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1[Área de Treino] [Ame] River Empty [Área de Treino] [Ame] River Seg 21 Set 2015, 13:34

River

River

Gennin
Locais variados da vila. Quem precisa de um lugar fixo quando pode ter todos?

2[Área de Treino] [Ame] River Empty Re: [Área de Treino] [Ame] River Qui 24 Set 2015, 16:53

River

River

Gennin

 
Treino de Status
Sombras - Parte 1
(1159 palavras)


Introdução

Amegakure no Sato era uma aldeia excepcional, sem sombras de dúvidas. Havia um vasto comercio, ótimas industrias, alugueis baratos e uma perfeita e belíssima estadia de homens fortes e atraentes: tudo que uma ninja solteira de coração partido precisava naquelas horas intermináveis. Ainda sentia um pouco do medo e da repulsa vindas de alguns moradores que fitavam a formosa guardiã com desconfiança no olhar, quando deveria ser vista como um bom sinal de paz e esperança. River não esperava nada de bom no momento, mas não se importava. Ela preferia ter o medo ao amor do povo. Já que, o medo sempre prevalece enquanto for estimulado, e a menina era uma mestre quando tratava-se de estimulação ao medo e ao ódio.

Não era apenas a reação das pessoas que incomodava a guardiã. Nem no mais alto arranha-céu de Amegakure no Sato era possível ver o crepúsculo da lua. Desanimador. A mais bela obra da natureza jamais poderia ser admirada enquanto estivesse presa naquela vila cinzenta e escura. Era aquela a liberdade que afirmou para si mesma ter? Jamais ousava pisar nas ruas solitária – mesmo confiando em sua capacidade em batalha, não gostava de arriscar. Seu falcão estava sempre sobrevoando a região, atento a qualquer aproximação estranha. Alguns incidentes estavam propensos à ocorrer, como, por exemplo, quando o mesmo assassinou um idoso que tropeçou em cima da mulher de longos fios brancos como a neve. Sangue havia sujado as calçadas naquela tarde.

Naquela manhã fatídica, River se encontrou em cima de um fragmento de escombro que ainda não fora ultrapassado pela agua. Solitária, fitava as luzes ao longe. “Uma bela vila, para ser honesta, mas não tem nada de realmente especial nisso tudo” – Suspirou, angustiada. Gostaria de que Ethan estivesse ali ao seu lado, contemplando o vazio. Não sabia mais o que esperar da vida estando naquela vila tão solitária. Clarke não era “aquela” companhia a qual ela iria curtir passar um tempo, nem toda aquela massa de chunnins e gennins que a mesma decidiu proteger e amar. River era diferente, e isso a tornava distante de todo aquele teatro.

A guardiã não apoiava muito bem as ações de sua Kage, nunca apoiou para ser clara. Ainda não sabia porque sentiu pena da mulher ao vê-la sangrando após ter sido atacada pelo mascarado. Não sabia porque havia a curado. As palavras do mascarado ecoavam em sua cabeça sem dó. Ele parecia saber o quão sem chão a moça se encontrava, o quão perdida na escuridão ela poderia se encontrar. Ele ofereceu a mão, que ela agarrou sem pensar.

A noite caíra e nem sinal de seu amado crepúsculo. A cidade parecia a mesma, assim como o céu tempestuoso. Bom, parecia até que a, novamente, chuva que tocava a pele, deixava a cidade ainda mais viva e iluminada. Aguçando a tristeza crônica da guardiã desorientada. Suspirava suas lamentações enquanto sentia sua roupa úmida pesar em seu corpo. Não gostava nada disso. Por sorte, seu cabelo estava muito bem preso – não iria incomodar ou pesar mais ainda. Já não encontrava mais paciência para suportar o cabelo úmido nas costas, pensava várias e várias vezes em cortar as belas madeixas, deixando-as na altura da orelha, mas novamente caia em pena, e era dominada pelo medo do arrependimento.

Abriu um pouco a armadura e sentiu o frio cortante tocar sua pele, ressecando-a. Foi uma péssima ideia. Seu nariz era outro que não se encontrava nas melhores condições: estava queimadinho, com a ponta rosada. Mal havia notado o quão havia se tornado sensível ao estar tão exposta à agua e à umidade daquela forma inconsequente. Fechou novamente a armadura, encolhendo-se. Apoiava a cabeça em um de seus joelhos, enquanto o olho balançava como uma criança. Abraçou sua perna com um carinho imenso e finalizou com um profundo suspiro.

A chuva aumentava e uma nevoa surgia ainda mais densa. A cidade aos poucos desaparecia de seu campo de visão e mal podia avistar as luzes avermelhadas que insistiam como um farol na tempestade guiar os desventurados. Não era exatamente a chuva que incomodava-a, nem a nevoa, nem mesmo o frio. Outra coisa, independente do clima, incomodava a jovem que fitava incansavelmente seu novo e tão estranho lar. Suspirou novamente, pensando como iria ser bom ter Ethan novamente ao lado dela, com todo seu jeito autoritário e sério que encantava todas as gennins da vila secretamente. Levantou uma das mãos até a boca, tocando-a gentilmente, lembrando de seu beijo roubado no laboratório... o último momento de paz real que houve entre os dois. Mesmo que fosse impossível diferenciar chuva de lagrimas, a moça estava chorando, silenciosa como uma borboleta e iluminada ao meio da neblina como uma estrela feita puramente de diamante. Sorriu.

Tocou na agua, caminhando sob sua superfície enfim. Como era estranho caminhar em mares tão turbulentas, parecia não haver um equilíbrio próprio: era como a menina se sentia nos últimos dias. Mesmo com seu chão a tremer e dançar fora de um ritmo aceitável, River não perdia seu próprio equilíbrio – acostumou-se à momentos de tristeza e aflição, momentos que nem um abraço amigo ou um beijo de amor poderia a resgatar de sua eterna depressão.

Caminhou em direção à vila, passos lentos e perdidos, o mar não sossegava nem por um segundo sequer. A chuva congelava seu coração, perdido na escuridão daquele nevoeiro que exalava mistério. Até curtia isso, não podia negar o quão excitada ficava em frente à um segredo. Olhou para o céu, fechando os olhos em seguida, abriu os braços, sentindo a chuva tocar suas bochechas carinhosamente. Sua franja foi jogada para trás, assim como o corpo da menina que começou a afundar na agua.

O ar fugia-lhe dos pulmões, dando espaço para o liquido que inalava pacificamente. Abriu seus olhos, apenas vendo sua respiração falhar e as bolhas se formar em uma bela imagem. Sorriu. Sua mente levemente se apagou. Naquele momento, não podia pensar em nada, não via nada, e sentia uma grande aflição. Tentava respirar mas não entrou em desespero. Já esperava esse tipo de negação vinda de seu corpo. Sua mente clareou novamente, sentindo a própria morte vir a buscar por conta própria. Mas havia se enganado. Mesmo com o frio que paralisava todas suas articulações, não era a morte que estava ali tocando seu pulso e só pode ver isso quando voltou para a superfície e recuperou sua mente por completo.

Na margem, bem distante da aldeia, River pode ver seu cabelo tocando a lama, imundo. Estava sem sua armadura – vestindo apenas suas roupas básicas (top preto com uma calça apertada negra), e a chuva já havia parado, uma lua à observava no topo do céu. Ao seu lado, um homem residia, encarando a lua, admirando-a. Sorria, e suas roupas estavam tão molhadas quanto as de River que logo suspirou, tomando a atenção do homem que demostrou ter belos olhos violetas que combinavam perfeitamente com o profundo negro de seus cabelos. Em seguida, adormeceu quase instantaneamente.
 

3[Área de Treino] [Ame] River Empty Re: [Área de Treino] [Ame] River Qui 24 Set 2015, 16:55

River

River

Gennin

 
Treino de Status
Sombras - Parte 2
(1616 palavras)


Quando despertou, já era de manhã. Encontrou-se com consciência dentro de uma cabana feita inteiramente de madeira e palha. Havia uma jarra de barro com liquido que parecia agua, e uma tigela com frutas e peixes ainda crus – salmões, de acordo com a observação da bela guardiã. Ainda desnorteada, olhou para seu redor e apalpou a cama feita inteiramente de madeira com o colchão feito de palha, o quimono principal de sua armadura lhe servia como um cobertor perfeito. Olhou para uma possível janela que poderia ser chamada de buraco retangular na parece sem nenhuma proteção, e lá viu os raios de sol, as folhas com um verde bem forte e ouviu o cantar dos pássaros, lhe dando bom dia. Aquilo a fez certeza de que não estava em Amegakure.

Levantou da cama e olhou ao redor com mais atenção. Fitou o alimento que parecia estar sendo oferecido diretamente para a menina, hesitou, chegou a tocar em uma banana, mas não ousou descascar ou até mesmo comer. Vestiu apenas o quimono da Armadura e enquanto amarrava a fita, encontrou as peças importantes de metal de sua armadura, peça por peça, arrumada delicadamente em um canto, limpas. Sorriu, enquanto terminava de arramar a fita, mas pelo calor, nem sabia se iria conseguir manter-se com aquele quimono – sua gola havia sido feita perfeitamente para climas mais amenos, e não para climas quentes.

Sentou-se em posição de lótus, segurando os próprios pés, juntos. Sua expressão não era das melhores. Estava faminta, porém desconfiada, mal sabia o que havia acontecido. Não contava que sua armadura fosse pesar tanto na hora de voltar a ponto de simplesmente não conseguir voltar para a superfície, como nas outras várias vezes que havia feito o mesmo. Ela deveria ter pensado melhor sobre o assunto. Agora se encontrava partida propositalmente. Se quisesse voltar para Amegakure, era preciso apenas chamar seu falcão e ele surgiria, a guiando de volta para o novo lar, mas preferiu ficar naquela paz misteriosa. Jogou-se na cama, deitando. Pôs uma das mãos no cabelo e o afagou, enquanto uma mão descansava em cima de seu abdome. Chegava a ser atraente, com seus seios eretos sob o kimono, e a barriga chapada sem marcar sua silhueta. Deu um suspiro longo e pesado, se livrando de todos os pensamentos ruins. Olhou de relance para a banana deixada fora da tigela de barro, e suspirou novamente. Desejou come-la imediatamente!

- Quem mora aqui deve ter muita sorte... – Suspirou, virando-se de lado, apoiando sua cabeça em uma de suas mãos enquanto a outra apenas caia em sua frente. Encolheu-se, aconchegando-se na palha e principalmente em seu belo quimono. Sorriu, feliz por sentir-se aquecida e longe daquela chuva que parecia ser eterna. Virou, meigamente, olhando para o céu pela janelinha. Seu tronco e rosto estava sensualmente virado para o lado posto de suas pernas, seus braços, abertos, ofereciam-lhe uma posição de como estivesse simplesmente jogada na cama. A cor de seus olhos poderiam até mesmo se perder no tom lilás – apenas refletia o azul do céu em sua pigmentação natural rubra – apenas ela não poderia ver aquela mera mudança.

Afagou a cama bem devagar com uma das mãos antes de levantar subitamente, vasculhando seu redor, com o cabelo amarrotado, com alguns fiapos de palha espalhado. Fazia muito tempo que não relaxava daquela forma – parecia até uma adolescente preguiçosamente apaixonada, levantando da cama pensando em um alguém – porém, esse alguém era ela mesma. Mesmo após destruir sua amada vila, ela ainda podia e merecia se amar mais que qualquer coisa naquele mundo tão confuso.

- Então... – Suspirou, um pouco mais aliviada – Vamos ver o que acontece... como seria uma vida sem... – Sua expressão ganhou um tom triste, hesitou terminar aquela frase, mas não poderia mais evitar – ...sem ninjas. – Finalizar aquilo foi como um alivio para ela. Jamais acreditou que fosse conseguir dizer aquelas palavras. Sorriu para o vazio, e pegou a banana, a descascou delicadamente e provou – estava ótima, fazia tempo que a mesma não comia algo parecido. Bebeu um pouco da agua que se encontrava na jarra de barro e cheirou o peixe – que parecia estar fresco, recém pescado. Hesitou e preferiu não comer. Adorava salmão, mas não poderia comer carne crua daquela forma imprudente. Comeu o restante das frutas, até sentir-se bem.

Voltou a arrumar seu quimono, ignorando a armadura em si. Alongou-se e sorriu para o vazio novamente, com os olhos fechados. Já imaginava como seria o dia: caçar algum animal e colher alguns legumes e frutas perdidas pela floresta para fazer uma sopa para a janta? Cogumelos iriam bem! Mas enquanto isso, ela poderia pescar, ou talvez, procurar alguma aldeia próxima. Comprar roupas novas, ou ser mais modesta e humilde e comprar apenas grãos, legumes e itens essenciais. Nada de luxo – agora River estava incorporando em uma camponesa. Riu de si mesma, enquanto procurava algo para pôr nos pés, e em um cantinho, avisou sandálias de madeira – nunca havia usado uma, mas sempre tem a primeira vez.

Seu quimono não era do tipo de as moças usavam. Era mais masculino e curto. Deixava-a como se estivesse vestida com a roupa de um homem, ou pelo menos, sem as partes de baixo. Procurou alguma coisa nos baús, próximos à cama, mas nada que lhe servisse encontrou. No momento, haviam apenas duas opções: usar apenas suas roupas inteiras, ou usar o quimono completo naquele calor. Decidiu vestir o quimono, e descartou as sandálias de madeira para vestir suas botas normais. Não podia ser vista com roupas tão informais ou até sugestivas em ambientes públicos, afinal, era uma camponesa, fajuta ou não, estava fingindo ser. Já havia esquecido quase por completo sua última noite.

O primeiro passo para fora da cabana havia sido estranho. O sol parecia tão vivo quanto o de seu amado deserto. Uma brisa forte balançava as folhas e as flores, mas não ignorava o cabelo de River que parecia perder o controle naquela ventania. A menina apenas segurou as madeixas por cima do ombro, enquanto sua franja permanecia dançando como o vento. Prendeu o cabelo rapidamente com uma simples trança lateral e amarrou com um nó. Jogou a franja para trás, retirando de seus olhos. E enfim, pode ver claramente o mundo que a aguardava.

Lenha à um lado, troncos de arvores ainda inteiros do outro. Uma outra casinha sem porta à frente, onde havia uma mesa de madeira ainda sendo confeccionada. A área era pequena, mas cercada. O chão era parte gramado e parte batido. Trepadeiras com belas flores pequenas subiam pelas paredes e pilastras, assim como no telhado haviam várias plantas espalhadas. Tudo tão colorido... Fazia anos que não via algo tão belo em sua frente com vida – lembrou do rapaz que lhe ensinou a invocar os pássaros... Prendeu o choro e a tristeza. Levou a mão até os lábios e estalou os lábios ali, deixando um pequeno beijo para trás, enquanto a mão voltava para sua posição padrão.

Caminhou até a casinha de carpintaria e alisou a mesa com as pontas do dedo, retirando levemente o pó de madeira que ainda tinha. Fechou os olhos e começou a imaginar uma vida naquele lugar. Talvez devesse conhecer o dono daquilo tudo, casar-se, procriar. Seria mágico, vestir roupas de camponesa de verdade, usar os cabelos presos sempre, dar adeus a beleza sedutora e toda aquela personalidade rancorosa. Ou talvez, devesse o matar e tomar sua vida por completo. Iria ser livre como os pássaros que piavam ali próximo. Mas toda a ilusão tem um fim, e esta terminou com o dedo de River sendo perfurado por uma farpe. O sangue deslizou em linha reta, sujando a mesa instantaneamente, assim como a dor foi simultânea. Abriu os olhos, e afastou-se da mesa, odiava sentir qualquer tipo de dor – mesmo que, algumas fossem necessárias.

Chupou o próprio dedo, limpando o sangue. Não aliviava nada, mas era reconfortante para ela. Olhou ao redor, e não encontrou nada com agua para lavar o dedo. Mesmo com o sangue ainda escorrendo, arrancou a farpe com ignorância, fazendo sangrar mais. Era de se imaginar o porquê estava sangrando tanto. A farpe parecia um prego de tão longa e grossa. Jogou-a imediatamente fora, com um gesto raivoso de quem não podia contrair sua raiva diante às coisas ruins da vida ou de sua própria desatenção.

Retirou-se da casinha, indo para o centro do pátio, onde havia um tronco caído, estava lixado e bem limpo, até parecia que era proposital, e logo a frente isso foi confirmado. Havia cinzas de uma fogueira marcada por pedras. Tudo muito bem organizado. A menina andou mais um pouco e avistou um poço. Aproximou-se sem medo e olhou para o fundo. Nada além da pura escuridão pode ser visto. Por mera curiosidade, procurou uma pedra no solo com a visão, e resgatou uma, limpando-a na roupa. E então, soltou dentro do poço, começando a contar em seguida.

Um...

Dois...

Três...

Quatro...

E finalmente pode ouvir o barulho da agua ecoar. Sorriu imaginando o tão fundo aquilo poderia ser. Cair ali não seria nada interessante. Afastou-se com seriedade, um pouco pensativa. Que mundo estranho era aquele para ela. Sempre viveu em volta de ninjas, onde não precisava conhecer a vida manual. Tudo sempre esteve ao seu dispor. E agora, era sua oportunidade de ver se realmente valia a pena morrer para começar a viver.

Aproximou-se do portão que lacrava o cercado. Havia apenas uma corrente a impedindo de abri-lo. Mas isso não evitou que a mesma o pulasse e no outro lado, encostasse no mesmo, admirando a natureza e a brisa que insistia em trazer sua franja de volta ao seu olho. Naquele instante, segurou a trança lateral, e sorriu. “Isso é a liberdade?”


 

4[Área de Treino] [Ame] River Empty Re: [Área de Treino] [Ame] River Qui 24 Set 2015, 16:57

River

River

Gennin

 
Treino de Jutsus
Sombras - Parte 3
(1645 palavras)


Caminhar pela floresta não era tão interessante quanto a menina pensava. A cada esquina, só via arvores, arbustos, e mais mato. Cansativo e o sol não a perdoava. Antes de tomar seu rumo, fez uma trouxa e pôs sua armadura dentro junto com outros pertences e carregou essa trouxa com o auxílio de seu ceifador. Arrumou o cabelo novamente, como se fosse um rabo de cavalo um pouco solto com mexas perdidas sob os ombros, sem esquecer-se da franja bem arrumada na frente – que facilmente era bagunçada a cada brisa que atravessava seu caminho. Era livre, de fato – e poderia ser facilmente confundida com um viajante despreocupado ou meramente à um caçador de recompensas.

“Sabe o que seria bom nesses momentos? – Uma boa canção” – E certamente era, iniciando um cantarolar manso que conseguia facilmente ser animado. Suspirou, puxando a letra da minha de repente, dando a impressão que só conhecia ou lembrava parte da bela canção. Deu alguns passos acompanhando a canção e em seguida, um rodopio. Carregando coisas pesadas, ela não era tão ágil, mas conseguia ser talentosa com os pés mesmo assim.

Riu de si mesma quando a canção teve seu fim. Sentia saudades de seus pais, mesmo tendo os perdido tão cedo. Gostaria de voltar a ser uma criança, correr pelos campos sem ser notada com uma mulher, brincar e rir sem importar-se com o significado das coisas. Sim, ela queria voltar a ser a criança que tanto adiou. Sua mãe, a qual lembrava apenas tornados e trovões, parecia ser tão... completa. Ela tinha alguém para a completar de alguma maneira – River já não tinha ninguém. Olhou de relance para sua mão, e notou que, seu anel ainda estava lá. Belo e intocável, parecia combinar bem com o coração já partido em milhares fragmentos pequenininhos de forma que parecesse impossível de colar parte por parte. Seus olhos encheram de agua por um tempo, já não conseguia se conter tanto, precisava de alguma paz.

Aquela trilha era calmante, de sua forma, é claro. Só podia ouvir o som do vento e das folhas sendo chacoalhadas violentamente, mas se ignorasse isto, ela podia ouvir pássaros a cantar e outros animais que passavam perto com seus sons tão distintos. Porém, preferia ouvir o vento com sua bela e incompreensível canção de primavera. Ela sentia uma conexão grande com o elemento, e gostava daquilo que sentia pelo menos, a lembrava de sua perdida relação com Ethan. Reconfortante.

Olhou para o céu azul e deu um longo e silencioso suspiro – não podia perder sua mania de suspirar a cada minuto, ou a cada situação. Fechou os olhos e soltou o ceifador com suas coisas presas. Abriu os braços e começou a abraçar o vento, sentando-se em posição de Lotus. Seria ali, o seu treino. Estava no meio de uma trilha, mas não deixou de ser um momento perfeito para um treino que a muito não fazia. Após tantos e tantos meses sem nem treinar sua manipulação principal, a hora era agora. Diferente das outras vezes, ela sentia-se pronta e com a necessidade de jutsus realmente poderosos de seu elemento primário.

Ao seu redor, o vento dançava, soltando suas longas madeixas que caiam sob seus ombros. Sua franja escondia os olhos fechados - certamente já era hora de aparar as pontas radicalmente. Até que, manipulou o vento para cima, levantando todos seus fios prateados para cima, assim como a franja deixou de esconder seus olhos que perdia completamente sua pupila por alguns segundos. Com uma aparência um pouco assustadoramente atraente, ela concentrava-se exclusivamente em um único elemento, livrando-se de qualquer outro pensamento focado em outros. Um turbilhão subiu aos seus, carregando folhas, galhos e pequenas pedras. Pássaros começaram a planar em volta do turbilhão. Uma bela vista. Talvez uma foto ficasse legal naquele momento.

River levantou e olhou para o céu, exatamente para o centro do turbilhão que formava-se à sua volta. Belo e simples, que visão perfeita era aquela. Sorriu – gargalhando na real, com sua voz que a deixava um pouco ameaçadora. Mas interrompeu aquilo, espaçando o turbilhão para todos os lados, empurrando tudo ao redor até desaparecer por completo pela falta de massa dividida pelo local.

Sorriu, ao ver arvores retiradas impiedosamente de seus amáveis solos. A destruição era uma coisa tão boa e gratificante. Seu cabelo abaixou subitamente, bagunçado. Imaginou a Amekage, a quem nunca viu treinar, nem mesmo sair de sua sala para algo realmente útil. Não possuía uma vida, e River não era a melhor pessoa para critica-la – mas pelo menos havia entregado sua dignidade e liberdade em nome da paz e da proteção de sua vila, mas ninguém jamais a entenderia. O mal corria por suas veias e era só isso que as pessoas podiam ver através de sua claríssima e macia pele. Ninguém via a bondade que, sim, florescia no coração da menina. Mas morria a cada suspiro.

Deu alguns passos, e com a mão completamente concentrada e tomada pelo deu chakra de Fuuton – chegava ter uma leve fluorescência lilás. Sim, seu chakra aos poucos estava mudando sua coloração, assim como a sua esperança no mundo. Fitou uma arvore e assoprou sua franja para cima, que apenas saiu da frente de seus olhos. Sorriu atrevidamente, como no passado – seu sorriso de criança, que perdeu após os eventos de Kumogakure no sato. Era raro a ver sorrir tão verdadeiramente – a última vez havia sido com o mascarado, mas não havia sido a mesma coisa.

Com simples movimento, ela socou o ar, e apenas sentiu como se o vento pudesse a acompanhar assim como podia escapar de suas garras. Recolheu-se, fitando as próprias mãos entreabertas. Sorriu novamente, mas dessa vez, seu sorriso era um pouco incompreensível. Socou o ar novamente, e novamente. E em segundos, uma série de socos haviam sido feitas com tamanha facilidade. Até que, em sua mente veio um flasback de Clarke, e todo aquele ódio desconhecido que se tormava, um soco foi dado, finalizando a dança com o vento escapando de seus membros, chocando contra uma arvore, destruindo tudo pela frente. O vento havia sido cortante, assim como os desejos mortais de River.

Ofegou, um pouco animada, precisava aperfeiçoar aquilo para algo mais “bonito” visivelmente. Acima de tudo, a garota gostava de beleza, adorava contemplar o belo – porém, ainda preferia o poder à cima de tudo, e era por isso que sentia uma forte atração pelo mascarado, gostaria de caminhar por todo o corpo dele e tocar em seu chakra delicadamente, sem interromper o movimento espontâneo – Apenas mais alguns de seus fetiches envolvendo o poder interior de cada um, e sabia que jamais poderia executar este com o mascarado – alguém tão frio e sério, sombrio e autoritário.

Em minutos, suas mãos já estavam cobertas por seu chakra de fuuton, e dessa vez, iria se preparar ainda mais. Queria formar uma mão com o chakra, e não apenas lançar como os outros jutsus normais costumavam fazer.

Com suiton, ela já havia aprendido a manipular de vários jeitos, criar várias formas e brincar com aquele elemento, porém, Fuuton parecia ser diferente. O vento parecia ser sempre o mesmo para a menina, não parecia haver uma forma de molda-lo como se fosse meramente agua. Suspirou, virando a cabeça, um pouco incomodada pelo seu fracasso. “Han, para de ser retardada... você está brincando com o vento e não com a agua, não pode tratar os dois igualmente. São distintos, como o amor e a inveja” – Sua mente havia começado a funcionar de forma menos orgulhosa.

- A manipulação do vento... – Suspiro, voltando a encarar uma arvore imensa. River parecia um inseto perto da flora, ou apenas um pássaro intruso. Voltou a concentrar-se apenas o elemento fuuton, o fazendo dançar sob sua pele, deslizando por seu braço, bagunçando seu cabelo, e claro, criando basicamente um turbilhão em volta do membro. Certamente não era isso que a menina desejava. Um grito de dor foi dado, enquanto o mesmo praticamente puxava-a e em seguida, desfazia-se no nada. Um fracasso total.

Seguindo a mesma teoria, voltou a concentrar-se, manipulando com mais cuidado. O segredo não estava na intensidade, e sim no movimento. Tinha que ser nada menos que perfeito. E por segundos, a esfera começou a surgir, não possuía cor, mas dava para ver o movimento transparente que aos poucos formava um punho fechado. Grande, porém leve.

Deu alguns socos no ar, apenas relaxando o movimento de seus músculos até o momento em que sentiu se pronta. E assim o fez. Um grande punho seguiu seu caminho, chocando-se ao tronco da arvore que tremeu, várias folhas caíram. Por segundos, River temeu a queda da arvore, mas a mesma permaneceu estável. Após um tempinho contemplando a chuva de folhas que formou em volta de River, a menina riu, contente.

O treino não havia terminado ainda. A mesma olhou ao redor e já sabia o que iria fazer. A muito tempo, a menina já lera em alguns livros sobre um jutsu em especial de um ninja de Konoha a qual admirou durante sua infância. O mesmo tinha nome estranho, mas a menina lembrava dos selos, apenas nunca ousou aprender tal técnica. Mas agora, bom, ela já sentia pronta para qualquer coisa – menos para a morte. Beijou o anel recebido, e olhou para trás, onde haviam mais arvores imensas.

A guardiã apenas fez o que lembrava. Tomou respiração profunda, concentrando seu chakra totalmente para criar, recolher e manipular fuuton de forma perfeita. Sim, ela queria a perfeição. Ao tomar o máximo de fuuton possível, os selos foram realizados, e em seguida, a mesma exalou uma grande esfera de ar comprimido que chocou-se em uma arvore que caiu quase instantaneamente para frente, e com sorte, a menina escapou da área. A mesma chocou-se na outra arvore que havia sido atingida anteriormente, e ambas caíram como amantes desfortunados.

Sentou-se no chão, um pouco assustada, rindo ofegantemente. E em seguida, procurou suas coisas para continuar sua jornada.
Jutsus Treinados:
 

5[Área de Treino] [Ame] River Empty Re: [Área de Treino] [Ame] River Qui 24 Set 2015, 17:31

Kingdra

Kingdra

Gennin
Treino 1 - Aprovado 280 pontos.
Treino 2 - Aprovado 285 pontos.
Treino 3 - Aprovado.

Adicione suas coisas na ficha, estou pelo mobile então não tem como eu fazer isso sem que dê merda.

6[Área de Treino] [Ame] River Empty Re: [Área de Treino] [Ame] River Qui 24 Set 2015, 18:13

River

River

Gennin

 
Treino de Status
Sombras - Parte 4
(1153 palavras)


Após sua taxa diária de destruição, River seguiu seu caminho cantarolando a mesma canção infinitas vezes, sem cansar. Nada combinava mais que uma canção e uma trilha. Assim como a chuva e o trovão – e claro, o vento entrava no meio dos dois como se fosse o amor e a compaixão. “Ethan...” – torturou-se mentalmente.

- Ok, ok, River, bola pra frente – Parecia até cantar as palavras. Estava animada e não queria jogar aquela alegria fora com pensamentos ruins e negativos. Caminhou até sair da floresta, chegando a um penhasco. Não a assustava, porém era alto o suficiente para nem ela mesma conseguir pular e chegar no chão viva. O impacto com certeza seria mortal. Engoliu seco, e olhando para baixo, onde pode ver cabanas. Sim, havia encontrado um vilarejo, mas estava impossibilitada de avançar. Recuou alguns passos, afastando-se da beirada.

Dali, não podia ver só o horizonte, com todas suas florestas, rios e pequenos vilarejos, ela também podia ver o crepúsculo que já preparava-se para alcançar seu ápice de beleza. Sim, a menina andou tanto, mas no fim, perdeu o dia inteiro para quase nada. Suspirou, arrependida. Sentou-se na beira do penhasco e, com uma expressão de total desanimo e fracasso, ela bufou, odiava quando o dia chegava ao seu fim sem ter feito nada de realmente útil. Mas... vendo pelo lado bom, ela alcançou uma bela vista e não a desperdiçaria indo embora. Dali voltou sua atenção ao crepúsculo, sorrindo meigamente para o encontro das trevas e da luz, uma briga que, mesmo sabendo que venceria, ela não cansava de assistir.

Azul, amarelo, laranja, magenta, roxo, azul novamente até o anil. Suspirou, aliviada. Sabia quais as cores iriam enfeitiçar seus olhos e seduzir sua atenção. As nuvens, porém, eram as mais amadas. Com cores distintas, bordas coloridas, reflexos expressáveis, elas eram o verdadeiro show que River contemplava sempre que podia. Assistir aquilo era ótimo para pensar em seus últimos dias.

A noite finalmente caiu, e já era hora de retomar sua jornada de volta ao seu porto seguro. Com sorte ela iria conhecer seu salvador naquela cabana, perdida no tempo e do mapa.

Enquanto traçava seu rumo, arrumou o cabelo pela decima vez no mesmo dia. O trançou como geralmente fazia, e deu uma pausa para vestir sua armadura. Salvador ou não, a moça não podia abaixar a guarda, estava pronta para matar o mesmo caso não fosse aquilo que imaginava ou aguardava. Chegou a organizar algumas kunais com tarjas explosivas na ponta. E durante o processo, mesmo com, anteriormente, o céu limpo, as nuvens começaram a formar rapidamente e um som de trovão a alertou: lá estava vindo uma chuva das mais brabas. E isso era motivo para ter pressa.

Começou a correr pela trilha até que a chuva começou a se formar e atrapalhar sua corrida. Lama por toda a parte, e isso incomodava a garota que já se encontrava encharcada e um pouco pesada com a armadura. Sem delongas, subiu pelo tronco de uma arvore, concentrando o chakra nas solas da bota. Retomou seu caminho pelas arvores, sua franja constantemente a atrapalhava, entrando na frente dos olhos – frequentemente era necessário joga-las para trás, mas era complicado. Seu cabelo estava completamente molhado quando algo a atingiu.

Um raio para ser mais preciso. Ela caiu na lama úmida, de uma queda boa suficiente para causar lhe dores e pontadas por toda a estrutura física. Suspirou ofegantemente enquanto limpava seu rosto e tentava levantar com certa dificuldade. Em sua frente, no meio da chuva e da escuridão, ela podia ouvir passos e ver uma sombra grande, desfocada, curiosa até mesmo para a guardiã. Sentiu uma pitada de medo. Não esperava ser atingida por um raio, e nem ser pega por um ser desconhecido que não parecia ser um humano.

De seus medos e dores, ela tomou forças para levantar já entrando em posição de ataque. A criatura parou, e parecia inclinar a cabeça. River não estava entendendo, mas sentia raiva, e então, lançou uma das kunais com a tarja, e fracassando miseravelmente ao tentar acertar a criatura por conta de um vento mais forte que cruzou a kunai. A tarja explodiu na esquerda e a criatura berrou como um urso e sua estrutura abaixou-se e começou a aproximar-se da menina.

River não soube ao certo o que fazer. A criatura chegou bem próximo à menina, e levantou agressivamente, apresentando ser um grande urso negro cheio de cicatrizes. Em seus olhos, River pode ver apenas o crepúsculo se formar – lilás, roxo, e um anil. Ofegou, esquivando-se das garras do Urso, rolando para a direita. Sujou-se mais de lama e voltou a correr um pouco fraquejada. Sua perna doía muito e seus nervos ainda pareciam travados... mas ela não iria permitir ser morta por um urso numa floresta. Lançou outra Kunai na direção do Urso, que, novamente, o vento protegeu.

O fato do vento sempre proteger a criatura incomodava River. E quanto mais ela atacava, mais a criatura ficava furiosa. E então usou uma técnica já conhecida para camuflar-se na chuva, e então, invisível tornou-se. Seu coração começou a bater tão forte enquanto tentava afastar-se. Mas aquele esconderijo não foi o suficiente. Uma onda de raiton cruzou seu caminho e a atingiu. Certamente algo manipulava aquilo. A garota fora atingida bem no estomago que começou a minar sangue. Mordeu-se, mas não estava mais camuflada. A criatura surgiu logo atrás, fazendo um grunhido incomodo.

Sem muito o que fazer, sacou o ceifador, e com uma das mãos tocando o abdome recém curado, apontou com sua majestosa arma de três laminas para a criatura indomável que chegou cerca de dois metros do corpo da menina assustada. A circulou lentamente, e tudo que a menina podia ver eram algumas marcas na pelagem do animal. Havia uma flecha fincada, e também, um colar envolvendo o pescoço da criatura. No colar tinha um pingente que, na escuridão e neblina, ela não pode identificar.

- Me deixe em paz... – Lagrimejou, respirando com certa insuficiência. Notou que, em volta do urso havia uma camada de proteção feita inteiramente de fuuton. A chuva não o tocava, assim como o raiton que frequentemente surgia tentando atacar a menina. Aquela criatura não era normal; ela usava técnicas elementares, e isso era o suficiente para a menina que fraquejou no equilíbrio e caiu de joelhos na lama. Estava fraca e então, lançou a última kunai antes de cair no chão. Não ouviu a mesma explodir, apenas uma luz e então, ela voltou a olhar para a criatura.

Não havia urso nenhum, apenas um homem. O mesmo homem que havia visto após ter se afogado. Ele parecia sombrio, e segurava a kunai de River com certo desprezo. Com toda certeza, estava chateado. Lançou a kunai em uma arvore que caiu com a explosão. O mesmo novamente tornou-se um urso e abocanhou a menina pelo abdome de leve, a carregando. A mesma perdeu a consciência quase instantaneamente.

 

7[Área de Treino] [Ame] River Empty Re: [Área de Treino] [Ame] River Qui 24 Set 2015, 18:39

Kingdra

Kingdra

Gennin
Aprovado - 210 Pontos

8[Área de Treino] [Ame] River Empty Re: [Área de Treino] [Ame] River Qui 24 Set 2015, 20:37

River

River

Gennin

 
Treino de Jutsus
Sombras - Parte 5
(1836 palavras)


Quando despertou novamente, estava nua, deitada na mesma cama de palha de antes, e sentia algo tocar seu corpo gentilmente. Ainda ouvia o barulho da chuva vindo do exterior. Queria abrir os olhos, mas sentia-se um pouco exausta e sua perna ainda doía bastante.

- Não esperava que fosse ser tão sensível à raiton. – Talvez fosse os olhos de River que levemente haviam se mexido, ou se ele era algum tipo de gênio leitor de mentes, mas sua voz era doce e normal, e parecia dizer exatamente para ela aquelas palavras. A guardiã abriu os olhos e então viu o que estava acontecendo. O homem limpava seu corpo delicadamente com uma esponja e agua, ainda tinha lama em algumas partes de suas pernas, dando a impressão de que ele havia começado recentemente a limpa-la. Assustou-se novamente e tentou levantar, mas a perna a impediu. O mesmo a fitava com um olhar misterioso, com um sorriso de canto de boca. – Desculpe por antes, não achei que ninjas de Ame fossem tão fracos. – Complementou. – E, belas cicatrizes possui, essa nova vai combinar perfeitamente.

- Você é o urso, certo? – Ignorou praticamente tudo que o homem de cabelos médios e barba mal feita, com profundos olhos violetas. Parecia ter porte forte, muito atraente. Se o mascarado fosse daquela forma, certamente não resistiria. Seu rosto ficou levemente corado com a presença do homem e simplesmente travou, sua boca não abriu por nada, mesmo com tantas questões e perguntas.

- Oh, se é isso que... – Ele mexia a boca de uma forma diferente, assim como o sotaque desconhecido. As palavras saiam um pouco diferentes, mas ela podia entender facilmente. Não era ruim, apenas diferente... – Não vou te enganar, belezinha. Sou sim um urso, mas não um urso comum. – Mesmo que fosse obvio a explicação final do homem, River continuava sem ter o que dizer, aliás, havia muitas coisas para serem ditas, mas nada ousava sair da boca da menina. O mesmo continuou a esfregar a esponja úmida e aquecida sob a pele da menina envergonhada.

Após alguns minutos, o homem levantou, e deu um suspiro, semelhante a River que se surpreendeu. Ele era bem alto, e seu porte era muito mais atraente do que imaginava antes. A menina então passou uma das mãos que emanavam uma luz de chakra verde sob a perna dolorida que curou-se quase instantaneamente. A menina vestiu ás pressas suas roupas normais internas, com certo cuidado, e então seguiu o homem que apoiou-se na porta aberta de madeira, fitando o cair da chuva que diminuía consideravelmente. Foi então que a menina notou que o mesmo era quem controlava aquela chuva – um ninja surpreendente!

Imaginou-se igual a ele. Controlando praticamente a tempestade! Sentiu inveja por segundos, vendo o quão fraca era diante a outros ninjas que nem vila possuíam. Suspirou e o mesmo a fitou, com uma expressão confusa. Ambos se olharam intensamente e a chuva desapareceu. Ele virou o rosto de repente, deixando a menina um pouco sem chão. Sentiu a mesma coisa que sentia ao olhar para o mascarado, ou para Ethan, naquela simples troca de olhar que pareceu um milénio. Sorriu levemente, lembrando de algumas coisas das quais jamais esqueceria.

Sem cerimonias, ela desfilou até o lado de fora da casa, passando pelo homem cruzando os olhares novamente. A chuva havia desaparecido por completo, deu um rodopio, voltando a fitar o homem com certa distinção. Sabia o que queria, mas não lhe vinha as palavras. O homem, por outro lado, a olhou dos pés à cabeça. Achava-a um pouco baixa, mas ainda assim, irrecusável.

- Imagino qu- o mesmo havia começado a falar, porém, subitamente interrompido pelas palavras de River.

- Que deveria me treinar. Ensinar-me a criar chuva e quem sabe, usar Raiton. – Implorou, aproximando-se mais do homem a cada palavra. Seus olhos se iluminaram ao chegar próxima à luminosidade que residia apenas dentro da cabana. Rubros como o sangue e ardentes como o fogo. O homem engoliu seco, contendo-se.

- Raiton não é algo que se ensine. – Respondeu quase instantaneamente ao pedido da mulher. Tocou seu ombro, e os olhos se encontraram novamente. Precisava fazer algo pela garota que parecia estar desesperada em busca de conhecimentos. – Todos possuem a capacidade de controlar os cinco elementos. Alguns com mais facilidade que os outros. Talvez vo- novamente interrompido.

- Eu sinto que tenho Raiton em minhas veias. Eu só preciso de ajuda. – Ele pode sentir o hálito adocicado e quente da menina tocar sua pele de tão próximo. Engoliu seco novamente enquanto cruzava seus olhos violeta nos olhos rubros da atraente guardiã em sua frente, enquanto a mesma sentia que tinha total controle da situação. Era fácil jogar aquele jogo.

- Tudo bem – Bufou, sorrindo para a menina, tomando rumo para fora do cercado. Suas costas era largas de forma muito proporcional, tanto que River não pode deixar de prestar atenção naquela característica física do homem desconhecido e possível novo mestre. O acompanhou certa de dois metros atrás, com passos delicados e silenciosos, como de uma raposa, enquanto ele parecia mais um urso mesmo.

Ao chegar ao lado de fora da cerca, ele andou mais um pouco, afastando-se bastante da casa. Após isso, retirou a roupa, mostrando usar o mesmo colar que o urso – o pingente era de um urso em pé, de prata com uma pedra lilás no coração. Curioso. O mesmo começou a concentrar-se na naruteza de Raiton, assim como ela começou a imita-lo.

- Antes de qualquer coisa, ignore qualquer outra fonte Elemental em seu corpo. Busque o necessário apenas, nada mais. – Em volta dele, faíscas e pequenas correntes elétricas circulavam, formando quase uma barreira. A menina começou a fazer o mesmo, ignorando completamente a manipulação de Fuuton e Suiton que tanto amava, ela precisava de algo a mais e começou a vasculhar em seu chakra perfeitamente manipulável.

Aos poucos, começou a sentir o que queria: um chakra diferente recém encontrado, ainda em estado bruto onde a manipulação seria complicada. Seu olhos abriram e sentiu a pele queimar levemente, correntes elétricas surgiram e então subitamente sumiram. Um pouco assustada porém empolgada, ela olhou para o homem que já a encarava. Enrubesceu. Voltou a olhar para a sua frente, para o vazio da floresta, onde a paz e as trevas viviam unidas. Voltou a concentrar-se com o mesmo chakra bruto encontrado. E então, tocou no chão. Uma descarga elétrica saiu de suas mãos, rachando o chão, e conforme continuava, mais quebrado o chão tornava. Assustou-se, levantando. Saiu da área de terreno triturado. Enquanto o homem começou a bater palmas.

- Encantador, belezinha. – Parabenizou-a. – Mas Raiton não é apenas isso. Vamos melhorar isto. Quero que crie um animal. – Ele sorriu gentilmente – Manipulação geralmente é a parte mais difícil, se aprender o básico, estará pronta. – River lembrou-se então de seu lobo de suiton. Seria legal um Lobo de raiton agora, e lobos eram encantadores. E era bom começar já a aprender a manipulação, ai não teria muita dificuldade no futuro para treinar outras coisas. Concordava perfeitamente com o homem, lembrando dos últimos ocorridos em seus treinos. A manipulação de Fuuton havia sido um problema por nunca focar-se em manipulações de criação, apenas coisas solidas e rápidas como esferas, projeteis, vácuos e laminas.

Voltou a concentrar-se, e podia sentir facilmente o raiton circular por suas veias, deixando-a hesitada quase instantaneamente. Olhou para o homem de relance, exclusivamente para o pingente de seu colar. Um urso com uma ametista... combinava com os olhos do belo mestre. Soltou a primeira descarga elétrica que, transformou-se em uma pequena bola que apagou-se ao tocar no chão. O homem gargalhou do fracasso dela, enquanto ela apenas tentou manter a calma. Tentou mais algumas vezes, fracassando em todas.

Ele aproximou-se dela, ficando atrás da menina e tocou em seus braços, como se estivesse a abraçando. River ouvia a respiração do mesmo no pé de sua orelha. Olhou para o lado e podia ver a cabeça do mesmo a olhando. Estava envolvida pelo homem desconhecido, paralisada.

- Sinta, - ele acariciou as mãos da guardiã – realmente está em suas veias, - Suas palavras vibravam na mente da garota que estava completamente tímida diante – você só precisa liberar isso... – Mãos quentes – e manipular do jeito que quiser.

A menina apenas fechou os olhos, deixando-se levar pelo homem. A descarga elétrica fugiu de seus dedos, e um lobo ganhou vida em sua frente. A menina abriu os olhos e o homem se afastou, batendo palmas. O lobo iluminou a noite de uma forma belíssima. A menina prendeu o cabelo e já não sabia se gritava ou pulava de alegria, porém, simplesmente abraçou o homem e o soltou subitamente, envergonhada. O mesmo riu da reação repentina da menina.

- Você é uma ninja de suiton, correto? Que tal combar? Um jutsu de suiton com raiton. – Um clone dele surgiu, e foi caminhando confiantemente para frente da menina, e o verdadeiro sussurrou no ouvido dela – Ataque-o e faça a agua ferir.

Instantaneamente a menina criou uma corrente puramente feita de agua que envolveu o clone, e em seguida, soltou uma descarga elétrica na agua. O clone simplesmente sumiu, enquanto a menina olhava para o que havia acabado de fazer, um pouco surpreendida. Com aquele elemento, ela sabia que poderia ser impenetrável e útil em ataques. Jamais voltaria a ser um suporte, isso jurou para o anel em seu dedo, branco e limpo.

Voltou a olhar para o homem, com uma expressão diferente. Estava confiante sob o novo elemento, mas ainda faltava um último treino para sentir-se boa: a chuva. Era um jutsu básico para ela, desejava ser completa. Controlar a chuva era o ideal para uma ninja que considerava-se perita em Suiton. Suspirou.

- Tudo bem, acho que já manjei de Raiton. – Ela sorriu atrevidamente – É um ótimo elemento. Mas sou perita em Suiton, preciso ser completa, - voltou à expressão normal – preciso saber controlar a chuva.

- Eu entendo. Mas a chuva não vai ser difícil para você já que se considera “perita” no assunto quando se trata de suiton. – Ele sorriu amigavelmente – Fique à vontade, o segredo é concentrar-se no que à ao seu redor. Mas me faça um favor... não se afogue novamente. Sou um urso, não um golfinho. – O homem apenas sentou-se em baixo de um arvore para deixar a menina trabalhar no que tanto desejava. Ele parecia um pouco cansado, talvez estivesse um bom tempo sem dormir.

Voltou a concentrar-se, dessa vez, priorizando drasticamente o chakra de Suiton e o chakra natural ao seu redor. Precisava formar a chuva de alguma forma, e dessa vez, pensou que seria complicado, mas em questões de alguns meros segundos, ela conectou-se ao chakra natural de suiton que havia por toda a parte. E enfim, exigiu chuva e então, a chuva veio. Olhou para seu redor e sentiu a capacidade de total controle. Ela olhou sorrindo para o homem que sorria de volta. Naquele momento, seu coração bateu um pouco forte, e simplesmente sentiu saudades de seu mestre do vento. Agora, ela tinha um novo mestre.



Jutsus Treinados:
 

9[Área de Treino] [Ame] River Empty Re: [Área de Treino] [Ame] River Qui 24 Set 2015, 21:54

Kingdra

Kingdra

Gennin
Aprovados - Você adiciona, não sei como é a ordem na sua ficha :3

10[Área de Treino] [Ame] River Empty Re: [Área de Treino] [Ame] River Sex 02 Out 2015, 15:25

River

River

Gennin

 
Treino de Jutsus
Sombras - Parte 6
(2851 palavras)


A vida nos bosques não eram exatamente como imaginava, mas com uma nova companhia ali um pouco... diferente, River podia finalmente sorrir verdadeiramente. Após uma noite de treino, a moça despertou tarde, o sol já animava o dia à fora, e o homem já não encontrava mais por ali. Talvez naquele instante, ele fosse um urso perdido pela floresta.

Novamente, despertava confortavelmente naquela cama de palha e madeira, sempre usando sua manta como coberta, protegida do frio noturno. Pela janela, ela já podia ver o céu azul celeste a atraindo para mais um dia desgastante cheio de tarefas indispensáveis para a vida no campo. Levantou-se, espreguiçando-se, com os olhos apertados, deslizou as mãos sobe o cabelo liso e limpo, faltava algo para marcar sua aparência. Queria parecer mais firme, e seu cabelo meigo e puro não ajudava. Novamente, desejou cortar cada uma das madeixas, apenas para lhe fornecer uma nova aparência, menos feminina.

Sua feminilidade já não era algo para cultivar. Ninguém parecia gostar da menina que já perdia o interesse no amor após ser rejeitada tantas e tantas vezes seguidas. Pensou nas mulheres que havia conhecido nos últimos meses... Em kumo, todas impecáveis, delicadas e fortes, nenhuma era como River, e River não parecia com nenhuma. Seria sua aparência ou seu jeito bruto de ser? Perdida em pensamentos, escondia seus olhos do sol. Seu antebraço fazia seu serviço corretamente como cumplice de seus olhos que imploravam por um momento de paz. Suspirou, evitando pensar no que estava preste a perder.

Deixou o sol tocar suas pálpebras novamente, e em seguida, fitou o celeste. Azul não era sua cor favorita, mas ainda sim lhe agradava. Quantas horas deveriam ser? A menina não possuía noção de horário, só sabia que os dias terminavam no crepúsculo e começavam na alvorada – a apenas isso. Não que jamais aprendera, ela apenas nunca teve interesse no assunto. Gostava de pensar que os dias eram infinitos e que, o crepúsculo era apenas o descanso do sol. A menina não precisava dormir, corria pelas noites e sonhava pelos dias, era comum com um grande senso de aventura e um medo mortal da solidão – por sorte, jamais encontrava-se inteiramente solitária.

Desde jovem, falava sobre os espíritos que vagavam pelas florestas e assombrações do deserto – considerava-os companheiros dentre tantas aventuras inesperadas e inesquecíveis. Sorria pensando naquilo, fitando aquele céu silencioso e misterioso. Olhava para o vazio, preocupada com o tempo, o destino. Quem era River? Gostaria de ser só Hana...

Na porta, um esquilo, quase petrificado, a observava claramente. A menina mal o notou, estava perdida novamente em sonhos e desejos desconhecidos. Novamente pensou em Yusuke. Imaginou-o um pouco mais sério, com roupas mais ocultas e usando uma máscara. O que ele falaria para ela? A trataria como uma perfeita desconhecida? Ainda seria o louco retardado por quem ela havia se sentido completamente atraída? Quem era ele? Certamente a moça buscava respostas irrespondíveis. Pensou também em Ethan, desaparecido pelo mundo, a muito tempo não visto. Suspirou, entristecida.

Em um simples gesto inútil de tentar fugir daquela realidade dolorosa, ela virou o rosto bruscamente, agitando os longos e belos cabelos que repousavam em seus ombros e agora escorriam por suas costas. Assustou-se ao ver uma mulher na porta da casa, usava um colar com um pingente de madeira que parecia um esquilo.

Com longos fios castanhos claros, cheio de miçangas, tranças e penas, o cabelo da mulher lhe chamava a atenção – nua, eles escondiam seus seios de forma eficaz. Um sorriso encantador estendeu-se na face da mulher que fitava a garota com simpatia. Olhos verdes encontravam-se com o rubro dos olhos de River em uma sintonia perfeita. Perdeu toda sua pose e sua expressão mudou por completo ao olhar para a mulher que agora expressava todas as emoções que River tanto invejava: sensualidade, alegria, feminilidade e delicadeza. Invejou o cabelo da moça também, tão bem produzido e ao mesmo tempo simples e selvagem. Combinava perfeitamente com a pele bronzeada da bela mulher que encontrava-se próximo da pálida e sem graça River.

- O que há tanto no horizonte? – A mulher perguntou, deixando no ar a doce e infantil voz que possuía, deixando River confusa sobre sua verdadeira idade. – O que tanto lhe faz mal lá? – Sua cabeça inclinou levemente, trazendo pequenos flashs de memória da máscara de íbis ensanguentada. Por curtos segundos, River levou a mão até a cabeça, apertando os olhos, tentando aliviar-se da dor que sentiu. – Já sei! Perdeu alguma coisa! Se quiser, posso lhe ajudar. Kyle pediu para ajudá-la no que fosse preciso.

- Kyle? – River voltou a presta atenção na menina-mulher em sua frente, invejando-a a cada segundo pelos seios fartos que balançavam firmemente sem despencar de seu porte físico quase perfeito. Tentou ignorar isto – O urso?

- Sim, Kyle é um urso! – Deu apenas um pulo, suficiente para que seus seios pudessem dançar um pouco, em liberdade. Seus cabelos, porém, continuavam atraindo mais a atenção da menina que reparou. Tocou nas madeixas marrons e então, enrolou com os dedos. Voltou a olhar fixamente para River, sorrindo. – Você gosta?

De princípio, River não havia entendido a pergunta da garota. Estava falando exatamente do que? Kyle, o urso? Os seios fartos que tanto invejavam River? Os enfeites perdidos pelo cabelo da menina? Ou de mulheres ao todo? Não sabia o que responder até que a menina abriu um baú, e quase entrou dentro dele. Ela era mais baixa que River, mesmo possuindo seios e quadris mais largos, o que a deixava desproporcionalmente atraente. Onde River se encontrava, podia contemplar os pontos mais íntimos e sensuais da moça que parecia não importar-se, talvez, ser muito ingênua e pura. A mesma parecia procurar algo desesperadamente entre uma bagunça suspeita. Após minutos evitando o máximo possível não olhar para a menina nua, a mesma saiu de dentro do baú, com penas azuis e verdes, miçangas coloridas e fitinhas variadas em suas mãos.

- Posso? – Perguntou, enquanto aproximava-se de River sem cerimonias, tocando nos sensíveis fios brancos. Deixou-se levar pela menina que a guiava para fora da cabana, sempre com um sorriso amigável e puro no rosto, seus olhos esbanjavam isto também, mantendo o coração de River no lugar. Caminhou até os troncos em frente à uma área de fogueira, só havia cinzas dentro do círculo feito de pedras e toras, mas onde estavam os trocos que eram usados para sentar, estava perfeitamente limpo.

Ali River sentou no gramado, de costas para a menina que sentou-se no tronco, e começou a mexer no cabelo da guardiã de forma aleatória. Puxava, amarrava, trançava, dava nós, prendia com fitas, fixava missangas, prendia penas, organizava tudo, trançava novamente, cacheava com a ponta dos dedos mergulhada em mel puro, brincava por toda a superfície dos fios grisalhos, no fim, prendia mais fitas e missangas. Penas eram vistas apenas em pontos estratégicos, deixando River com uma aparência indígena e selvagem, assim como a menina, sem perder toda sua revolta ninja e seu desenho de vingança.

Certamente, a menina havia escolhido as melhores cores para destacar o rubro encontrado nos olhos da menina e iluminar seus cabelos. Olhou para o reflexo da agua dentro de uma cuia, e ali pode ver a diferença em seu visual.

- Agora posso ver claramente quem é você. – A menina sussurrou, sentada no chão, em uma posição que apertava seus seios em seus finos e delicados braços. – Você é um pássaro! - Ela tocou uma trança que encontrava-se apoiada no ombro de River – e suas penas são tão belas... Ficará ainda mais bonita quando voltar a voar. – Sorriu, mas logo fez uma expressão compreensiva enquanto arrumava a franja de River – Kyle contou que você perdeu suas asas e não pode voar... – “Um pássaro?” pensou River enquanto ouvia a mulher. – E que está disposta a evoluir seu espirito. Ele pediu pra mim lhe ensinar algumas coisas, e lhe ajudar a vestir coisas melhores.

- Vestir coisas melhores? O que há de errado no meu modo de vestir? – River confrontou, sem alterar o tom de voz. Provavelmente a mulher pensava que a guardiã era como eles: livres e selvagens, um clã até então aparentemente desconhecido pela garota de longos e agora, enfeitados cabelos brancos.

- Não é normal vestir essas coisas por aqui. Somos livres, acima de tudo. Pode vestir essas coisas... pesadas, que lhe limite, mas, a liberdade é muito melhor, deve experimentar. – Parecia haver um certo brilho tanto em suas palavras quanto em seu olhar. – Você deve ser linda livre... Mas não vou lhe incomodar sobre isto, irá procurar a liberdade quando se sentir à vontade para isto. Todos possuem seu próprio tempo. Eu tive o meu, assim como você tem o seu. – Sorriu novamente, gentilmente, enquanto acariciava a face corada de River.

A garota levantou, desfilando espontaneamente até a cerca de madeira que foi ultrapassada com agilidade e rapidez. A guardiã achava curioso a forma que a menina não se importava com a nudez e ainda desejava a nudez da bela de cabelos brancos. Ao encontrar-se na área de treino em que havia treinado antes, a menina começou a fazer desenhos no chão de terra seca com uma pedrinha. Haviam escritos e técnicas que rapidamente ganharam detalhes belos e singelos.

- Bom, Kyle usa a natureza. Você já controlar natureza. Kyle disse que você precisa aprender coisas maiores, como a ilusão. Irei passar o que sei. – Ela sorriu gentilmente enquanto pegava um graveto no chão e começava a mostrar os desenhos. – Ilusões que afetam são as mais importantes... Iremos focar nelas, pequeno corvo!

E então, a menina começou a explicar detalhadamente a primeira ilusão. Ela não parecia mais tão ingênua e gentil, estava séria, pratica, sem perder a sensualidade. Durante a explicação, River ignorou toda a inveja que sentia do físico da moça, e focou-se apenas no aprendizado. Precisava fortalecer-se e ser indiferente ao mundo e às pessoas. Deveria esquecer de vez do amor, esquecer do Hokage, esquecer de Ethan, esquecer até mesmo de Clarke e da aldeia. Apenas a menina importava naquele instante e os fragmentos de uma vida que existiu no deserto... Seu amado deserto.

Ser forte, naquele instante, não era apenas escolha. Era uma necessidade, e de alguma forma, precisava dela para reerguer seu império no meio do deserto, onde seu coração estava enterrado aguardando ser salvo. Uma coisa ela tinha certeza: nenhum homem o salvaria, apenas o enterraria mais se houvesse uma oportunidade de retira-lo de lá. Suspirou, virando levemente o rosto para a direita, tentando aceitar aquele terrível fato: ela iria morrer sozinha e nada que pudesse fazer iria mudar o curso das coisas.

- Como posso lhe chamar? - Perguntou a beleza nua de pele bronzeada. Seu tom de voz parecia um pouco menos ingênuo e mais adulto. Seu cabelo dançava suavemente com o vento, as missangas e as tranças ajudavam a dar um volume e um peso especial. O efeito era ótimo, e River nem sabia como agradecer, e acabou nem agradecendo.

- Ahm... River. Me chame de River. – Chegou a gaguejar curiosamente. Desde criança não gaguejava de tal forma, sempre fora decidida com as palavras e agora quase faltou-se por alguns segundos.

- De rio? Acho que você combina mais com Wind. – Suspirou, arrumando a franja apenas com o movimento da cabeça. – Afinal, você é o vento, não é mesmo? – Com certeza, aquela era a mulher mais bela que River já havia visto e a mesma a intimidava apenas com seus movimentos delicados e simplórios, seu jeito meigo e feminino, e sua confiança inabalável. Sorriu. – Bom, você já sabe como começar. Me iluda, Wind.

River começou a realizar os selos aprendidos e explicados e então, ficou invisível. Era curiosa a forma rápida que a guardiã aprendia as coisas. Na academia era considerada um prodígio em técnicas ninjas, não iria ser agora como Guardiã que iria perder sua habilidade de aprendizado rápido. Rapidamente locomoveu-se para trás da mulher de belos olhos esmeraldas e tentou a prender em uma arvore, com sucesso, porém, já esperava que a mesma fosse conseguir sair com facilidade. Em questão de segundos, a mulher estava encostada em outra arvore.

- É incrível como aprende rápido... Adoro esse tipo de coisa. – Comentou. River apenas respondeu com um sorriso honesto e simples, mas seu olhar fervilhava de vontade de mais treino. – Então, vá para o próximo, quero que treine em sequência, quanto mais rápido terminar isso, mas livre estará. E você, mas que ninguém, sabe o preço da liberdade, Hawk.

River pôs a mão em um dos bolsos de sua calça e lá sentiu seus guizos, todos intactos. Com sorte ainda funcionando, ela começou a chacoalha-los sem retirar de dentro do bolso. Aplicou um pouco de chakra e sua capacidade mental de produzir genjutsus. Notou que a mulher foi afetada pelo genjutsu, mas era experiente, não iria cair em um truque daqueles, afinal, ela era a mestre e River era apenas uma aprendiz. Mas aproveitou que a mulher ainda estava um pouco zonza e tentou o terceiro genjutsu: usando praticamente o que já sabia sobre a formação geral dos genjutsus e sobre sua invocação de corvos, ela fez um sinal e vários corvos surgiram para a mulher, dançando em um ritmo acelerado. E então, a mulher caiu no chão desmaiada.

De princípio, a guardiã de longos cabelos cor de neve não acreditou o que havia ocorrido, mas logo correu na direção da mulher e a tocou com delicadeza e cuidado, mal sabia onde tocar na moça sem “abusar” de seu estado de inconsciência. Após meses, sentiu-se realmente preocupada, não queria machucar ninguém mais, principalmente alguém quem estava lhe ajudando em algo tão útil e importante para a menina. Suspirou, mas logo sentiu algo acertar suas costas – era a mulher, quebrando um genjutsu. Na frente de River não havia nada além de um monte de feno. Foi então que a garota viu que tudo não passou de um genjutsu e que fora terrivelmente enganada pela atraente mulher recém conhecida. Riu da própria desgraça enquanto levantava com dificuldade moderada com uma dor leve nas costelas.

- Uma nota importantíssima: nunca abaixe a guarda, em um mundo de farsas, tudo pode ser uma boa e perfeita farsa. Não se engane... – Sua risada espalhou-se pelo local – Está indo bem, mas enquanto batalhar, esqueça seus sentimentos e principalmente a compaixão. Você está matando, e não tentando converter alguém. Não minta para si tentando mentir para outro. Mesmo que seja verdade, o outro pode ver como uma mera mentira contada pelo inimigo.

River recuou um passo, pensando no próximo jutsu à vir. Pensou bem, e então começou a agir. Em sua velocidade máxima, atacou a menina que não apresentou ter muita reação por ter sido pega de surpresa ou quase imediato. Parecia não esperar a ação feita por River de aproximar-se. Um soco foi dado com violência na boca do estomago da beleza de olhos esmeralda que não pareceu tão bela naquele instante, enquanto River parecia uma loba branca, apenas brincando com sua caça antes de comer, e a garota foi capaz de ver isso nos olhos sedentos da Guardiã, que possuía uma respiração rápida e silenciosa – assim como seus próprios movimentos físicos diante a mulher. O genjutsu foi executado com perfeição: do ponto onde havia tocado e ferido a mulher uma luz emergiu e então começou a tomar o corpo fragilizado da mulher.

Quando o jutsu foi completo, não quis retirar nenhuma informação. Não havia nada que quisesse vindo da mulher, apenas sua aprovação. Esperou alguns minutos e nenhuma reação foi correspondida. A mulher estava em estado de transe e a Guardiã não acreditava que finalmente havia conseguido fazer um genjutsu funcionar da mulher. Pensou nas últimas palavras dela: River era piedosa e ingênua diante seus inimigos. E então, pensou rapidamente no que fazer. Afastou-se e fez um selo para desativar o genjutsu, e assim o fez. A mulher caiu no chão, tossindo exageradamente, exalando uma quantidade duvidosa de baba e vômito – certamente já não era mais tão bela para River.

A mestre a fitou com um certo animo, estava gostando de tudo aquilo, mas parecia não esperar que River fosse tão chata em batalha. Certamente falcões eram inimigos mortais de esquilos. Eram predadores e a mulher deveria saber desde o início: só iria sair viva de alguma forma se o falcão permitisse sua fuga. Era um caçador, e caçadores não deixam uma presa passar sem enfrentar a própria arrogância e orgulho. Era sua vez de atacar e em segundos, River a viu sumir, e detectando-a com seus olhos de águia, sentiu a presença aproximar-se de seus pés, permitindo que, quando o ataque fosse feito, River dispersou-se em milhares de pétalas de cerejeira que, após segundos deixaram de ser um simples Nawanuke para virar um verdadeiro genjutsu, atacando o corpo da mulher com diversas pétalas. Após isso, outro selo fora feito. A mulher ajoelhou e nada mais viu além de uma tortura “especial” para uma certa esquilinha.

River observou a moça gritar, chorar, até que cansou e liberou-a da técnica. Seus olhos novamente se encontraram, mas o sorriso e o temor haviam mudado de face. Agora era River quem controlava a situação com seu especial sorriso pervertido.



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11[Área de Treino] [Ame] River Empty Re: [Área de Treino] [Ame] River Sáb 03 Out 2015, 15:26

Kingdra

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Gennin
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12[Área de Treino] [Ame] River Empty Re: [Área de Treino] [Ame] River Qui 08 Out 2015, 17:34

River

River

Gennin

 
Treino de Jutsus
Sombras - Parte 7
(3071 palavras)


Exaustão era a palavra errada para a situação, mas River usava-a claramente para descrever sua situação diante aos dias sem usar constantemente as técnicas ninjas. Gostaria apenas de voltar para Amegakure no Sato, onde teria certeza que encontraria uma cama já aquecida por futuros cadáveres, e comida pronta no fogão, o que provavelmente havia restado de uma boa janta em família. Em todas as realidades possíveis, River era uma loba faminta e sedenta por sangue, e o sangue estava sempre umedecendo e animando seu infeliz e desprezível destino. Lambeu os dedos de forma sensual, deslizando-o pelos macios e quentes lábios rosados, aprofundando-os até sua língua, onde o tocou delicadamente com a ponta da língua. Peixe cru era a perdição da menina que sentia uma paixão por salmão. Não resistia a um filé, enquanto pensava em um cobertor quente contentando-se com a úmida vegetação rasteira que dominava a parte da margem do rio em que se encontrava. Era fim de noite, para a madrugada ela já reservava seu cantinho próximo à uma arvore, onde iria ter que aceitar sua humilde vestimenta com sua gola feita especialmente de pelo de raposa branca como uma verdadeira pele para aquece-la.

O clima da floresta também não era favorável, porém podia ser melhor que a chuva que assombrava Amegakure no Sato. O silencio era um aliado, entre arbustos e arvores, qualquer ruído denunciava qualquer aproximação. E que por algum acaso, era absoluto. A hora do predador iniciava-se com a lua tocando o topo do céu, avisando a toda a região que o período estava por perto, arisco, em baixo de pedras, atrás de arvores, suspirando um silencio misterioso, sedento por sangue, faminto pela carne e pele, deliciando-se na vontade de saciar sua fome interminável. Na face do assassino, as três garras de sangue podiam ser claramente vistas em sua testa, por cima de uma sobrancelha de tonalidade média, formava a sua vergonhosa tatuagem, de formação desconhecida lhe trazia desgosto. Um predador ferido? Certamente, ainda em berço, todo predador pode ser considerado uma caça. Fora isso, sua bela juba branca encontrava-se para trás, presa, com algumas tranças escapando do coque. Meio bagunçado, a deixando ainda mais exótica e selvagem, sem perder sua sensualidade física e facial natural. Usava os trajes abertos, deixando exposto o belo sutiã de renda roxo e uma parte dos pálidos e redondos seios. Em sua semi nudez, ela escondia fracassadamente toda sua doçura e ingenuidade, todo seu lado meigo e inofensivo era esbanjado em sua aparência tão frágil e feminina – gostaria que todos a pudessem ver como ela era, e não como o predador depressivo que grande parte do tempo viva se drogando para esquecer a merda de realidade que pertencia. Virou o rosto, enrubescida.

Pensar em tantas coisas que já não faziam seu estilo de vida a deixava um pouco comprometida com seu interior. A saudades de ser tocada por um homem, de seus lábios encontrar o calor em outros lábios, macios como algodão, era o que ela mais sentia falta. A noite era fria e insensível, assim como seu coração selvagem, mendigando por uma atenção, um amor bom, uma pressa difícil, um amor visível. De um lado, estava ela, imóvel como uma onça, ouvindo seu interior e exterior, pronta para agir, apenas esperando um motivo para isso. No outro, estava uma menina, com frio e medo, procurando um abraço forte para se acanhar, uma mão quente para afagar seu cabelo durante a noite, uma boca para lhe dizer palavras bonitas, confortando-a. Sim, ela desejava à cima de tudo, ser normal – mas a vida ninja estava em seu destino, as estrelas daquele céu negro jamais a permitiriam seguir uma vida que não era dela. Silenciosas, com certeza berrariam se a menina fizesse algo de errado com sua curta e tão confusa existência.  Inanimadas, eram suas guias, iluminadas guias. Nem um suspiro fora feito a um bom tempo. Imóvel, sentia a brisa e a umidade tocar suas gélidas e delicadas mãos, lamentando-se pela solidão. Poderia sim voltar para a casa do homem que transformava-se em urso, mas iria acabar cedendo-se à uma própria tentação. Deitar-se com um homem estranho? Não era isso que ela tinha em mente naquele momento tão precioso de sua vida. Queria dominar o mundo, e certamente de alguma forma o faria. Novamente desejou o Hokage ali consigo. Não necessariamente lhe tocando, apenas de pé, ao seu lado, contemplando o silencio que a natureza lhe oferecia sem pedir nada em troca. Sentiu a necessidade de ouvir a voz do arrogante e desprezível homem que controlava toda uma vila, e novamente desejou ser domada. Sentimento, desejo fraco, precisava apagar tudo aquilo de forma definitiva. Tentou concentrar-se, e sentiu uma presença, mas era só sua mente desejando uma companhia desesperadamente. Por onde andava o mascarado? Mas perguntava-se se a presença dele realmente fosse mudar alguma coisa. Alguém tão frio e misterioso não toparia nem mesmo um momento mais sério com a atual mulher de cabelos incomuns.

E finalmente relaxou, sentou-se na beira de um rio que, pelo menos possuía um metro de altura da agua, impedido que a mesma pudesse tocar seus meigos e pequenos pés nús, de unhas pintadas de vermelho, ela podia balança-los como uma menininha. Gostava daquela sensação de pureza, a qual já não possuía mais, por leves instantes. Um sorriso de canto de boca apoderou-se do rosto quase inexpressível da bela guardiã. Suspirou, pela primeira vez naquelas ultimas três horas de pura solidão, aguardando a alvorada que estava longe de tocar seus rubros olhos que iluminavam-se à lua branca da lua cheia.

- Oh, bela caçadora, seus suspiros são como uma canção doce e apaixonada em meus ouvidos. Ouvi-los é algo mágico, irresistível e apaixonante. – Uma voz ecoou pela selva. Como algo mágico, não havia vindo de nenhuma direção específica. Seria algum outro predado? Não, River conhecia aquela voz falha e misteriosa, como um de seus suspiros, novamente estaria tendo uma de suas famosas alucinações. Estava lá, o mesmo cheiro encardido de carne podre, sangue e rosas amassadas. Sentiu um liquido quente escorrer por suas costas e a fervura lhe tocar com delicadeza. Estava louca? – Entre todos meus sonhos, finalmente a encontrei. Minha bela rosa branca, ensanguentada pelas magoas do passado, deixe-me cuidar de ti, regar-lhe todos os dias e lhe proteger das chuvas e geadas. Oh, minha bela caçadora! Deixe-me provar desta carne, deslizar meus dedos imundos pela maldade do mundo sobre sua pele pura e delicada. – River saltou, tocando com seus pés a agua do rio, sem afundar, fitando o além, onde apenas uma voz pode ser ouvida. Estava rindo da menina. Maldita alucinação! Na solidão, sempre a atacava. Sua perdição, seus desejos mais profundos. O íbis novamente lhe perseguia. Não podia o banir, em alguma realidade obscura em que sua morte ou quase isso fosse real, ele estaria ali por ela, a protegeria certamente, como um dia fatídico protegeu. O fedor sumiu no ar, e a menina sentiu uma leve tontura, vomitando todo o peixe que havia comido a poucos minutos atrás.

Quem seria o segundo íbis? Se River não compreendia o primeiro, como poderia compreender o segundo? Ambos batalhavam em seus sonhos, ambos ensanguentados, portando um ceifador com as laminas arruinadas, e vestiam armaduras despedaçadas e roupas rasgadas. O sangue encontravam-se mais na área exterior que no interior de seus corpos. Órgãos expostos, arrastavam-se com os passos frios e desengonçados das criaturas que infernizavam a solidão da guardiã que sentia-se preste a enlouquecer. Concentração – era o que ela precisava. Distinguir o que é real e o que não é – era o que ela precisava. Um salto, apenas um salto iria mudar sua noite. E foi o que fez. Precisava de algo, uma coisa que não faria tanta diferença, mas lhe acalmaria. Em sua bolsa ainda residia uma seringa com liquido concentrado em seu interior. Pensou várias vezes, mas nenhuma vez a impediu de penetrar em seu braço, apertando lentamente, sentindo aquele conteúdo passear por suas veias. Sua pupila dilatou, mais e mais, seus lábios secaram e inalou ar seco. Retirou a seringa com raiva de seu braço, por onde deslizou um fio de sangue com um pouco do conteúdo vazado.

Desejava calma, mas alcançou a raiva e o estresse físico. Jamais havia experimentado aquele efeito tão negativo que lhe fazia tão mal tanto interiormente quanto exteriormente. Sentiu dores fortes no peito, agarrando-o com força, encolhendo-se como um filhote em perigo. Seus olhos ficaram completamente pintados de vermelho, assim como as marca d’agua de seus olhos, pesados e quase lagrimejando sangue. Seus lábios tornaram-se pálidos, dignos de um filme de terror. Agora sim, nenhuma criatura da floresta aproximaria. Um berro foi dado, na tentativa de aliviar as dores, fracassando. Ajoelhou-se, e voltou a delirar. Duas luas no céu e um mundo vermelho. Perdeu-se.

Deitada no chão, ria sozinha para o nada. Uma risada falsa e sem propósitos. A loucura empurrava sua porta agressivamente, tentando incansavelmente invadir sua mente, mas ela insistia em segurar a porta com todas as suas forças. Chorava ao ouvir o grito desesperado e malicioso daquela criatura que tanto tentava lhe pegar. Era uma menina, perdida, fazendo o que podia para não ser pega. Pobre criança. As estrelas, de longe, a observava com pena, e as lagrimas umedeciam a lateral de seus olhos, limpando o sangue acumulado. Seu cabelo, espalhado pelo chão, pareciam caldas de raposa branca. Tão bela e singela, beleza pura que até em ruinas permanecia vistosa e atraente. Outra risada infeliz ecoou, solitária perdia brevemente o controle de sua realidade. Aliás, que realidade? Ela nem sabia mais em que mundo vivia, já não sabia o que era real e o que era apenas coisa de sua cabeça querendo brincar um pouco, libertando-se temporariamente, vagando e a perseguindo raivosamente. Tudo aquilo à assustava, e a fazia rir.

- Não é nada bom para um predador andar pela floresta tão... tsc! – suspirou – cansado. – Segurou-se para não reprender River por usar aquelas drogas tão fortes. O homem que transformava-se em Urso durante o dia estava ali, em sua frente, fitando-a com toda sua frieza e suposta indiferença. Misterioso. Bom, River já deveria imaginar. Mais uma alucinação em sua frente lhe atormentando. Gostaria que o homem realmente estivesse ali, mas não poderia ter tudo que quisesse. – Você sabe o que precisa. Eu já lhe disse o que deve fazer. Pare de brincar de menininha, pare com esse drama ridículo e vá treinar. Há um mundo para você conhecer. – A voz alterou-se, tornando a voz do Ibis – Um mundo para você comer... Vamos, Hana, levante e venha comigo, vamos destruir tudo, matar essas pessoas desprezíveis. Me dê a mão. – A mão se estendeu, os olhos do homem tornaram-se vermelhos e o cabelo embranqueceu, caídos sob os olhos, apenas o direito podia ser visto, assim como um sorriso largo em um rosto tão belo. Parecia uma versão masculina de River. Misteriosamente, a mesma estendeu a mão também, dando-lhe a mão. Ambos sorriram da mesma forma, conectados por suas mãos gélidas e pálidas, com unhas grandes, marcadas e sujas de terra. – Vá treinar para comer esses mundos comigo. Só eu e você, tudo só para nós dois. – Uma sintonia perfeita. Como um casal apaixonadamente perverso, ambos se encaravam com o mesmo sorriso que poderia ser considerado malignamente malicioso. Dois pervertidos, dois demônios. Mãos se uniam, o mero toque os excitava. Não houve mais nenhuma aproximação, a troca de olhar constante era o suficiente para ambos – sempre fora. Por segundos, o olhar de River alterou-se, desejando aproximar-se, sentir o gosto do beijo de suas sombras, provar do que havia mais puro e mais proibido. O gosto do infinito, do desejo, da aflição, dos demônios de sua alma, ela desejava mais que tudo um momento de excitação com a criatura que a fitava com malicia. De qualquer forma, eram iguais com formas diferentes de expressar seus desejos mais selvagens, e conter todos os mais submissos. River soltou a mão da criatura, deslizando seus sensíveis dedos pelo braço imundo de sangue de sua cópia, até chegar em seu rosto, sentindo o úmido e quente sangue que surgia por ali. Pela face, o mundo da criatura parecia despencar, enquanto o de River cair em luxuria.

- A beleza escondida em seu olhar é tão singela e incomum. Poderia eu provar de seu sabor? Mergulhar em sua saliva e provar de seus lábios gélidos, como se fosse um último beijo de adeus? De minhas sombras nada escondo, você é o meu anjo, certamente, disso não tenho dúvidas, mas... porque devemos comer mundos? Este mundo é nossa cama quente e cheia de surpresas para o ato final, onde podemos rolar e sentir o toque um do outro. Este mundo é a nossa conexão, é por ele que vivemos todas as nossas luxurias. Deixe-o e meu corpo e alma, você, tudo que nos conecta, todos juntos, deitaremos em nossa bela cama de maldade e perversidade, e assim, enfim, entregaremos à carne e ao sangue, aos desejos mais selvagens, às vontades mais incomuns. Deixe-me viver a vida que mereço, e terá o prazer que tanto almeja. – Aproximou-se, o suficiente para sentir seu hálito tocar sua pele, quente e suave, um suspiro excitado, e com os olhos entre abertos, encarando a boca que aparentemente estava seca e fria com desejo, elevando seu olhar novamente para os rubros olhos profundos, com uma expressão sensual – Beije-me. – Não hesitou. A criatura aproximou-se ainda mais, roubando um beijo profundo e úmido da boca da guardiã. Sentia como se fosse real. Toda a paixão envolvida, todo o desejo, um toque intenso em sua cintura, puxando-a. Uma mordida de leve nos lábios, puxando-o. Respiração ofegante podia ser ouvida, ecoando. A criatura afastou-se um pouco, e tocou no rosto da menina, afagando com delicadeza.

- Meu mundo é o seu mundo. Faça deste nossa cama e entregue-se à mim. Mostre a mulher cruel que floresce a cada segundo dentro desse casulo e me maltrate enquanto me acaricia. Seja controversa, seja selvagem, seja minha, apenas minha. – Desviando o olhar para a boca da guardiã, voltando a fitar os olhos similares aos seus, sensualmente – Faça deste mundo a nossa paixão. Deixe-me toca-la como toca a terra, deslizar minhas mãos frias como se fosse a agua do rio lhe lavando. Me ame da mesma forma que um dia amou “ele”. Faça de mim seu sonho, desejo e excitação. Você não precisa de homem algum para lhe satisfazer, sou suas sombras e seu muito bem que precisa de muito mais que um pênis para lhe levar a loucura. Oh, bela caçadora, és o poder que ama. Apenas ele. A mim, jamais enganará. Afinal, quem além de mim pode lhe compreender? – O homem afastou-se, desaparecendo no escuro, como se fosse fumaça. A menina sorriu, ofegante. Encantada, facilmente manipulável, decidida que deveria se tornar alguém forte. Seu poder estava ali exigindo sua atenção, exigindo esforço e ela assim faria.

Ao seu redor, a alvorada estava ainda muito longe de surgir no horizonte, no breu da noite encontrou o momento perfeito para aperfeiçoar sua conexão com a natureza e suas trevas. O relâmpago que cortava a calmaria, o rio que alimentava a vida e a brisa que alertava aos seres que ainda estavam vivos. Todas as coisas que, anteriormente, ajudavam River em seus confrontos – e mais uma vez à ajudariam com todas suas forças. Era hora de conectar-se novamente, ser completa, ser o tudo, ser o nada, ser Hana e River, ser a luz e a sombra de sua alma. Ser completa, enfim.

- Vamos aumentar a dose. – sua concentração girava em tudo de tudo em seu redor, a natureza facilmente conectada com seu chakra, ela mexia-se, dançando a dança do vento com seu chakra interiormente, e em seu braço, uma luz formou-se, antes de uma grande lamina feita de vento fugir de seu antebraço com um mero movimento. A mesma fatiou uma arvore facilmente. De olhos sedentos, olhava para a destruição sem deixar sua concentração de lado. Fuuton pertencia ao mundo, e o mundo pertencia à River. – Oh, bela caçadora, a destruição está em suas mãos. Faça dela sua maior das recompensas. – Bufou, - A mais bela das artes. – Tomou uma respiração profunda, e gentilmente girou, soltando a carga recheada de fuuton e chakra que formou uma lamina ainda mais larga de vento que destruiu mais coisas ao seu redor, devastando toda uma área, derrubando arvores por completo. Riu ofegantemente, ainda não havia se acostumado a lançar muitos ataques de fuuton seguidos. – Vamos lá, caçadora, destrua tudo. Me prove seu valor. – Um pouco insana, falava consigo mesma na segunda pessoa enquanto tentava técnicas novas para usar o vento ao seu favor. Já estava ofegante, decidindo tentar outro elemento.

Sentiu em seus pulsos o raio deslizar em suas veias, brevemente podia ver seus fechos de luz dançar pelo seu braço. “Poder! Mais poder!” – Rosnou para si mesma enquanto seus olhos se iluminavam para o que via. Adorava sentir aquele desejo de destruição passear pelo seu corpo, e enfim, ela fez um movimento, controlando a agua que passava em baixo de seus pés, e em sua frente, uma imensa serpente feita completamente com a agua do rio surgiu, e com outro movimento, raios saíram de seus braços, encontrando-se com a agua. Uma imensa luz iluminou tudo ao seu redor. Raiton era um elemento incrivelmente belo e despertava os lados mais terríveis e cruéis da bela dama que apostava sua alma na natureza. “Eu sou a caçadora. Eu controlo o mundo” – gargalhou enquanto observava a eletricidade percorrer a agua – certamente Raiton combava bem com Suiton e isso a animava ainda mais. A vontade do fogo estava longe de superar a vontade do vento que River carregava junto com as memorias de Sunagakure no Sato. Com outro movimento, um dragão de suiton emergiu da agua, indo em direção da floresta, devastando uma grande parte, sujando o rio de barro. Sorriu, gargalhando como uma menininha enlouquecida. E por fim, fez um selo e em seu redor, o raio percorreu seu corpo, iluminando-o sem a ferir. Havia formado uma bela armadura. Levantando as mãos, rodopiando e por fim, criando um clone ao seu lado que, com uma espada feita de agua tentou a atacar. Um movimento, e um clone da agua formou-se, atacando o outro da mesma forma. Como um espelho de agua. A menina suspirou. Relaxando, afundando no rio, sentindo a agua gélida enquanto a alvorada surgia no horizonte lhe dando bom dia e parabenizando-a pela destruição. “Sim, eu sou a caçadora, Ibis.”


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13[Área de Treino] [Ame] River Empty Re: [Área de Treino] [Ame] River Qui 08 Out 2015, 17:47

Kingdra

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Gennin
Treino da brisa e da nóia, pode adicionar

14[Área de Treino] [Ame] River Empty Re: [Área de Treino] [Ame] River Dom 18 Out 2015, 22:43

River

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Gennin

 
Treino de Jutsus
Sombras - Parte 8
(1848 palavras)


Solitária entre arvores na margem de um rio que, a cada passo mais calmo ficava, River sentiu o peso da solidão e a vontade de fazer algo bem mais diferente do que estivera fazendo. Treinar mais? Sim, ela o faria sem hesitar. Treinar era bom e lhe transmitia o sentimento de evolução. E a todo instante, sentia a sede pelo poder. Passos pesados. Quando mais caminhava, mais próxima à uma tempestade tornava seu corpo. Aquele era o caminho para o novo lugar a qual sua chefe de vila sentia orgulho de chamar de casa? Onde estava a areia, o calor e o frescor do deserto? Aquele não era seu lar, tão pouco um lugar para abrigar-se. Havia chuva, chuva o tempo todo! O melhor dos campos de batalha, um bom clima para seus elementos e habilidades brilharem em meio a nevoa e o frio cortante. Desejou por leves segundos controlar o gelo e dar um fim à sua agonia: congelaria tudo, criaria esculturas, grandes edifícios, artes modernas, todas espalhadas pelo rio ou suporto oceano que circulava a vila estupida a qual decidiram invadir dias após seu colapso em Sunagakure no Sato.

Quem lugar mais seria bom para viver? Nas florestas mesmo? Em algum templo de adoração? Áreas livres assim como seus falecidos pais? As outras vilas a inspiravam o mesmo que Amekagure no Sato: politica, violência e aquele odiado sistema de tiers que lhe limitava ser mais do que estava sendo sucumbida a ser. Gostava da liberdade acima de todas as coisas, afinal, sempre acreditara que na frente de todos os princípios humanos, a liberdade era o alpha e a partir da busca ou da enfim conquistada, o ser humano abria portas em sua mente e definia um caráter próprio. A liberdade era a busca essencial e inalcançável até mesmo para os pombinhos apaixonados. Um dia, certamente, o amor se reduziria a quase nada, e a liberdade... Ah! Liberdade! Ela certamente era a única coisa que poderia ter certeza que sempre satisfaria qualquer um. Porém, algo ainda a incomodava. Quando olhava seu próprio reflexo, ainda via correntes em sua volta, a prendendo, sufocando. Via rostos também, via Ethan lhe segurando o pé direito, e Yusuke seu pé esquerdo, com o pior dos olhares maliciosos, puxavam na direção oposta, a partindo por completo. Controlava-se constantemente para não fazer alguma loucura impensada.

Parou, fitando as pequenas gotas que já lhe arrepiava ao toque. O frio era incomum, mas previsível. Que saudades do deserto ela sentia! Pensava ser era aquilo que ela desejava: voltar para a vila onde vivia em volta da desconfiança da Amekage, da hipocrisia da população e da arrogância dos demais ninjas. River conseguiria ser o dobro para sobreviver? Resposta complicada para a guardiã de longos cabelos brancos. Seus olhos rubros encaravam a chuva com temor, e seu nariz levemente rosou. Certamente adoeceria cedo ou tarde, era inevitável após o tempo que estivera exposta a longa chuva e a umidade que frequentemente tocava sua pele quase o tempo todo.

- Vamos lá River, vamos ir para “casa”. – Gargalhou, assustando River. Era o mesmo homem: cabelos brancos com rosto suave e olhos tão rubros quantos os da moça. Pelos traços mais marcantes, já estava claro de que se tratava de uma versão masculina belíssima da guardiã e com uma personalidade um pouco difícil de se lidar. – Não está com saudades de seu sofá e daquele monte de livro que insiste incansavelmente para si mesma que irá ler até o fim da vida? – Da direita, surgiu na esquerda, surpreendendo a menina inconsolada. – Vamos lá, caçadora, vamos destruir esse mundo. Deliciarmos da carne humana mais uma vez. – Sorriu. Aquele sorriso era o que mais desagradava a mulher: era doce, meigo e carregava todos os sentimentos positivos que ausentavam em seu tom de voz amargo e palavras cruéis. Já havia se encontrado antes com a mesma criatura. Sombrio e cheio de pensamentos, aquele homem era o que River jurava evitar ser. Vivia em seu interior, valsando mil canções com todas as supostas versões da guardiã, dentre elas estava Hana, a qual fora apaixonada pelo perigo e pelo desejo da carne algumas vezes. Apenas um espirito feminino camponês.

- Este mundo é nosso lar por enquanto. Já tivemos essa conversa anteriormente – suspirou, fitando o horizonte além de seus olhos. Não havia uma linha, apenas neblinas e isso incomodava a garota que não conseguia avaliar a distância que se encontrava da aldeia. – Faremos deste nossa cama e nos agraciaremos do sangue alheio servido em taças, já lhe fiz essa promessa. Juntos, sempre. – Seus olhos vazios gostariam de ter algum motivos para fitar tanto um ponto específico.

- Certamente prometera mil e uma noites de desejo e satisfação, mas ainda me pergunto se realmente deseja isto no momento? – Sua voz parecia uma armadilha para a sanidade medianamente estável a qual River conseguira nos últimos dias. Parou exatamente ao lado da mulher, na mesma posição e fechou os olhos, dando um longo suspiro – Às vezes temo esse silencio. Sempre tão quieta, pensando em coisas absurdas sobre a vida. – Sorriu, com o mesmo sorriso irritante a qual insistia em fazer ao olhar para ela com ternura – Você fica linda fitando o nada, pensando naquele Hokage estupido que jamais irá oferecer o que EU posso.

- Você não é real. – O interrompeu, ainda fitando o nada com uma expressão imprecisa. Realmente pensava no Hokage regularmente, mas não a ponto de parar sua vida ou esquecer seus objetivos. O homem cerrou os olhos, com uma expressão incomoda e raivosa, deu um sorriso nervoso, mostrando alguns dentes. – E é por isso que não posso me contentar apenas contigo. Preciso de carne e não de apenas sonhos. Tente me entender. – Seu tom parecia triste até demais. Forçado? Não sabia responder, mas a criatura parecia mais compreensiva após a pequena explicação da moça.

- Bom... Há algo que eu possa fazer então? – Palavras cuspidas à força. Companheirismo não combinava com aquele ilustre homem que vivia dentro da menina. Sorriu para ele, docilmente, que sorriu de volta, ainda mais encantador.

- Me ajude a treinar qualquer coisa. Será útil, e aposto que é tão bom quanto eu. – Parecia mais verdadeira e compreensiva tambem. De alguma forma, eles poderiam ser o casal perfeito, mas era impossível. Se pelo menos existisse uma forma de clona-la... balançou a cabeça, tentando esquecer aquela ideia tola. Suspirou, entrando em posição de batalha. – Sei que não negará, então, pode começar. – uma risada pode ser ouvida, e o corpo do homem desapareceu em vento, surgindo em cima de River, surpreendendo-a com um soco frontal. Ela apenas entrou na agua rapidamente, saindo em outro lugar mais distante. – Onde foi que... ah, desculpe. Vamos continuar.

O homem era mais rápido que River, e mesmo sem portar o ceifador, ele mandava bem nos golpes quase certeiros que a menina era forçada a usar a lamina para defender. Aquele era o lado que apostava na força física de River? De certa forma, ele era forte e usava taijutsus apenas, alguns carregados com fuuton. Sorriu. Ela tambem era capaz de fazer aquilo, e tinha certeza daquilo. Imaginou-se com a aparência do homem, viajando pelo mundo, usando outras técnicas, fingindo ser outra pessoa. Quase recebeu outro golpe que foi eficazmente defendido pelo ceifador triplo. O impacto caloroso havia a feito ter sinto o cheiro doce do hálito do oponente. E o viu como uma escolha quando ele se afastou com um salto. Todas as coisas que ele dizia pareciam ter feito algum sentido. Seria isto que ele desejava? Que River virasse ele por um tempo até se encontrar novamente?

Suspirou, voltando a defender outro golpe que a empurrou mais para trás. Já se encontravam em cima da agua, e a concentração era maior a cada golpe. Sentiu a correnteza passar sobe a sola de sua bota, como um véu de seda sendo arrastado por sua pele delicadamente durante um amasso caloroso. Bufou, colocando a mão sobre a superfície, poderia usar aquilo ao seu favor. O homem era rápido, mas se a correnteza lhe atrapalhasse o andar, ajudaria muito. Enquanto defendia-se com uma das mãos, a outra conectava-se com a agua ao redor até que...

Um redemoinho surgiu, e ela bufou com um sorriso ofegantemente sexy. Sobe os pés, sentiu o desequilíbrio a guiar para o centro do turbilhão. Colocou as mãos sob a boca e disparou a agua, porém, não simplesmente agua. Aproveitou o chakra de Raiton que havia aperfeiçoado anteriormente. Uma bela luz dominou a agua, indo em direção ao homem que também se encontrava sorridentemente ofegante.

No meio de um de seus famosos suspiros, foi interrompida com uma voadora carregada de fuuton nas costelas. Faltou-lhe ar quando afundou na agua, bebendo muito liquido. Já deveria saber que não deveria abaixar a guarda. Recuperou o ceifador e voltou para a superfície o mais rápido possível, onde cuspiu, vomitando em seguida uma grande quantidade de líquidos e resto de comida. Limpou a boca com um dos antebraços que posteriormente foram lavados na agua. Raivosa, o fitou com mais precisão. Não poderia ficar na defensiva contra um oponente igual a ela. Ele sabia quando ela iria usar ninjutsus com o Kagura Shingan. Novamente contra parede.

- Você é bom... – sussurrou ela, um pouco desnorteada, nauseada ainda, e com fortes dores na costela. O homem desapareceu novamente, e um outro golpe a acertou a perna. Desequilibrou-se por alguns segundos, e então girou o ceifador, tentando cortar o homem, que esquivou-se abaixando. Gargalhou. Outro golpe iria ser recebido e por segundos, River parecia ter visto tudo em câmera lenta e só pode imaginar flores, seu corpo simplesmente sumiu como num shunshin no jutsu, deixando apenas pétalas no local. Surgiu atrás do homem, um pouco a cima, e com fuuton concentrado em uma das pernas, desceu o golpe sobre a cabeça do homem. O mesmo defendeu com uma das mãos cobertas de chakra de fuuton. Riram juntos, River desapareceu mais uma vez, surgindo atrás do homem, acertando-lhe um golpe certeiro nas costas com chakra de fuuton acumulado. Abaixou-se em seguida, aplicando uma rasteira junto com chakra de fuuton também. Era essa a estratégia? Ser rápida e feroz?

- Parece que entendeu, - gargalhou um pouco ofegante, enquanto tentava recuperar-se após o soco que lhe retirou sangue dos pulmões. – mais alguma ideia? – Suspirou, apoiando a mão nos joelhos. Fechou os olhos por alguns segundos, quando abriu, foi surpreendido com uma grande rajada de vento em sua direção lançada por River que, a poucos metros sorria com malicia e afeto, uma mistura estranha e quase incompreensível, mas River, bom, ela sabia bem misturar sentimentos distintos em suas mais variadas expressões. O homem tossiu quando levantou novamente. – De alguma forma, já esperava por essa maldade, caçadora. Acho que chega de apanhar por mim hoje... – gargalhou fraquejadamente – e morda-se, ou irá se arrepender quando notar o estrago nessas costelas ai. – River olhou para o grande roxo que formava em seu interior. Suspirou, mordendo o próprio pulso, curando-se instantaneamente. Quando voltou a olhar para sua frente, o homem já não estava mais lá. Solitária, entre o mundo o qual encontrava paz e a tempestuosa realidade.



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15[Área de Treino] [Ame] River Empty Re: [Área de Treino] [Ame] River Dom 18 Out 2015, 22:48

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