[Área de Treinos] Kojiro

     Já era hora de aprender uma nova técnica, seu leque de jutsus não era lá aquela maravilha. Foi com esse pensamento que Kojiro traçou uma pequena rota em sua mente para aquele dia: iria sair de sua casa, passar no gabinete do mizukage para pegar um papel elemental e de lá, iria para o lado onde, quase sempre, é o local de seus treinos. Tudo isso foi feito em pouco tempo, já estava na terceira etapa do trajeto, no lago cercado por rochas e árvores, sua "área de treinos". Parou em frente ao lago e retirou de seu bolso o pequeno pedaço de papel. Ouviu boatos de que era possível ter um segundo elemento, se ele tivesse um segundo, seria ótimo. Concentrou seu chakra no papel por um tempo, algo bem similar ao que fizera da primeira vez, ao descobrir ser usuário de Suiton. O papel tomou uma aparência escura e, aos poucos, foi desintegrando-se. Ao que tudo indica, Kojiro tinha sim um segundo elemento e era Doton, ótimo na defensiva e bom na ofensiva.
     A partir dessa novidade, uma boa ideia surgiu em sua mente. Se tem um novo elemento, porque não treinar um novo jutsu desse tal elemento? E por ser Doton, porque não algum defensivo? Iria tentar o Doryuuheki. Por sorte, era um jutsu de apenas um selo, por si só, isso já era um alívio. Juntou as mãos no selo da cabra, acumulou chakra, condensando-o e transformando-o em chakra Doton, "cuspindo-o" logo em seguida. O resultado? Apenas um cuspe normal saiu de sua boca, nada de barro. Iria tentar mais e mais. Refez o processo várias vezes, até que finalmente, ao cuspir, uma grande quantidade de barro foi de sua boca em direção ao solo, tomando forma e levantando um grande muro sólido. Para sua primeira técnica de um novo elemento, estava ótimo. Sorriu orgulhoso olhando para sua "obra prima" de terra.
 
 
 

Jutsu Aprendido:

     Aquele ainda não era seu limite, iria tentar mais coisas. Estava começando a escurecer e, unido a isso, o frio aumentava pouco a pouco, não que isso fosse um problema, mas se aumentasse demais, teria de voltar para casa e agasalhar-se. Tirando Kojiro e alguns pássaros, o local estava vazio, completamente vazio. O garoto estava em cima do muro de terra feito anteriormente, por ele mesmo, através do Doryuuheki, estava começando a "remodelar o local", destruindo pedras aqui e ali, "construindo" outras, ou melhor, outra. Até o momento havia sido apenas uma, e ele estava sentado nela exatamente agora. Uma perna estava solta para fora, enquanto a outra estava dobrada, sobre o muro, estava apenas observando aquele local tranquilo. Hora ou outra, pegava algumas pequenas pedras e lançava-as no lago, sem propósito algum, queria apenas ver a movimentação da água após a pedra afundar. Podia-se dizer que ele estava entediado, completamente entediado. Ou talvez estivesse apenas com muita preguiça de levantar-se e tentar fazer algo. Já havia vencido tanta coisa até o momento, iria deixar-se abalar pela preguiça? Se bem que ela é realmente forte... Saltou do muro de rocha de repente, aterrissando no solo da pior maneira possível. Exatamente, aquela maneira onde ao cair, uma espécie de "choque" ocorre nos seus pés graças a altura ou a velocidade, ou então alguma outra coisa do tipo. Talvez fosse melhor ter continuado lá em cima.
     Já tinha em sua mente qual seria o segundo jutsu Doton do dia. Se tratava do Otoshi Buta, onde uma espécie de portal é criada no alto e o usuário invoca uma rocha que sai do tal portal, indo direto para o solo. Parecia realmente se tratar de algo complicado. Já havia feito os selos várias vezes, estavam todos eles memorizados em sua mente. Tentou a primeira vez, sem sucesso algum, nem sequer uma brisa passou por ali, quanto mais uma rocha caiu. Tentou pela segunda, terceira, quarta... Décima vez. Nada. Talvez fosse algo realmente complicado de se fazer, ele estava mesmo no nível necessário para aquela técnica? Não sabia responder, mas acreditava que sim. Tentou mais uma, duas, três vezes, nada de rocha, nada de "portal". Estava a beira de desistir, mas antes, iria descansar. Jogou-se para trás, aquele local é cheio de grama, não iria machucar-se ao cair. Claro, não se caísse sobre a grama. O ponto é, ele havia esquecido de um detalhe importante, atrás dele, estava o muro de rocha criado por ele algum tempo atrás. Por primeiro, bateu sua cabeça com força no muro, provavelmente um "galo" iria aparecer ali, segundo, ao cair, bateu sua bunda no chão, também com força, jogar-se ali, havia sido a pior decisão dele naquele dia. - Ahhhhhhhhhh! - gritou, sem se preocupar se alguém o escutaria, estava sozinho ali e pássaros não iriam brigar com ele. Ao menos era o que ele esperava. Levantou-se em um salto, os locais onde batera ainda estavam doloridos, bem doloridos diga-se de passagem.
     ▬ Vamos lá, mais uma vez. - disse em um tom baixo, como que estivesse estimulando a si mesmo. Refez todos os selos outra vez, ao mesmo tempo em que concentrava uma boa quantia de chakra. Sentiu todo esse chakra fluindo de forma rápida e então, lá estava. Um "portal" abriu-se no alto, expandindo-se mais e mais. De repente, uma rocha esverdeada saiu de dentro dele, caindo com uma velocidade incrível no lago abaixo. "Tchbum!" é esse o barulho feito quando algo cai na água? Provavelmente não, mas havia sido parecido, em uma proporção muito maior. O lago provavelmente perdera alguns centímetros, talvez até um metro de profundidade e, no fundo dele, a rocha estava agora alocada. Ao olhar bem para aquilo, a rocha esverdeada tinha uma aparência de... Um porco? Javali? Algo do tipo, ele não sabia muito sobre animais, logo, não saberia responder sua própria pergunta. O local estava todo molhado, a água espalhada chegou a locais inalcançáveis naturalmente. Óbvio, aquilo não havia sido um evento natural.

Jutsu aprendido:

     Iria agora para o segundo, ou melhor, terceiro, segundo apenas em sequência, aprendizado do dia. Graças a toda aquela água (ou talvez nem tanto) lembrou-se de um jutsu que sempre pensou em aprender e na hora, nunca se lembrava do mesmo. Dessa vez, precisaria de um auxílio, precisaria que alguém atacasse ele, caso contrário, não saberia se iria funcionar ou não. Se tratava do Mizukagami no jutsu, onde ao ser atacado, o usuário cria um espelho d'água e copia o ataque direcionado a si, fazendo o ataque original e a cópia colidirem-se, de forma a anula-lo. Se bem usado, é algo extremamente efetivo. Fez o selo de mão necessário para se criar um Mizu Bunshin e, pouco antes de efetuar o jutsu, parou e analisou suas memórias. Na última vez que treinara com um clone seu, ganhou uma cicatriz em seu braço direito. Seria realmente uma boa ideia invocar aquele demônio outra vez? Se bem que, ele não passava dele mesmo, seria isso alguma tendência masoquista? Não, com certeza não. Fora isso, precisava pensar em um jutsu ofensivo que não fosse tão prejudicial, afinal, caso o espelho falhasse, inevitavelmente ele seria acertado. Ok, algo não-letal, já havia pensado em algo. Pediria para o clone utilizar ou o Teppodama ou o Mizurappa. Ainda assim encontrava-se receoso. Seus bunshins não eram assim tão confiáveis. E novamente entrou em uma questão peculiar, pelo fato dos clones não serem confiáveis, ele também não seria? Talvez Kojiro devesse parar de pensar tão a fundo as coisas.
     Juntou as mãos novamente, estava com os olhos fechados e o sentimento de receio batendo forte. Era necessário. - Mizu Bunshin no Jutsu. - aos poucos uma quantidade de água que havia sido jogava na grama graças ao Otoshi Buta começou a tomar forma humana, até que um bunshin havia sido criado. - Primeiro, as regras. Sem jutsus letais, ok? Sem trapaças, sem putaria. - falou enquanto mostrava a cicatriz no braço direito - Da última vez, já ganhei uma lembrança, não que eu me arrependa, mas esse treino é mais leve. Você já sabe o que fazer, pode escolher entre o Teppodama e o Mizurappa, o resto é comigo. - terminou de falar, saltando para trás, precisaria de distância. O clone estralou os dedos e sorriu, colocando uma mão em frente a boca, sem delongas, uma esfera de água com uma velocidade relativamente alta foi disparada. O original mal teve tempo de saltar para o lado, - Ainda não, idiota! - vociferou ele. Ajeitou-se outra vez, concentrou uma quantia de chakra que julgava o suficiente e balançou com a cabeça, como se dissesse "agora pode". A esfera de água novamente foi lançada pelo clone. Kojiro tentou levantar uma quantia de água para formar um espelho, conseguiu, de certa forma. O espelho não havia sido criado, porém, a água havia sido levantada. De nada adiantou. O Teppodama acertou, não em cheio, graças a um salto para o lado, mas acertou de raspão o lado esquerdo de seu corpo. Kojiro deu graças que se tratava de um jutsu de rank baixo, usado em força mínima, caso contrário, poderia ter sido feio. Ajeitou-se outra vez e mostrou o polegar para o clone, insinuando-o a fazer novamente. Outra esfera foi lançada, dessa vez, "rebatida". O espelho d'água havia sido criado e de dentro dele, outro Kojiro-clone surgiu, lançando uma Teppodama, ambas chocaram-se no ar, espalhando água para todos os lados. Em seguida, ambos os clones desfizeram-se.

Jutsu aprendido:

     Ainda tinha energia para continuar ali, antes de acabar seus treinos. Para o próximo, precisaria de algumas coisas, algum auxílio. Era um jutsu bastante conhecido, assim como bem difícil de ser feito. Era necessário passar por algumas etapas de um treinamento específico para se ter domínio sobre aquela técnica. Em teoria, era algo simples. Teria de concentrar uma quantia de chakra na palma de sua mão, fazê-lo rotacionar aleatoriamente para todas as direções, de forma que o chakra molde uma espécie de esfera. Provavelmente já se tornou óbvio qual jutsu seria esse: sim, se tratava do Rasengan. Fez uma lista mentalmente: seguindo o padrão, precisaria de várias bexigas, água e bolas de borracha. Ok, água ele tinha o suficiente ali no lago, um item a menos. Saiu dali, indo em direção a Kiri, iria comprar tais utensílios. Voltou após alguns minutos, tinha um saco cheio de bexigas, porém, nenhuma bola de borracha, não havia encontrado isso em lugar algum. Ótimo, de duas, uma: ou ele não conseguiria, ou seria muito mais difícil do que deveria ser. Encheu metade daquelas bexigas com ar e a outra, com água do lago. Se alguém olhasse para aquele local, provavelmente pensaria que se tratava de uma festa de criança no meio do mato. Claro, sem aniversariante nem convidados. Muito menos criança. Lembrava-se da teoria da primeira etapa, concentrar o chakra na bexiga d'água e fazer com que a água ali dentro rotacionasse para todas as direções, sem estourar.
     Resultado? Um tanto quanto muito óbvio. Kojiro encharcado, vários restos de balões no chão e muitos outros ainda inteiros. Não havia obtido sucesso até agora. A não ser sucesso parcial, que seria a bexiga se mexendo como louca e então estourar em frente a sua cara. Estava começando a ficar com raiva, tentar por muito tempo não era exatamente algo que ele gostava de fazer frequentemente. Por outro lado, não iria desistir, ainda haviam vários balões ali. Ou melhor, balões d'água tinham apenas quatro, precisaria se concentrar o dobro se quisesse sair dali vitorioso. Segurou o balão em sua mão e concentrou o chakra, demorou um pouco mais, porém, por duas vezes consecutivas falhou. Balões d'água restantes: dois. Pegou o penúltimo, concentrou o chakra, fazendo-o fluir lentamente para o balão, que começou a tremer e chacoalhar, sem estourar, parecia estar dando certo. Ficou algum tempo dessa maneira e, dessa vez, não estourou. Jogou o balão para cima, sem motivo algum, estava realmente feliz de ter conseguido. Agora era hora da terceira etapa, já que a segunda se tratava de bola de borracha e, graças ao destino, não conseguiu nenhuma. Teria de concentrar o chakra na bexiga vazia, sem estoura-la, mesma teoria do balão d'água, porém, com dificuldade superior.
     Tentou várias e várias vezes. Muitos balões estourados no chão, depois iria limpar tudo aquilo, obviamente. Toda vez que concentrava o chakra na bexiga, estourava rapidamente. Era realmente mais complicado. Vez ou outra, estourava a bexiga por aperta-la, de angústia, nada a ver com chakra. Não poderia ter escolhido algo mais simples? Treinar lançamento de kunais, algo do tipo, talvez fosse mais fácil. Ou melhor, talvez não, era mais fácil. Pegou outra bexiga e começou a rotacionar o chakra dentro dela, demorou um pouco mais, porém, teve o mesmo destino de todas as outras: em pedaços no chão. Não iria desistir, afinal, já estava ali. Tentou mais e mais vezes, até que, finalmente, não havia estourado, a bexiga girava em sua mão sem explodir. Decidiu então, criar uma quarta etapa, iria treinar o jutsu em si. Estourou a bexiga em sua mão apertando-a e, com o auxílio de sua mão esquerda, rotacionou a massa de chakra concentrado na palma de sua mão direita. Aquilo foi tomando uma forma esférica, até que era algo bonito. Disparou em direção ao muro de pedra que estava em pé na sua frente, chocando o rasengan contra ele. Uma marca arredondada foi feita, até que era profundo, tendo em vista que essa era sua primeira utilização. Continuou ali por um certo tempo, repetindo e aperfeiçoando essa técnica, iria deixa-la "perfeita", ou quase isso. Rumou para fora dali após algumas horas, exausto e faminto.
 
 
 

Jutsu aprendido:

     Clima ameno, névoa densa, pessoas transitando de um lado para o outro e comércio fluindo, era essa a descrição de Kirigakure no Sato aquele momento, uma vila, outrora conhecida como Vila da Névoa Sangrenta, o nome, provavelmente ja diz como era esse local antigamente. Bem diferente do atual. Kojiro estava andando a passos firmes e lentos, passava mais tempo fora, na beira do lago do que dentro da vila. Podia-se dizer que ele estava apreciando o local. Seus olhos espertos percorriam todo e qualquer local possível de se ver, enquanto corria e saltava por sobre as construções, casas e prédios. Realmente gostava de ficar ali, fazendo nada e observando a movimentação, por outro lado, não iria aprender jutsus novos por osmose, teria de suar para conseguir isso. Partiu em direção ao habitual lago de sempre, iria tentar coisas novas, iria aprender jutsus diferentes.
     Diferente do que sempre fizera, dessa vez foi com sua bolsa de armamentos, estava tudo ali. Chegou ao local, com uma Fuuma Shuriken em sua mão direita. Fincou-a no chão, de modo que pudesse ficar com suas mãos livres. Estava tentando lembrar-se daquele jutsu, havia lido ou escutado sobre ele muito tempo atrás, nunca lhe parecera algo muito forte, porém, quem é capaz de julgar num mundo como esse? Seja pessoas, objetos ou técnicas, julgamento precipitado é sempre algo errôneo. Retirou uma shuriken comum e lançou-a em direção a uma árvore próxima, quase que simultaneamente, levantou a mão em um rápido selo, duplicando o objeto ainda no ar, fazendo com que duas shurikens acertassem aquela árvore. Com algo pequeno parecia ser fácil, iria tentar aumentar a dificuldade. Guardou a shuriken lançada de volta na bolsa, retirando a Fuuma Shuriken do chão. Concentrou-se um pouco antes de agir, com os olhos fechados. Girou no ar, lançando a shuriken ao ficar novamente de frente para a árvore, repetiu o mesmo selo e logo em seguida, outra fuuma shuriken apareceu em baixo da primeira, fincando ambas no tronco grosso logo a frente. Um sorriso sincero nasceu em sua face, realmente havia sido mais complicado na segunda tentativa, porém, nada impossível.
 
 

Jutsu aprendido:

 
 
     Retirou a Fuuma Shuriken fincada na árvore e guardou-a novamente. Vestia seu habitual conjunto de coloração azul escura, quase preto: uma blusa de mangas compridas e uma calça. Seu suposto protetor de testa, estava amarrado em seu braço esquerdo, na região do bíceps e tríceps. Estava agora encostado no muro de pedra de outro dia, com os braços cruzados. Seus olhos rubros estavam fixos no lago, mais precisamente no fundo dele, onde uma enorme rocha esverdeada estava alocada, colocada ali, no mesmo dia do muro atrás dele. Hoje o lago estava um pouco mais agitado, os peixes ali disputavam os pedacinhos de lanche jogados pelo garoto aleatoriamente pela superfície da água. Ao menos ali, não haviam predadores, alguns peixes ficariam sem comer naquele momento, mas não morreria por ser alimento do outro. Balançou a cabeça de um lado para o outro rapidamente, por que diabos estava pensando sobre presas e predadores? Não fazia sentido algum. Sorriu com o canto dos lábios, saltando por cima do muro, caindo do outro lado.
     A próxima técnica era algo como um mix entre taijutsu e ninjutsu. Claro, se enquadrava apenas na segunda parte, mas era basicamente um soco. Muito mais poderoso que um soco comum. Fechou o punho direito, com força, de forma que as juntas de seus dedos tornassem esbranquiçadas. Desferiu um rápido soco na árvore a sua frente (sim, a mesma das shurikens anteriores), cravando sua mão no tronco, não funcionou como queria, sua mão estava agora sangrando, ele sabia o risco que estava correndo. Saltou para trás, segunda tentativa. Concentrou-se, fazendo o chakra fluir de forma um pouco mais rápida, fechou o punho e correu em direção a árvore novamente, o chakra ao redor de sua mão e antebraço tomou forma e solidificou-se, tornando-se rocha pura. O soco atingiu o alvo, estraçalhando aquele local, a árvore já não tinha mais base e chocou-se contra o chão. Claro, Kojiro saltou para o lado, saindo da área de impacto, não estava em seus planos ser esmagado, ao menos, ainda não. Desfez o jutsu, afastando-se um pouco dali, indo em direção a outra margem do lago, onde havia mais pedregulhos do que somente árvores.
 
 

Jutsu aprendido:

 
 
     Ainda não havia finalizado a sessão de treinos, aguentaria ao menos mais um jutsu antes de descansar e, obviamente, comer. Estava sentado sobre uma grande rocha, jogando pequenas pedras lisas no lago, tentando fazê-las rebater o máximo de vezes possíveis, era divertido, em tempos de tédio. Estava com preguiça de levantar-se e tentar aprender mais algo, aquilo que estava fazendo parecia mais atraente. Ao contrário do que fizera mais cedo, jogando lanches, os peixes fugiam da área de impacto das pedras, aqueles animaizinhos até que pareciam ter alguma inteligência. Levantou-se demoradamente, sem pressa alguma. Caminhou ao redor do lago, dando algumas voltas nele. Saltou novamente sobre as rochas, retornando ao local inicial, iria parar de besteira e focar-se no que deveria fazer.
     Concentrou uma boa quantia de chakra, tinha os selos memorizados em sua mente, havia gravado todos eles recentemente, antes de sair de sua casa. Repetiu-os, sem sucesso algum, nada havia acontecido. Já estava um tanto acostumado com esse resultado em suas primeiras tentativas, não era frustrante, muito pelo contrário, o fato de ele não conseguir "de primeira", significava que era algo, provavelmente difícil e que, se ele conseguisse, seria por seu esforço. Abriu um sorriso pequeno, seus pensamentos sempre o motivavam, de alguma forma. Repetiu o mesmo processo, concentrando o chakra outra vez. Novamente, fez os selos de mão necessários, de forma um pouco mais devagar, prestando atenção nos detalhes e em algum possível erro. No momento em que o último selo fora atuado, duas grandes rochas levantaram-se do solo, uma indo diretamente de encontro a outra, e, ao encontrarem-se, formaram uma espécie de cúpula, uma grande rocha redonda, feita pelo encontro de suas duas metades. O objetivo daquela técnica é esmagar alguém ou algo ali dentro, provavelmente teria dado certo, porém, não tinha uma cobaia naquele momento. E era melhor assim, não queria matar ninguém, ao menos não agora, nem mesmo que fosse um de seus Mizu Bunshins.
 
 

Jutsu aprendido:

     Descansado, revigorado, alimentado e recém acordado, esse era o estado em que Senju Kojiro, chunnin de Kirigakure no Sato, se encontrava no momento. Ainda tinha alguns lanches em sua mochila, guardou-os para mais tarde, sempre mantinha uma reserva, caso necessário. Mantinha-se sentado no gramado, rente ao lago. Segurava uma kunai em sua mão direita e, com ela, desenhava e escrevia coisas aleatórias marcando o solo com a ponta da lâmina. Algo que ele havia pensado alguns dias atrás, tornara-se realidade. Desde que descobrira ter também o elemento Doton, aquele local estava se remodelando, várias rochas haviam sido levantadas, outras jogadas, algumas marcas estavam espalhadas por todo aquele lugar. E não iria parar por ai. Levantou-se de súbito, seus olhos rubros estavam sérios, combinando com todo o resto de seu semblante, tudo isso tinha uma razão. O garoto não era o melhor em memorizar selos de mão, ainda mais logo na primeira vez que iria tentar algo novo. O novo jutsu se tratava do Suiryudan no Jutsu, uma técnica onde um dragão inteiramente de chakra e água é criado, avançando velozmente na direção do oponente, porém, o problema estava nos selos: um dos jutsus, se não o, com a maior quantia de selos que havia.
     Não tinha tempo para reclamar, nem sequer para pensar em reclamações. Tendo em vista a dificuldade dessa técnica, quanto antes começasse a praticar, mais cedo aprenderia a utilizá-lo de forma perfeita. Juntou as mãos em selos e mais selos, de começo, fazia lentamente, procurando erros e corrigindo-os. Tinha gravado em sua mente todos eles, porém, vez ou outra trocava alguns, deixando-os fora de ordem. Repetiu o mesmo processo, inúmeras vezes. Ok, talvez isso possa soar exagerado, não foram tantas vezes, mas foram muitas. Incansavelmente, repetia tentativa após tentativa, sempre concentrando seu chakra, deixando-o fluir para fora. Vez ou outra, a água do lago atrás dele borbulhava, levantava alguns centímetros, mas logo caía outra vez. Fechou os olhos, inspirando e exalando o ar profundamente, deixou que seu chakra fluísse naturalmente. Aquela quantia de selos realmente era um problema, apesar de já ter aprendido-os de forma a repeti-los rapidamente. Juntou as mãos em frente ao tórax, movimentando-as rapidamente, formando vários selos já feitos e, consequentemente, conhecidos. Ao juntar as mãos formando o último dos selos, o lago atrás dele reagiu. Uma enorme quantia da água erguia-se, tomando a forma de um dragão, era esplêndido. O dragão era enorme e, em segundos, apontou a cabeça para onde fora designado, disparando contra o solo. A explosão gerada foi grande o suficiente para empurrar Kojiro alguns metros para trás (ele estava relativamente próximo daquele local). O rapaz sorriu, vendo a água escorrendo de volta para o lago. O local atingido havia criado um buraco, um tanto quanto grande, proporcional ao tamanho e força do jutsu. Estralou os dedos das mãos de forma satisfeita.
 
 

Jutsu aprendido:

 
 
     Deu alguns saltos curtos, deixando os braços soltos e balançando a cabeça enquanto saltava, como se estivesse relaxando e ao mesmo tempo se preparando para o que estava por vir. Havia chego a beira da exaustão, somando tudo que aprendera hoje, mais todas as tentativas do último jutsu, particularmente, o mais difícil dentre todos até então. Não pelo gasto de chakra ou coisa parecida, mas sim por sua complexidade, sua enorme quantia de selos. Apesar de tudo, havia sido compensado, era uma técnica e tanto. Parou de saltar, após algumas curtas sequencias, estava aparentemente preparado. Ou achava que estava, vai saber. O que viria a seguir, seguia o mesmo princípio de outros jutsus já realizados por Kojiro. Acumular uma quantia de chakra, condensa-lo e moda-lo, transformando-o em chakra Suiton, expelindo-o logo em seguida por sua boca. Sim, pode-se dizer que é algo similar ao vômito, cuspe ou qualquer coisa assim, mas a realidade é que era completamente diferente, além de muito mais útil, sem duvida alguma. Dessa vez, era uma enorme quantidade de água, consequentemente, uma enorme massa de chakra, o trabalho seria mais pesado do que nas vezes anteriores. Claro, essa técnica pode ser feita a partir de uma fonte de água pré existente, no caso, o lago ao seu lado. Porém, nem sempre os recursos necessários estarão ali, quando precisa. Aliás, quase nunca.
     Inflou o peito, acumulando uma enorme concentração de chakra ali. Juntou as mãos em frente ao tórax mais uma vez, fazendo os poucos selos necessários. Suas bochechas inflaram-se, assim como seu peito, como se sua boca estivesse cheia de ar, ou água, como era o caso. Soprou todo o chakra, agora transformado em água, que mantinha dentro de seu corpo, para fora. A água formou uma barreira defensiva (caso algo estivesse atacando-o, o que não estava acontecendo naquele momento) de forma circular, ao redor do corpo do shinobi. Conforme Kojiro assoprava mais, a água ficava mais grossa, tornando-se ainda mais eficaz. Parou de súbito e, aos poucos, toda aquela água caiu no solo, criando uma grande poça, quase do mesmo tamanho do lago ao lado, a diferença é que essa, não possuía profundidade. A água exalada pelo rapaz escoava para o lago, aumentando seu volume natural. Provavelmente, esse jutsu seria utilizado com certa frequência, afinal, era algo realmente bem útil.
 
 

Jutsu aprendido:

     O rapaz estava ali, mais uma vez. Não havia percebido antes, algo banal, mas havia passado batido, sem que ele notasse. E se, em alguma ocasião, precisasse de ajuda e não tivesse nenhum punhado de água por perto para utilizar um mizu bunshin? É claro, ele poderia criar o punhado d'água com alguma outra técnica, mas isso gastaria uma porção a mais de chakra, algo que deve ser economizado em momentos cruciais. Havia um jutsu que sempre lhe interessara, mas nunca teve a oportunidade de testa-lo. Era exatamente como seu Mizu Bunshin, porém não se tratava de um jutsu que utiliza uma das naturezas elementais do chakra, um shinobi que ainda não descobriu a sua, poderia utiliza-lo sem problema algum. Kage Bunshin, ou clone das sombras. Uma técnica comum e ao mesmo tempo excelente, iria tentar essa.
     O local estava coberto de névoa, característica marcante de Kiri. As roupas de Kojiro já não eram as mesmas de sempre, até porque, sua camisa azul fora destruída em uma de suas missões. Estava com sua calça azul escuro (quase preto) e uma camisa branca comum. Chegou na beira do lago, aquele local lhe trazia certa paz. Não que estivesse precisando de paz, ele apenas gostava do local. Retirou os sapatos, jogando-os para trás, em algum lugar, se preocuparia em encontra-los mais tarde. Entrou no lago, deixando apenas os pés sob a água, a sensação era aconchegante, reconfortante. Juntou as mãos em frente ao tórax, formando um selo. Permaneceu ali parado por algum tempo, tempo suficiente para concentrar o chakra de forma correta. Deixou que seu chakra seguisse o fluxo natural, circulando por todo seu corpo. - Kage bunshin no jutsu. - Disse em um tom baixo, algo como um sussurro um pouco mais alto. Dizia para si mesmo, até porque, não havia ninguém que pudesse escuta-lo ali. Uma fumaça se fez ao seu lado, algo parecido com uma explosão de porte pequeno, claro, sem a explosão e seus danos, apenas a fumaça. Dentro dela, havia uma cópia perfeita de Kojiro, olhando para o original com um ar de aprovação. Havia dado certo, completamente certo.
 
 

Jutsu aprendido:

 
 
     Para a próxima técnica, precisaria de ajuda externa, ou seja, alguém. E ainda tinha mais, não poderia ser qualquer um, teria de ser alguém hábil quando o assunto é genjutsu. Saiu dali, indo de volta para a vila, sua área de treinos era relativamente afastada de Kiri. Não sabia por onde começar, não conhecia quase ninguém naquele local, a maioria das pessoas que conversava eram donos de lojas e conveniências, sendo grande parte delas, lojas de doces. Resolveu ir até a academia onde uma vez fora estudante, talvez pudesse encontrar alguém que o ajudasse por ali. Vasculhou todos os corredores e salas, o local estava vazio. De três, uma: ou era feriado, ou todos saíram em algum tipo de excursão, ou morreram todos. Iria tentar a sorte em outro local, só tinha um problema, ainda não sabia onde. Andou sem pressa até a entrada (que também é saída) da academia ninja, dessa vez, havia alguém ali que não estava momentos antes. Parou ao lado, um pouco atrás, da pessoa encapuzada que ali estava. - Hm, poderia me ajudar em algo? - Indagou em um tom normal. - Pois não? - Respondeu a mulher. Sim, era uma mulher. Kojiro descobriu isso quando viu seu rosto sob o capuz, era até que bonito, diga-se de passagem. - Por acaso você é boa em genjutsus? - Direto ao ponto, esse era seu estilo. Não gostava de enrolações, muito menos de ser enrolado. Esboçava um sorriso envergonhado em sua face, não conhecia a mulher, mas precisava de ajuda. - Digamos que eu seja, em que poderia ser útil? - Respondeu ela, gentilmente. - Poderia me deixar sob efeito de um? De baixo nível, por favor. Estou treinando um jutsu novo.
     Mal teve tempo de piscar. Parecia estar tudo normal, estava em frente a academia, a kunoichi ainda estava em frente a ele, mas algo estava diferente. As cores. Tudo parecia estar sobre o efeito negativo, vários tons de roxos e azuis, inclusive ele mesmo. Não estava sofrendo, tomando algum tipo de dano. Aparentemente ela havia usado um genjutsu de baixo nível como ele havia pedido. Kojiro juntou as duas mãos, como se estivesse batendo uma palma. Já havia treinado o processo várias vezes antes de deixar seu campo de treinos, mas em nenhuma delas estava sob real efeito de um genjutsu, era por isso que precisava tanto de ajuda, precisava praticar sem estar em sua zona de conforto. O que deveria fazer a seguir, era simples, em teoria: parar o fluxo de chakra e redireciona-lo de uma vez, para quebrar o efeito de ilusão. Mantinha os olhos fechados e a palma de uma mão em contato com a da outra. Subitamente o fluxo de chakra do rapaz foi cortado e redirecionado de uma só vez para o outro lado (não o lado em que o chakra corria). Podia-se comparar com redirecionar a correnteza de um rio, era mais ou menos a mesma coisa. Quando abriu os olhos, estava de volta ao "mundo real".
 
 

Jutsu aprendido:

 
 
     Estava de volta em sua "segunda casa", ou seja, o lago. Só percebeu que havia andado descalço de volta para a vila e retornado para o local, quando viu seus sapatos jogados no solo, ao lado de algumas árvores pequenas que ali haviam. Riu sozinho de sua falta de atenção, seus pés provavelmente estavam um tanto quanto sujos nesse momento. Direcionou-se mais uma vez para o lago, entrando até que a água batesse em sua cintura e não apenas nos pés, como fizera pouco tempo atrás. Kojiro realmente possuía algum tipo de afinidade com o elemento água. Não pelo fato de ser jinchuuriki de Sanbi, ou melhor, Isobu, o bijuu usuário de suiton, mas antes mesmo disso. Não sabia explicar, apenas se sentia mais seguro se tivesse uma porção de água por perto, nem que fosse mínima. Saiu dali, indo para a margem, por mais que se sentisse em casa usando suiton, a próxima técnica se tratava de doton. Podia ser usado em qualquer situação, qualquer mesmo. Defesa, ataque, movimentação, surpresa, o que viesse em sua mente, provavelmente combinaria com esse jutsu. Em tese, ao utilizar-se dessa técnica, o usuário entra na terra e aparece no local desejado, algo como uma toupeira. Kojiro nunca havia visto um animal desses, mas sabia que existia e também sabia o que faziam. Ou achava que sabia.
     Como era seu costume antes de treinar qualquer coisa nova pela primeira vez, concentrou seu chakra, uma boa quantidade, deixando-o fluir e seguir seu ritmo natural. De certa forma, similar a um jutsu suiton que já havia aprendido (Mizugakure no Jutsu), porém ao invés de água, era no solo. Kojiro entrou na terra, saindo alguns metros a frente, em uma velocidade surpreendente, talvez, mais rápido que um shunshin, não sabia, teria de fazer um teste de comparação. Saltou de dentro do solo no momento em que surgiu no local alvo, caindo sobre o mesmo. Ao que tudo indica, havia dado certo, outro sucesso. Sorriu orgulhoso de si mesmo.
 
 

Jutsu aprendido:

     Não havia pernoitado ali, preferiu dormir em sua casa, no aconchego de sua cama e cobertor. Convenhamos, é muito melhor do que dormir ali na grama. Acordou relativamente cedo, por volta do meio dia (para ele, esse horário é bem cedo), em sua mente, tudo o que iria fazer naquele dia já estava pré programado: iria comer, dormir um pouco mais, comer outra vez e então sair para treinar novos jutsus. Após acordar pela segunda vez, criou coragem e levantou-se da cama, puxando uma gaveta da escrivaninha para pegar uns dois ou três doces. Vestiu sua roupa habitual e saiu dali, indo direto para o lago onde costuma realizar seus treinos semanais. Pirulito entre os dentes, mãos dentro dos bolsos da calça um caminhar tranquilo, era exatamente assim que as pessoas o viam naquele momento. Não foi como todas as outras vezes, saltando pelas casas e construções, passando por cima dos muros da vila, preferiu o caminho que pessoas normais, vulgo humanos, fazem. Passou pela entrada/saída da vila e rumou pela estrada até o local mais próximo do lago, visto que o mesmo situava-se em meio a uma mata fechada, sem acesso pela estrada. Finalmente chegou ao local, depois de uma hora e meia, duas horas de caminhada. O caminho tradicional requeria mais tempo, coisa que ele não precisava economizar no momento.
     Horas haviam se passado desde que chegara ali. Já havia tentado por várias vezes o jutsu novo, falhando em todas elas. As palmas de suas mãos já estavam avermelhadas e esfoladas de tanto chocarem-se contra o solo. Já o chão, no local em que as mãos de Kojiro batiam, estava sem grama e um pouco mais macio que o restante, pelo tanto de vezes que fora "apunhalado". Pequenos cortes começavam a surgir nos locais já esfolados em suas mãos graças às várias novas tentativas. Já havia aprendido alguns poucos jutsus de rank A, mas esse, particularmente, estava mais complicado. E também mais irritante. Parou por um momento, retomando a concentração, tanto mental quanto de chakra. Repetiu todo o processo de selos de mão, ajoelhou-se e bateu suas mãos contra o solo mais uma vez, tudo isso em questão de segundos. Em vários pontos distintos do solo surgiram "presas de água", parecidos com pontas de lanças. Essas presas avançaram, surgindo tanto na direita quanto na esquerda, indo até seu alvo, uma pedra de porte pequeno alguns metros a sua frente. No momento do impacto, as presas simplesmente pararam de surgir, algo estava errado. Além disso, ele estava exausto, resolveu dar uma pequena folga a si mesmo. Sentou-se na base de uma árvore, fechou os olhos e cochilou por alguns minutos.
     Apesar de estar cochilando, estava praticamente acordado, seus sentidos funcionavam em perfeito estado. Ouviu um barulho ali perto e levantou-se em um salto, assustado. Era apenas um coelho, tão assustado quanto ele. Sorriu e voltou ao lugar onde o solo estava sem grama e com manchas de sangue. Não havia percebido até então, suas mãos estavam com vários cortes, devido às várias pancadas no solo. Não iria parar por essa bobagem. Pegou um pedaço de pano fino de dentro de sua bolsa, não era exatamente uma atadura, mas servia tão bem quanto. Enrolou-o em ambas as mãos, quase como luvas e voltou ao treino. Concentrou-se, repetiu a sessão de selos de forma tão rápida que nem ele mesmo pode perceber, ajoelhou-se e bateu suas mãos no solo. O "caminho de presas d'água" se formou outra vez, mais rápido, com mais força e precisão. Dessa vez chegou até a rocha e destruiu-a em vários pedaços menores, bem menores. Finalmente havia conseguido, e aquela dor nas mãos era prova disso.
 
 

Jutsu aprendido:

 
 
     Não iria partir para o próximo sem descanso, como pensara em fazer. Apesar de ser algo como um "troféu" de sua experiência anterior, os cortes em sua mão doíam e sangravam, graças a isso, precisava ser tratado. Não que fosse algo grave, mas colocar um pedaço de pano sobre aquilo e dizer "ta tudo bem agora", não era a melhor coisa a se fazer. Retornou para Kiri, a seu modo, pelas árvores, por cima dos muros, casas e construções, não queria pegar a estrada e ganhar uma hora a mais outra vez. Aquilo era uma viagem bate-e-volta, chegou em sua casa, retirou os panos e jogou-os no lixo, passou um tipo de pomada que achou ali em cima dos cortes e ralados, pegou uma bandagem (dessa vez, era uma bandagem de verdade) e enrolou-a em ambas as mãos, da mesma forma feita anteriormente. Saiu da casa e retornou para o lago, pelo mesmo caminho feito para voltar para a vila, isso, o que economizava algumas horas. Pronto, agora ele estava quase preparado. Colocou a mochila que havia trazido consigo no chão e retirou alguns lanches, nada muito chique ou complicado, coisa fácil de fazer e rápido de se comer. E foi o que ele fez, comeu, sentado em cima de uma árvore, era seu momento de descanso. Um momento precioso.
     Ok, agora podia-se dizer que ele estava preparado. Saltou novamente para o solo, juntou as mãos em um selo, realizando um Kage Bunshin no Jutsu. Estava treinando uma técnica recém aprendida, além de aprender uma nova, ótimo. Na realidade, ele não precisava de uma ajuda "humana", podia ser feito com uma rocha, uma árvore, mas preferiu assim. Já tinha em mente o que deveria ser feito a seguir. Concentrou seu chakra, fazendo-o fluir diretamente para sua mão, disparou na direção do clone em uma investida, atingindo o peito do mesmo. Não estava desferindo um soco, como era acostumado a fazer, nunca havia batido em alguém usando a palma da mão e, aquela, provavelmente não era a melhor hora, devido a todos os seus machucados naquela região. Era similar ao estilo dos Hyuugas, lutas usando as palmas das mãos. No momento em que sua mão chocou-se contra o corpo do adversário, uma onda de água surgiu entre a mão e o corpo, empurrando o segundo, para longe, além de causar múltiplos danos tanto no impacto quanto no trajeto. No meio do caminho o bunshin se desfez em fumaça e a onda chocou-se contra uma rocha sozinha, molhando tudo ao redor. Havia funcionado. "Por essa semana chega", era a única coisa que passava na mente do rapaz naquele momento. Abriu outro pirulito, colocou-o na boca e rumou de volta para Kiri, para algumas boas horas de sono.
 
 

Jutsu aprendido: