pedi para me contar o que havia acontecido depois! – Resmungou alto.
- E ele te contou. Em troca de uma coisa bem simples: viver aqui por 5 anos ajudando o povo e agindo como uma verdadeira Deusa. – Uma voz masculina respondeu-a. River virou-se imediatamente, deparando-se com um homem mais alto que ela, de cabelos médios negros, e olhos bem escuros. Era bonito e lembrava levemente o Hokage. Estava a menos de um metro de River, e isso a assustava. – Deveria estar grata, sabia.
- Gr-grata? Eu estarei cinco anos presa nesse lugar. Sou guardiã de Amegakure no Sato, preciso voltar para casa! – Gritou, um pouco nervosa e tensa, não sabia o que esperar. Seu corpo parecia ter sido torturado por dias, e depois jogado de um penhasco. Sentia dores e não sabia porquê. O homem a empurrou contra a cômoda, segurando em um de seus pulsos, apertando-o.
- Durante cinco anos, esse será o seu lar. Após isso, sinta-se à vontade para sumir ou terminar de se matar, garotinha. – Suspirou, a soltando, retornando até uma porta – Mas enquanto esses cinco anos... Você não sairá daqui. Afinal, essa é a sua maldição. A nossa maldição. Começarei a lhe treinar amanhã. – Seu tom de voz diminuiu, tocando levemente o coração revoltado da garota. Aquela seria sua nova aventura?
* * *
Os dias passavam lentos, e a menina angustiada desejava que aqueles cinco anos passassem depressa. Enquanto não saia daquela construção de pedra, o homem desconhecido a ensinava tudo que precisava saber sobre a missão. “Ser delicada, educada, feminina e gentil. Vestir apenas roupas brancas e prateadas. No máximo um azul. Agir como se fosse uma verdadeira dama – coisa que você não é – e transmitir sabedoria positiva.” – era isso que ele sempre dizia, enquanto ensinava ela a usar talheres, comer como uma dama e agir, principalmente. Ensinou também a cozinhar e costurar – ali ela possuía muito tempo.
E finalmente, após um mês, River foi levada a um vilarejo coberto de gelo na frente de um imenso palácio feito inteiramente de gelo. A garota mal acreditou quando viu o quão belo era o lugar que seria forçada a viver e fingir uma vida por cinco anos.
No palácio de gelo, recebeu aposentos belíssimos e confortáveis, dos quais atendiam todas as necessidades da garota. Sua armadura, armas e acessórios também foram levados para o lugar. Mas com a promessa de jamais toca-los novamente até completar cinco anos naquele lugar que de princípio parecia a porta de sua paz.
Ainda um pouco revoltada e nervosa, parecia um menina a chorar quase todas as noites, sem relatar nem mesmo um motivo. Solitária, passava grande parte do tempo sentindo as brisas gélidas daquele inverno eterno, e pintando quadros onde a cor negra predominava. Sempre um homem andando para a escuridão. No fim, jogava os quadros na lareira de seu quarto, e assistia até a última marca de tinta desaparecer nas brasas.
River também era forçada a visitar o vilarejo, onde todos a tratavam muito bem, ofereciam presentes, sorridentes. Crianças corriam em sua volta, a chamando de formas carinhosas. Além das palavras, a garota notava no olhar das pessoas, e neles encontrava todo o amor que nunca sentira naquele mundo. Podia ver que eram honestos com seus sentimentos por ela. Amavam-na, e desejavam o mesmo amor em troca. A garota sorriu da mesma forma que sorriria para Yusuke se ele permitisse, e os olhou da mesma forma amável. Todos sorriram para ela, e finalmente sentiu que podia ser feliz, podia ser sim comum, amada, ter uma vida – longe de tudo que a afligia. Olhou para trás, e lá estava o homem que estava lhe ajudando tanto. Ele estava sorrindo da mesma forma que um dia desejou que o Hokage sorrisse para ela – mas nunca sorriu.
Passou a frequentar mais a aldeia, ajudando na área médica, brincando com as crianças e repassando o que sabia para as pessoas. Sempre junto com aquele homem que nem sabia o nome, como se fossem rei e rainha daquele povo. Venerava-os como Deuses e salvadores. Talvez fossem.
E assim passaram-se um ano naquela prisão libertadora. River encontrou-se em uma sacada, admirando o horizonte nevado, e mais distante ainda uma floresta verde e viva. Que saudades ela sentia do clima quente e das vistas coloridas. O branco não lhe agradava tanto assim, mas lhe proporcionava uma paz incrível. Suspirou, pensando em tudo que poderia estar acontecendo no mundo, distante daquele lugar tão diferentemente magico.
- Às vezes me encontro fitando esse horizonte, imaginando o quanto o mundo deve ter mudado desde a última vez que respirei aqueles ares. – O homem surgiu de repente, assustando a menina e interrompendo seu silencio. Ele sorriu para ela amavelmente.
- Quando disse que essa era a nossa maldição... Queria dizer que também fez o pacto com aqueles antigos imperadores do país da neve? – Suspirou, River, com um ar sombrio e mesmo assim, tão suave e amável como as nuvens.
- Ah, é uma boa pergunta e uma longa historia. – Respondeu com receio.
- O que desejou? – River o fitou com um olhar entristecido. Imaginava diversas coisas e algo lhe dizia que estava certa.
- Isso faz muitos anos. E mesmo assim, você foi a primeira que fez essa pergunta, enquanto todos os outros apenas desejavam apenas partir, e pensavam apenas em si mesmos... – Deu uma longa pausa – Um dia, fui até a gruta e desejei algo além da vida e da morte.
- Desejou que eles trouxessem alguém de volta a vida? – Suspirou River, quase em lagrimas.
- É um pedido grande. – Sorriu entristecido. – E assim o fez. Uma vida é muito cara. Quinhentos anos de servidão. E apenas recebi a notícia que meu desejo fora realizado, meu e de Zari. – Deu um suspiro longo – Quando se ama alguém, você deseja ir até o infinito por esse alguém. Takeshi, nosso filho, havia morrido durante a primeira guerra ninja. Tão jovem. E então, foi nossa única opção. Dividimos os mil anos em dois, e eu e Zari nos encontramos aqui. Solitários nesse reino tão curioso.
- Zari era sua esposa, correto? Mas o que aconteceu com ela? – Não parecia curiosa. Apenas fria e indiferente.
- Sabe, há uma barreira em volta desse reino. Aqueles que ultrapassam são esquecidos e apagados do mundo. Zari não aguentou os dez primeiros anos e tentou fugir, assim como vários depois dela. – Ele engoliu seco – Suas carnes desaparecem, queimam, e então, apenas os ossos restam, fortalecendo a barreira. Pessoas que não foram bons ao povo também tiveram o mesmo fim.
- Então terei que ficar aqui, fingindo ser essa pessoa que não sou por mais quatro anos? – Objetiva e clara, era o que River desejava parecer para não desabar em lagrimas, enquanto lembrava de Yusuke e de suas sombras. O quanto desejava saber o que havia no resto do livro. O quanto queria ter notícias de casa. Nunca sentira tanta falta de Clarke ou do Mascarado.
- Sim. Mas não é tão ruim assim. A vida aqui é boa, e tudo que precisa fazer é ser boa. Todos aqui já estão mortos. Assim como eu e você. – Aproximou-se da garota, ficando ao seu lado, fitando o horizonte com um sorriso – No final, valerá a pena. Tenho certeza. Ainda espero sair daqui e reencontrar Takeshi. – Ele gargalhou – E afinal, meu nome é Hiro. – River olhou para o homem e seus olhos brilharam
- Então o tempo passa para eles também. – River olhou para as próprias mãos. Estavam tremendo. – Já se passaram quatro guerras desde então. – Os olhos da menina manearam para o rosto do homem que demostrava uma expressão insegura. – Se um dia voltarmos, iriamos para o dia em que viemos para cá ou... para o dia de hoje?
- Não sei. Não recebemos notícias do mundo a fora. – Ele cruzou os braços atrás das costas. – Mas me prometa que ficará até o final de seu acordo e voltará bem para casa. E se puder, arranje uma forma de me enviar notícias.
- Eu prometo. – Deu um longo suspiro, e logo abriu um sorriso simpático, que logo deu lugar a aflição – Mas, o que diz no livro? Não me deixou ver. Ando pensativa, não sei se ficarei bem enquanto não souber...
- Se eu lhe contar, não sei o que irá fazer. – A expressão do homem ficou indecifrável, a menina não conseguia descobrir se era uma notícia boa ou ruim, e então desistiu e deu a volta, entrando dentro do palácio, deixando-o na solidão dos dias frios.
E conforme o tempo passava, os dois iam criando laços e uma aproximação quase perfeita, agindo como um par, um casal fiel – mesmo sem o toque. E decidiram que, enquanto estivessem ali, o mundo fora não importava. Era como um genjutsu eterno a qual eles estavam presos por muitos e muitos anos. Viam pessoas nascer e morrer durante aquele tempo. Mas seus corpos não envelheciam um dia sequer. Embora o cabelo de River crescesse e ficasse cada vez mais brilhante e belo, com leves cachos e ondulações, sua face e pele continuavam impecáveis.
Passou a usar joias também. Prateadas para combinar com suas vestes casuais, ostentando pedras preciosas por todas as partes. Brincos, colares, braceletes. Era um festival de brilho e todos elogiavam sua beleza impecável. Sim, River descobriu a própria beleza e vaidade. Mas a quanto tempo mais isso duraria? Afinal, ela era uma ninja de nível alto, apenas armaduras e quimonos neutros combinavam com sua personalidade selvagem. E salto alto não caia bem com armaduras.
Sorria o tempo todo, como uma boneca, e era gentil com todos. Por cinco anos, ela fora a mulher mais gentil e delicada de todas, sempre ao lado daquele belo homem que tanto lembrava seu amado – porém, em alguns momentos, ele parecia portar um sharingan, principalmente em seus momentos solitários, na escuridão. River não o temia, mas sabia que um momento ele iria enlouquecer. 500 anos naquela terra, obrigado a ser gentil e feliz. Certamente escondia um passado mais terrível que o da garota – mas isso não a assustava.
Por três anos, aceitou viver um romance com o homem. Por três anos foi feliz como uma mulher normal, sempre pensando no Hokage, desejando que ele estivesse ali, no lugar de Hiro. Por três anos ela fingiu ser alguém que não era. Pode ver aquele mundo de uma forma diferente. As pessoas não viam “River”, e sim alguma outra coisa. Amavam outra pessoa. Hiro a mostrou isso – eles acreditavam que eles eram os antigos reis daquelas terras e era por isso que deveriam fingir tão bem ser pessoas que não eram.
Mas foi no último mês que a garota olhou Hiro como ele realmente era. Em um encontro inapropriado em um quarto de pouca iluminação, o homem ativou o que parecia ser um fuumetsu mangekyou sharingan. Fitou a garota com um certo ódio, arrepiando até a nuca da garota. Uma aura negativa que nem mesmo o Hokage faria questão de expor. Ele sentia raiva, e a garota não entendia porque. Ambos sabiam que no final, ela partiria para tentar consertar e reverter o tempo perdido, e ele ficaria ali, mas parecia que ele não desejava isso. Não queria ficar sozinho novamente.
- Porque não fica? Sabe que pode ficar o tempo que desejar. Seriamos imortais para sempre! – o homem rosnou – Você terá beleza e muitas joias. Terá tudo que uma mulher mais deseja na vida. Não tem porque voltar para aquela vida miserável que possui! Uma ninja? Faça-me rir.
- É a minha vida, Hiro. Eu tenho responsabilidades, o mundo me espera. – Fez um sinal com os braços como se quisesse acalmar o homem raivoso. – Beleza? Joias? Essa não sou eu. Não nego que adoro tudo isso. Mas essa não sou eu. Sou uma ninja sim, e vivo disso. É isso que mais amo nesse mundo.
- Mentira! Ama aquele homem a qual chama de Hokage. Pensa que não sei dos quadros queimados com a imagem dele? Ou que chama por ele enquanto dorme? Ou que o seu maior desejo naquela gruta era saber o que exatamente aconteceu com ele? Então eu digo que ele está vivo. E você não. – Cerrou os olhos, e então aproximou-se da garota, e a enforcou – Você sabe qual é a diferença? Ele nunca te amou e nunca vai te amar, mas eu... – E então, a beijou, soltando-a aos poucos, que o empurrou imediatamente – Posso te amar.
- Não, não pode, e você está a tanto tempo aqui que está ficando louco. – Ofegantemente, passou o braço na boca, secando-a. – Falta tão pouco tempo para você sair e tomar um novo rumo a essa vida. Porque não espera mais um pouco?
- Novo rumo? Meu filho provavelmente está morto. Minha esposa se suicidou e se passaram tantos anos desde então. E sabe, quando eu disse que faltava pouco tempo... bom, meu pagamento aqui já terminou a muito tempo, eu apenas preferi ficar. Não há nada para mim lá fora.
- Mas para mim tem. – A garota virou as costas e saiu correndo.
E então, o último mês passou, e distanciou o casal. E no fim do último dia, uma luz desceu sobre ela, lhe avisando que era preciso fazer uma escolha. Ela certamente sabia o que responder, mas antes, olhou para trás, e lá estava Hiro, com uma roupa negra, olhando para ela com o sharingan ativado. Aquela imagem, aquele momento. Nada do que havia corrido fazia alguma diferença naquele instante. Seu coração bateu rápido e ela correu até ele. E então, o beijou, e de perto olhou no fundo de seus olhos. A decisão já havia sido feita. Sorriu e o mundo escureceu.
“Busque o seu destino, Uzumaki”
* * *
Sentiu uma brisa gelada percorrer seu corpo, seguida de um arrepio. Abriu os olhos e lá estava, deitada no chão, vestindo ainda o vestido branco com prateado perfeitamente confeccionado para sua silhueta e repleta de joias, seu cabelo ainda estava belo e natural. Ao seu lado estava sua armadura, roupas internas, armas, seu ceifador e o frasco com todos seus acessórios. E claro, uma carta amarelada e antiga. * * *
Sem cerimonias, abriu a carta. Era de Hiro, e lá ele falava sobre Takeshi. Dizia que, mesmo depois de ter mudado, recebeu notícias sobre seu filho. Falou que um dia ele tornou-se um samurai que a muito fora selado em uma gruta e um dia encontrou uma garotinha... naquele instante, River não conseguiu se segurar, o choro fora tanto que molhou a carta, embaçando algumas palavras escritas com tinta preta. Porque Hiro havia escondido aquilo o tempo todo? Será que ele sabia que ela carregava seu filho em seu coração e espirito?
Levantou-se, pegando suas coisas e então avistou o livro empoeirado, em cima do pedestal, lhe aguardando. Abriu a última página e havia apenas um “obrigado”, que em segundos desapareceu como um sopro. A garota sorriu, e logo olhou-se para um espelho de gelo, onde notou que estava sim mais envelhecida, mas ainda assim, bela e jovial.
Acabou descobrindo em um vilarejo próximo que, não havia passado apenas cinco anos como previsto e sim seis! Um ano adormecida. Naquele mesmo vilarejo, serviu como sacerdotisa, onde era sucumbida a cuidar dos feridos e ajudar os necessitados. Todo aquele espirito bondoso ainda circulava em sua veia e finalmente pode ver os mesmos olhos e mesmos sorrisos de bondade que tanto amava, porém aquelas pessoas não viam nenhuma entidade especial, e sim a própria River, que no momento se apresentava com Sea.
Mas todos os dias, ao despertar e antes de deitar, pensava no Hokage, de o reencontrar, e ver se estava realmente bem. Ela era a guardiã de sua história, ela era a sua rainha... Porém, não podia deixar as pessoas na mão: os ajudou por bastante tempo e só partiu após ter treinado outras meninas para o cargo, lhe ensinando jutsus medicinais.
E então, deparou-se com nove anos longe de sua casa, de seus amados, de sua vida. Sentiu-se obrigada a voltar. E após nove anos distante, ela invocou seu falcão para voltar para Ame, mas seu coração ainda pertencia a Konoha – a uma pessoa em especial. Suspirou, aflita. Não sabia o que havia ocorrido nos últimos 10 anos. Talvez tivesse sido decretada como morta – principalmente por ter desaparecido durante o período da guerra. Entristecida, já não sabia o que pensar.
- Status do Personagem:
- HP: 2000
Chakra: 9175
Stamina: 1000
Velocidade: 19m/s
Mente: 25
Ganho de Status a cada rank.
Regra Velocidade/Mente
- Especializações:
- Técnicas Sensoriais
- Técnicas Médicas
Escolha própria: - {espaço vazio}
- Fuuinjutsu
- Invocações [Pássaros]
Base (Personagem):- Técnicas Sensoriais
- Armas Lendárias:
Ceifador Triplo
Rank: S
Descrição: Arma caracteristica do Akatsuki Hidan. É uma espécie de foice com três lâminas de tamanhos diferentes, sendo a maior a da extremidade, em sua outra extremidade a uma espécie de cauda com um ferrão na ponta. Hidan está sempre com essa arma, e a utiliza para coletar o sangue de seus inimigos, e assim iniciar o Ritual Jashin.
Requisitos de uso: -
Set Mugen Kougai
(Armadura do Tigre e Flail)
Rank: A
Aparição: Episódio 217 - Naruto Clássico
Descrição: Assim como seus companheiros do Shitenshounin, Suikon possui um artefato especial da Vila do Artesão, mas diferentemente de Jin, de Kyaku, e do outro membro; Suikon não possui uma espada como artefato e sim uma armadura, a Mugen Kougai, essa armadura é semelhante a face de um tigre branco com a boca aberta, por essa boca Suikon pode absorver o Chakra de seus adversários. Como arma de ataque, Suikon possui uma maça, que é feita com uma base de aço, que conecta-se à uma corrente, e nessa corrente há um cubo com espinhos grandes em cada face, esta arma chama-se Flail e faz parte do Set.
Requesitos de uso: -
Habilidade: Sugar 200 de chakra do inimigo por post desde que o mesmo esteja numa distância de 10 metros.
- Armas tradicionais:
- Kunais: 197
Shurikens: 144
Fuuma Shurikens: 30
Senbons: 260
Kunai Curvada: 10
Makibishi: 140
Kama: 2
Kusari: 1
Guizo: 50
Chaveiros explosivos: 3
Bomba olfativa: 15
Tarjas Explosivas: 401
Bombas de Fumaça: 21
Bombas de Luz: 22
Fios de Aço: 100 m
- Animais Lendários:
Taka
(Falcão)
Quem usa: Uchiha Sasuke
Rank: A
Descrição: Sasuke invoca um falcão enorme do tamanho de Gamabunta que assim como o, pode voar e escapar de poderosos ataques, além de ser ótimo para transporte e tem garras afiadíssimas.
Auru messenja
(Coruja Mensageira)
Quem usa: Motoi
Rank: C
Descrição: Motoi a invoca para levar mensagens, possui grande velocidade sendo quase indetequitavel, o seu uso depende do usuario. pode carregar coisas medias de até um metro e 20 kg.
Karasu
(Corvos)
Rank: C
Quem usa: Aoba Yashimiro
Nota: Estes são corvos reais e não ilusórios.
Descrição: Aoba invoca centenas de corvos, que servem tanto para distração como ataque.
Mekanikku tori
(Pássaro mecânico)
Quem usa: Chiyo
Rank: D
Descrição: Este serve apenas para entregar pequenas mensagens, pergaminhos etc. pelo seu tamanho, é quase impossivel detectar, assim ele pode ser usado para espionagem e taticas que dependerão do ninja.
Última edição por River em Dom 24 Jan 2016, 13:21, editado 51 vez(es)