Yusuke estava andando. Já fazia certo tempo, mas ainda estava procurando um meio de voltar até a arena. Como poderia alguém ser assim tão perdido? Passavam quase horas e ele não tinha a menor noção de onde estava indo. Talvez agora fosse o momento para procurar ajuda e solução para este seu pequeno probleminha de “localização”. Havia um enorme rastro de pegadas atrás de si, pegadas que se estendiam por uma vastidão inimaginável. Talvez fosse melhor voltar seguindo seus passos, talvez não. Nada era certo na cabeça do Kage quando se tratava de achar algum lugar. Algumas vezes, se pedia até mesmo dentro de sua própria casa, imagina solto e livre por uma imensidão como esta.
Para piorar, o sol estava forte. Criava um clima escaldante que fazia litros de suor escorrer pelo seu corpo. Podia jurar que estava vendo a aldeia no fundo do horizonte, assim como podia jurar também ver algumas fontes de água cristalina e gelada logo mais. Assim como as fontes, a aldeia no fundo provavelmente também não se passava de miragens criadas pelo calor.
Seus passos já eram lentos, moles e arrastados. Parecia quase não ter mais forças para continuar. Mas continuava. Algo o fazia persistir naquele caminho por mais incrédulo que ele lhe parecesse. Este era outro de seus problemas. Era teimoso o suficiente para seguir suas convicções até o limite do possível sem se questionar uma única vez. Um defeito ou uma qualidade. Na maioria dos casos, um defeito.
Colocou a mão esticada sobre a testa, quase como se prestasse continência, apenas para poder observar melhor à frente com seus olhos sobre a sombra. Ampliava e focava sua visão. No fundo, muito ao fundo, parecia poder enxergar algum tipo de orifício, uma possível caverna. Mas seria ela real? Ou somente outra ilusão criada pela sua mente? Em momentos difíceis como este é que o Kage começava a se duvidar de tudo. Seria sua vida algo real? Ou tudo era uma ilusão, um sonho que logo mais iria acordar. Não havia como saber, não havia como checar a veracidade de nada neste momento. Nem sobre sua vida, nem sobre a caverna. Sua única opção era ir até ela e checar com suas próprias mãos. Bom, também poderia voltar, pedir ajuda, e usar mais trocentos métodos que facilitariam muito, mas Yusuke parecia ter um certo apreço pelas coisas difíceis e árduas. – Beel, aguente apenas mais um pouco. – Parecia de alguma forma tentar confortar a pequena criança que carregava em seus ombros, mas na verdade, aquelas palavras de incentivo eram para si próprio. Beel parecia não estar se importando com nada. Nem mesmo o calor incessante parecia o afetar, não era para menos considerando de onde ele havia vindo.... Seus olhos estavam arregalados e centrados, tentava ao máximo ajudar seu mestre a diferenciar o real do ilusório. – Estamos quase lá amigão – Suas palavras saiam até mesmo abafadas, miúdas e quase silenciosas. Não era bem uma conversa, estava mais para pensamentos em voz alta, já que sua fala era retórica.
Se aproximou de vagar. Nem sequer cogitou correr por um instante. Não podia gastar energia com algo que não tinha certeza de existir ou não. Pôs-se mais perto que podia da parede da caverna, colocou suas mãos sobre ela. Era dura e fria. Rocha tão solida quando seus próprios corpos. Mas com conseguia se manter em uma temperatura tão amistosa mesmo sobre esse sol infernal? A resposta: Era simples. Não havia Sol infernal.
Dirigiu novamente sua visão para o alto, sempre protegendo os olhos com a mão, e então pode perceber que a estrela luminosa, vulgo Sol, ficava cada vez maior, parecia o seguir, e algumas vezes parecia estar colado sobre suas costas. Não era possível, mas sim, aquilo tudo, aquele calor todo, não passava de outra mera ilusão criada pela sua mente. Talvez uma tentativa inconsciente de justificar seu problema de localização. Algumas vezes sua mente fazia isso, lhe pregava peças das quais não podia distinguir sozinho. Como disse. Até mesmo seu subconsciente parece gostar de desafios. Quando eles não existem, ele próprio o cria.
Olhou para trás. Não havia tantas pegadas assim, não havia um imenso tapete feito com seus próprios pés que se estendiam por inimagiveis metros. Havia um circulo. Estava dando voltas e mais voltas sem realmente sair do lugar. É, chegava a ser engraçado. Sua dislexia realmente o estava deixando preocupado. Mas uma coisa era certa. Realmente estava perdido em lugar nenhum. Olhou ao redor e não havia nada, um completo deserto de rochas e montanhas. A única coisa que parecia haver ali eram a caverna e um unicórnio que estava bebendo água de um lago verde há poucos metros dali. Mas bem, Yusuke nunca havia visto um lago verde, então aquilo era com certeza uma ilusão. Só tinha duvidas quanto ao unicórnio. Talvez ele fosse real, e talvez ele pudesse ter alguma informação. Mas não se atreveu a incomoda-lo, voltou sua atenção para a gruta ao se lado.
Com muita atenção e concentração podia ouvir o som de algum lago subterrâneo correndo em seu interior. Estava louco para saber se aquilo era realmente de verdade. Tinha grandes esperanças, afinal, podia sentir um frescor sobre sua face. Adentrou a escuridão nativa do local. Alguns feixes de luz transpassavam para dentro por pequenos buracos nas paredes e no teto. Aquelas brechas de luz era a única coisa que iluminava seu caminho. Era um corredor longo, estreito e... Úmido? Sim, as paredes escorriam algum tipo de gosma, algum tipo de mistura da umidade natural causada pelo provável lago interno e a sujeira das paredes. Era nojento. Por isso tomava o cuidado para não encostar-se àquela “coisa”.
Continuou firme e determinado pela mesma rota, tinha um cheiro estranho emanando cada vez mais forte. Já fazia alguns minutos, talvez trinta, talvez mais. Media de tempo também não era seu forte. Sentiu seu pé molhado. Estava pisando em alguma poça de água. Estava perto. Um pouco mais à frente e finalmente achou o que procurava. Um lago. Corria por grandes e largos tuneis. Era muita água e estava louco para se refrescar, mas havia um grande problema. – O-o que é isso? - Estava vermelho como sangue. Tão escarlate quanto o próprio liquido quente que pulsava em suas veias. Parecia um lago de sangue. Aquilo lhe intrigou. Talvez não tanto quanto o unicórnio, e devo confessar, bateu uma pontadinha de vontade de retornar e ir falar com aquela criatura linda chamada de unicórnio. Mas estava ali, e a preguiça, e medo de se perder de novo, o fizeram desistir da ideia e se conformar em checar o que estava se passando por ali primeiro.
Se aproximou e se ajoelhou sobre a borda, estendeu seu braço e pegou um pouco de liquido sobre sua mão. Tinha a densidade normal de qualquer água. Mas possuía o cheiro e o gosto de puro sangue. Aquilo era ilógico. Não fazia o menor sentido e por mais um instante voltou a questionar sua sanidade. Mas não era possível uma alucinação como essa. Era física. Podia toca-la e senti-la como qualquer outra coisa real. Então partiu para se segunda opção que veio em sua mente. Algo sobrenatural. Talvez um jutsu que alterasse e encantasse aquela fonte. Mas o por quê? Porque alguém iria querer deixar um lago inteiro não potavel?
Parou para pensar por um instante. Tudo aquilo com certeza deveriam ter um motivo. Decidiu então ver aonde aquele lago começava, para então poder ter mais algumas informações. Não iria se perder dessa vez, afinal tudo o que tinha que fazer era seguir o contrário do fluxo da corrente. Andou por algum tempo e logo encontrou de onde o lago surgia. Ele parecia saia de algumas vendas no chão, talvez algum tipo de corrente subterrânea profunda, mas ainda não havia explicação para aquilo. Mas havia algo estranho ali.
No meio do lago, próximo donde ele se iniciava, parecia haver algo preso ali no meio. Talvez alguma espécie de estaca presa, não tinha como saber precisamente antes de se aproximar. Era uma espada. Só então ao já estar dentro da corrente, e apenas alguns passos da espada que pode perceber que ela estava fincada ao chão prendendo algum tipo de corpo. Era muito estranho, mas aquilo parecia algum tipo de selamento ou “maldição”. Era uma lâmina velha, enferrujada e negra. Seu punhal era retorcido e tinha o adorno de uma caveira. Quanto ao corpo, não parecia nada de especial, pelos trajes podia ser deduzido como um Jounnin ou Chunnin qualquer de alguma vila. Mas aquela espada era realmente peculiar. Quanto mais se aproximava mais atrativa ela parecia ser. Era como se ela o estivesse chamando, o hipnotizando. – Come , come to me little one – Era como se uma voz ressoasse em sua mente. Bem fundo. Sua visão escurecia e perdia o foco periférico, sua audição pareceu abafada como se estivesse no mais silêncio possível, no vácuo. Tudo o que enxergava e escutava era aquela bela e maldita lâmina.
Seus olhos estavam arregalados, tanto Yusuke quanto Beel. Pareciam enfeitiçados. E pouco a pouco se aproximavam mais, passo por passo, devagar mas direto. Aquela voz maldita estava o pedindo para retira-la, para possuí-la, e neste momento, o Hokage faria qualquer coisa que aquela “coisa” pedisse. Colocou a mão sobre o metal frio. Sentiu como se algo o segurasse, como se alguém estivesse segurando sua mão. Tentou remove-la. Usou toda sua força e a de Beel junto, mas nada. Nem sequer se moveu. Sentia como se tivesse uma força de centenas de seres a segurando ao chão. Era virtualmente impossível remove-la dali. Mas a voz não cessava.
Era como uma coceira que tinha que ser coçada. Um incomodo. Algo mais forte do que ele, algo que não podia controlar. Sentia-se ansioso por dentro como nunca antes, nervoso e afoito, parecia que sua vida não podia ter continuidade se não tivesse aquela arma para si, sentia que estava disposto a passar sua vida inteira ali tentando se fosse o caso. Palavras eram ouvidas, quase como se aquela katana pudesse sussurrar. – Torne-se Rocha. Torne-se tão implacável quando uma rocha. – Yusuke tinha que se tornar tão duro e implacável quanto uma rocha. Era o que eu dizia as palavras em seu ouvido, repetindo vez após vez, em um eterno lupe que começava o levar a loucura.
Mas não levou. Yusuke tinha algo em mente. Algo que estava muito a fim de tentar. Começou a concentrar sua energia espiritual, uma quantidade imensa de chakra. O chão abaixo de seus pés até mesmo sofreu algumas rachaduras. Sua consciência estava meio abalada, então seus poderes estavam um pouco “descontrolados”.
Mas ainda parecia saber o que fazer, quase como se fosse algo automático. Talvez estivesse sendo guiado pela aquela maldição. Um manto de chakra foi criado ao redor de todo seu corpo, e aos poucos, aquela massa de energia começou a se tornar solida. Foi endurecendo e ficando cada vez mais visível, como se estivesse se tornando uma espécie de armadura. Sua coloração era um pouco esverdeada, se assemelhava muito há algum tipo de cristal. Quase um minuto depois e sua armadura estava pronta. Se sentia mais forte, mas ainda não era “implacável”. Tentou, isso não se pode negar, mas mesmo assim ainda não havia conseguido remover aquela espada do chão. O que mais teria que fazer? Se apenas suas forças não bastavam, talvez fosse à hora para tentar combinar sua própria energia com um elemento esterno. A terra.
Novamente fez fluir seu chakra. Banhou todo seu corpo formando um novo manto. Mas este era diferente, aos poucos tentava infundir sua própria energia natural de Doton, e com sua ajuda, buscar recursos e matérias no solo. Encontrou alguns minerais de rochas extremamente duras, e os trouxe para si. Aquela mistura de componentes subia através de sua perna, vindo do chão, como se fosse uma camada de barro que começava a tomar o lugar do manto. Era algo duro, como rocha pura. E logo uma armadura solida de rocha estava posta em seu corpo. Agora sim, se sentia frio e implacável como a terra. Colocou ambas as mãos sobre a katana. – Ahhhhhrrrgggggg – e com toda sua força, e com a ajuda da força da terra, finalmente conseguiu remover aquele objeto amaldiçoado que estava cravado ao chão. Sentiu, como se toda aquela energia pesada que estivesse sobre a arma se soltasse. Como se centenas de almas e espírito fossem libertados.
Um rugido ecoou por toda a gruta. As paredes, chão e teto da caverna estremeciam com aquele som estrondoso que rasgava o ar. Era como o som de centenas de almas gritando ao mesmo tempo. Não demorou e mais coisas estranhas começaram a acontecer. Mãos podres cavavam uma saída do chão, perfuravam a terra sobre suas cabeças e assim mortos voltavam à vida. Literalmente.
Vários corpos, um atrás do outro, começavam a levantar do chão. Com suas aparências mórbidas e decaídas, podres e nojentas. Caiam no chão sangue futrico misturado com outras substâncias igualmente repulsivas. Alguns até mesmo perdiam ou já levantavam sem partes de seus corpos, tais como braços, pernas, tripas e outros órgãos. Uma cena horrorisante que deixaria qualquer um abalado.
E não foi diferente com Yusuke. Seus olhos estavam arregalados e suas pupilas dilatadas. Uma face amedrontada se desenhou. Porém mas estranho que tudo aquilo era a expressão de Beel, ou melhor, a falta dela. Parecia cômodo, como se aquilo não lhe fosse nada demais. Considerando de onde ele vinha, realmente não era de se duvidar.
Aqueles corpos sem alma começaram a se mexer. Ao contrário do que podia se pensar, eles não eram lentos ou fracos. Eram rápidos, quase como se um coração ainda pulsasse em seu peito. Todos ali eram vestidos como ninjas, e para piorar a situação, agiam como tais. Saltavam, corriam,
lavavam, passavam, cozinhavam, limpavam a casa e também atacavam.
Partiram para cima do Kage que não teve outra opção a não ser revidar. Não entendia nada do que estava acontecendo. Ainda estava empunhando aquela arma que havia retirado do chão. Bom, na verdade, não se lembrava mais de quando foi bem que pegou aquela lâmina em mãos. Era como se tivesse tido um apagão por alguns instantes. Mas algo era certo, um forte sentimento de apego por aquele item gritava dentro de si. Era como se aquela Katana fosse à coisa mais importante para o Kage em todo o mundo. Mas importante que sua própria vida.
Mas não teve tempo de continuar refletindo sobre seus sentimentos. Os mortos vinham para cima e não sossegariam até terem o que queriam. Pularam em cima do Hokage, e com um rápido e automático movimento sacou a espada amaldiçoada e cortou lhes ao meio. Eram muitos, e vinham em hordas após hordas. Um após o outro era retalhado do mesmo jeito. Era tão fácil usar aquela arma que quase o fazia por instinto. Mas nada adiantava. Quanto mais mortos destruía com a espada mais mortos levantavam. Na verdade, podia jurar que já havia cortado o mesmo corpo três vezes. Talvez aquilo não fosse ter um fim. Como se já não tivesse problemas o bastante, mas um apareceu. Quanto mais usava aquela Katana mais seu cansaço se multiplicava. Era como se ela estivesse drenando suas energias vitais cada vez mais. Não ia aguentar aquilo por muito tempo. Guardou a espada de novo em sua cintura e resolveu continuar a luta com suas próprias mãos.
Primeiramente refez sua armadura feita de pedras e rochas. Era realmente algo útil, mas ainda não conseguia se lembrar de aonde foi que aprendeu aquilo. Esta técnica ao mesmo tempo em que lhe parecia totalmente nova, também tinha algo de familiar. Era uma sensação estranha e começou a desconfiar que algo estava mesmo errado.
Mas não tinha tempo. Os mortos continuavam vindo. Estes seu pequeno devaneio lhe custou caro, perdeu o foco da luta por um único instante e quando percebeu já havia três zumbis mordendo seu braço, ombro e perna. Estaria muito enrascado se não fosse pela sua armadura implacável. Deu um giro e arremessou todos para longe. Mais vieram. Ao total, ficou cercado por dez ninjas mortos. Todos eles saltaram ao mesmo tempo para cima do Kage. Mas não chegou a surpreendê-lo. No mesmo instante uma corrente elétrica percorreu seu corpo. Aquela eletricidade estática percorria cada célula de seu corpo e logo se manifestou propagando pelo ar. Ou seja, era como seu chidori, mas não estava apenas concentrado na palma de sua mão e sim protegia todo seu corpo formando uma espécie de manto ou armadura de raios. Não se moveu. Apenas esperou até que os mortos viessem até si e todos ao mesmo tempo se eletrificavam ao tentar tocar seu corpo. Uma defesa perfeita e absoluta.
Mas aquilo não parecia ter fim, e atacando ou defendendo, seu chakra estava cada vez minando mais. – não posso continuar neste ritmo. Se eu não fizer algo, se eu não acabar de vez com essa luta... Não sei por mais quanto tempo consigo manter... – falo corridamente, mesmo tendo pausas, enquanto não perdia o foco principal na luta. Estava pronto para realizar um ataque final e definitivo. Iria por um fim naquilo. Saltou para trás alguns vários metros, ergueu o braço e nele concentrou boa parte da sua energia. Sobre ela, uma enorme shuriken começou a se formar, parecia ser feita de pura energia e vento. Era o tão soberano Rasenshuriken. Mas não era apenas um rasengan de vento comum, ele se apequenou, como se sua escala tivesse sido alterada e então tomou um tamanho dez vezes menor. Na verdade, podia ser segurado até mesmo na ponta do seu dedo. Era sim uma redução do poder destrutivo da técnica, afinal, não queria destruir a caverna inteira não é mesmo?
Focou nos mortos vivos, pareciam todos estarem agrupados. Era o momento perfeito. Lançou aquela massa densa e concentrada de energia em um único movimento súbito. A esfera seguiu seu caminho, ou melhor dizendo, a shuriken voo cortando pelo ar até atingir aquele grupo futrico de carne podre sem vida. E então BUUUUMMMMM..... SHINNNnnnnnnnnn..... A explosão não era comum, tinha um barulho muito estranho, quase como um apito ou assovio. Talvez causado pela presença de milhares de micro agulhas de vento. Era realmente uma técnica incrível. Mas Yusuke havia calculado mal a distância, os inimigos estavam muito próximos e aquela explosão seria fatal para o Kage, mas não perdeu tempo, bateu as mãos sobre o solo e invocou seu imenso portão de defesa, porém o triplicou para garantir que não seria afetado. Uma defesa absoluta. Todos os corpos foram reduzidos ao nada, nem mesmo migalhas sobraram jogadas ao chão. Teria sido aquilo o fim da maldição?
Não. Novamente os corpos surgiram se levantando do chão. Como aquilo era possível? Será que eram formados de puro barro? Será que aquilo um dia teria fim?
Sua energia física já estava quase no fim. Seus músculos até rangiam de tanto esforço. A cada movimento sentia como se eles pudessem se rasgar. Não aguentava mais lutar daquele modo, sabia que em mais alguns minutos de combate e não resistiria mais. Pensou então em terceirizar seu trabalho. Teceu sobre suas mãos um leve selo, era comum e popular entre quase todos os ninjas. Mas um erro de proporção mudou tudo. Talvez o estresse e cansaço da batalha estivesse afetando seu raciocínio. Acabou por utilizar muito mais chakra do que deveria e sua técnica ficou sobrecarregada. Mas não deu errado. Muito pelo contrário, a quantidade de clones feitos era gigantesca. Centenas de cópias reais de si apareceram. Nem ser quer sabia que aquilo era possível, talvez fosse pelo fato de possuir uma enorme quantidade de chakra. Aquilo igualou as coisas. Para cada Zumbi havia um grupo de clones. Parece que o jogo virou não é mesmo? – Isso, agora vou ter tempo para pensar um pouco – Seus clones pareciam aguentar bem o tranco, mas os mortos não cessavam. Refletiu. A origem de todo aquele desastre e caos era aquele artefato que carregava com si. Só então foi se dar conta de o quanto estava sendo persuadido por aquele pequeno pedaço de metal. Seria mesmo ele o responsável? Não era possível. Não. Yusuke não estava nenhum pouco a fim de se livrar daquilo, sentia como se sua própria vida dependesse dele. Mas foi forçado. No fundo, no fundo do seu ser sabia o que tinha que fazer. Pegou a lamina sobre suas mãos, a ergueu no alto e bateu sobre o joelho quebrando a espada em duas partes. As jogou ao chão.
Um grito, quase um urro, ecoou novamente. Era um som bizarro e ainda mais assustador, quase como algo que ressonava o medo e desespero. A Espada se apodreceu sobre o chão e aos poucos se dissipou virando pó até desaparecer... Os mortos foram juntos. Do pó vieram e ao pó retornaram. A água vermelha do lago no mesmo instante se alterou, voltou a ser azul e clara como cristal. A fonte voltou a ser potável. Um flash de luz emanou por toda a gota e Yusuke apagou.
Quando abriu novamente os olhos estava na frente do portão de Kumo. Como havia chegado ali? Muitas coisas não faziam sentido, mas algumas memórias ardiam em sua mente. Toda sua aventura lúcida se mantinha fresca enquanto alguns flashes estranhos piscavam. Era uma cena confusa, não se lembrava daquilo, mas estava com a mão sobre o cabo da espada, com ela ainda fincada no chão. Yusuke a retirava com o auxílio de uma armadura e com isso fazia alguns selos desconhecidos junto da Katana. Neste exato momento a maldição os mortos vivos começava e sua consciência retornava. Essa era a parte que faltava de sua memória. Teria sido o próprio Kage quem começará todo aquele ciclo de maldição dos mortos vivos? Não tinha como saber. Não tinha nem ao menos como saber se tudo aquilo foi real ou não. Tudo era tão confuso. Mas de algum modo se sentia cansado e suas roupas estavam todas arranhadas e surradas. Talvez aquilo realmente tenha sido real. Mas como poderia ter certeza da porcentagem de veracidade? A linha entre o real e o irreal era tênue, e em seu limite as coisas tendiam a não fazer tanto sentido... Não tinha tempo para perder ali, devia retornar para a arquibancada o mais depressa que podia, e assim foi, traçou seu rumo para lá.
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- Treinos 7/7:
Doton - Iwa no Yoroi
(Elemento Terra - Armadura de Pedra)
Quem Usa: Fudou
Rank: A
Primeira Aparição: Episódio 56 Shippuuden
Descrição:
O ninja coleta uma mistura de pedras e lama para cobrir seu corpo. A
armadura tem uma poderosa defesa, porém deixa o ninja lento devido ao
seu peso, restringindo alguns movimentos.
Doton - Kouka no Jutsu
(Elemento Terra - Pele de ferro)
Quem Usa: Giita, Fudou
Rank: B
Primeira Aparição: Somente usado no 4º filme
Descrição:
Gitai, após os selos necessários, Se incorpora a terra podendo se
transformar em rochas. É semelhante ao Douka no Tsuchi, mas este pode
sobreviver a ataques muito maiores, até ao Hachimon Tonkou.
Doton Soseijutsu - Shishi Dojo
(Técnica de Ressurreição do Elemento Terra - Cadáveres do solo)
Quem Usa: Fudou e Kazuma
Rank: S
Primeira Aparição: Episódio 65 Shippuuden
Nota: Não existe no mangá.
Descrição:
O usuário desta técnica ressuscita um grande número de pessoas
aparentemente mortas de forma contínua, mas com toda a sua
racionalidade, destreza física ou técnica à sua disposição e são
relativamente fáceis de destruir. Se a técnica for desativada, os
cadáveres imediatamente viram pó.
Chidori Nagashi
(Corrente dos Mil Passáros)
Quem Usa: Uchiha Sasuke
Rank: A
Primeira Aparição: Episódio 113 Shippuuden
Descrição:
Aperfeiçoamento do Chidori criado por Uchiha Sasuke para ter uma defesa
perfeita. Ao inves de concentrar a energia apenas na mão, essa técnica
consiste em fazer com que o Chidori cubra toda a extensão do corpo do
usuário aumentando muito a extensão do ataque, em adição, se o inimigo
golpear qualquer parte do corpo do usuário durante o uso dessa técnica
receberá uma descarga elétrica que dependendo da densidade pode ser
letal para quem a receber, o que dá a tecnica uso defensivo. Conduzindo
as descargas elétricas desse golpe através da lâmina da Espada Kusanagi,
Uchiha Sasuke também é capaz de aumentar o corte da Espada
infinitamente usando a técnica.
Tajuu Taki Rasengan
(Múltiplas Esferas Espirais Ofensivas)
Quem Usa: Uzumaki Naruto
Rank: S
Primeira Aparição: Naruto Shippuuden Filme 3: Herdeiros da Vontade de Fogo
Descrição:
Usando seu Tajuu Kage Bunshin no Jutsu, Uzumaki Naruto cria vários Kage
Bunshin no Jutsu. Então cada Kage Bunshin no Jutsu cria nas suas mão um
Rasengan e estando esse pronto, partem pra cima do inimigo atacando
cada um com seu Rasengan. Os ataques são tão rápidos que fica quase
impossível de escapar.
Suiton - Suidanha
(Elemento Água - Ondas de Águas Cortantes)
Quem Usa: Senju Tobirama
Primeira Aparição: Capítulo 646
Nota: Devido a sua potência com o aumento do chakra, o jutsu pode subir de rank
Rank: B
Descrição: Depois de amassar chakra no estômago e convertê-lo em água, o usuário expele-o como um fluxo de alta pressão que é poderoso o suficiente para cortar de forma limpa através de várias árvores grosas com facilidade.
Nehan Shouja no Jutsu
(Técnica Ilusória da Inconsciência)
Quem Usa: Kabuto Yakushi, Yuuhi Kurenai e Uchiha Itachi
Rank: B
Selos: Tigre
Descrição: Técnica de Genjutsu que faz várias pessoas entrarem num estado de inconsciência.
Tajuu Kage Bunshin no Jutsu
(Técnica dos Multiplos Clones de Sombra)
Quem Usa: Namikaze Minato (Yondaime Hokage), Hatake Kakashi, Shizune e Uzumaki Naruto
Rank: S
Nota:
Devido a quantidade massiva de Chakra e do Chakra da Kyuubi, Uzumaki
Naruto pode utilizar essa técnica sem sofrer suas conseqüências.
Descrição:
Esse Jutsu consiste em criar uma quantidade enorme de Kage Bunshin's.
Como os Kage Bunshin's são clones reais, a quantidade de Chakra do
usuário utilizada é muito grande, ou seja, o usuário fica praticamente
sem Chakra