Entardecer chuvoso.

ㅤㅤAmegakure era nostálgico, não importa para onde olhasse não era capaz de observar cores, ou elas simplesmente desapareciam perante seu olhar? Acostumou-se com a chuva que sempre molhavam suas madeixas a cada dia que resolvia sair sem qualquer proteção, não se incomodava, era como se aquelas gotas estivessem partindo dela, como se o céu da vila chorasse tudo o que guardava dentro do coração, oculto.

Era comum vagar, parecia perder-se em seus próprios pensamentos e para a garota alguma coisa não estava certa, era como se algo não se encaixasse, como se tudo fosse um imenso quebra cabeça e Ellarien não fosse a peça certa, não naquele lugar, não naquele momento, suspirou, a franja colando na testa e o vento golpeando seu rosto, deveria procurar abrigo, mas para que? Afinal já estava molhada mesmo.
Ergueu a cabeça e alguma coisa a trouxe de volta.  

─ O-onde estou? ─ Murmurou com uma expressão de incredulidade no olhar, quanto tempo havia caminhado sem rumo? Notou olhares observando-a por frestas, janelas se fechando, um arrepio percorreu sua espinha, para onde deveria ir?

Pimentão? Acerola? Tomate?

Minutos se passaram e o garoto fora aprovado em seu teste Chunnin, então, ele já era capaz de realizar técnicas um pouco mais poderosas. Quando viu que seu avaliador saiu do local, ele também resolveu fazer o mesmo. Saiu dali, indo às ruas chuvosas de Amegakure. Aquela linda chuva fazia com que todos que passavam ali, tivessem pequenas lembranças de seu passado. Até mesmo o Chunnin teve algumas lembranças de sua mãe e de seu pai. Logo lembrou que aquilo só passava de um passado tão longe quanto o seu futuro. Ele parou de pensar nisso e então começou a dar passos maiores, segundos depois ele havia chegado a uma das ruas principais da vila, ela não era batizada de rua, e sim de favela. No meio daquele mutuo de becos e casas, Attsuya finalmente havia avistado uma bela garota, então, resolveu se aproximar. Quando chegou o mais perto possível da garota, começou a dizer: - Olá, poderia me dizer qual seu nome? –Assim como todo homem, o garoto havia ficado com vergonha e avermelhado, parecia que sua língua havia sido comida por um gato, mas ele só estava sentindo um pouco de vergonha.

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Considerações:
* Todo movimento cujo a velocidade não foi citada no próprio post, em um número especifico é claro, foi realizado em minha máxima velocidade. (5 m/s)
* Todos os movimentos são tentativas, todas as afirmações são apenas para fins narrativos.
* Att veste uma blusa amarela de mangas longas e uma calça jeans azul com algumas bolinhas preta. Imagem 1 Imagem 2

thanks juuub's @ cp @Edited By Attsuya!  

ㅤㅤAs pessoas pareciam querer viver em seu próprio mundinho e não se preocupar com problemas alheios e daí se ela estava perdida? Resolveu dar meia volta, afinal havia vindo de algum lugar naquela direção, quando girou sob os calcanhares os olhos verdes ganharam uma expressão de susto, o rapaz era bem mais alto que ela e o rosto ganhava tons avermelhados.

O-oi. ─  Proferiu sem entender, quase esbarrou no estranho sem querer e mesmo em meio aquele pequeno encontro inesperado o rapaz falou sem qualquer cerimônia.  ─ Ah... ─ Ellarien o observou, não sabia se era seguro caminhar por aquele lugar e falar com quem mal conhecida, mas olhando bem o mesmo carregava a bandana de Amegakure o que lhe deu confiança para continuar a conversa. ─ Eu me chamo Ellarien. ─ Disse quase em um sussurro mordendo o lábio inferior.  ─ E você? ─ Falou erguendo o olhar esmeraldino na intenção de encara-lo.

Um gesto e mil palavras

-Ellarien? Que nome bonito. –Falava o garoto enquanto passava a mão em seus cabelos. O nome da garota era um belo nome, será que ela era uma pessoa tão boa quanto seu nome? Tudo iria se provar em acontecimentos. Novamente ela voltou a falar. –E você? –O garoto não demorou muito tempo e então respondeu: -Meu nome é Att. Oque está fazendo nas ruas numa hora dessas? –Perguntava o garoto enquanto direcionava suas palavras para a garota. Graças a capa que o garoto usava, não era possível se molhar, então ele retirou a capa e colocou sobre os ombros da garota. Aquele havia sido um gesto de cavalheirismo, mas ele não sabia se ela gosta de homens assim. Novamente disse o garoto. –Podemos conversar em um lugar mais apropriado? Tipo um restaurante ou coisa do tipo? –Falava o garoto enquanto matinha a sua confiança.

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ㅤㅤ─ Bonito? ─ Os olhos verdes pareceram perder-se em pensamentos, porque ela sentia aquela sensação no peito? Aquele nome ao mesmo tempo tão familiar dito por outros parecia que não pertencia a ela. Foi tirada de seus devaneios novamente pela voz do rapaz.

─ Att? ─ Pronunciou o nome lentamente, algo fácil de lembrar, ela havia gostado e quando o mesmo a indagou com relação a sua caminhada ela observou o céu, já estava escurecendo e a garota nem mesmo se deu conta disso. Ainda observava o céu que se tornava alaranjado conforme o sol desaparecia ao longe no horizonte e quase deu um pulo para trás quando sentiu o rapaz, agora conhecido, envolve-la com a proteção que outrora usava. – Mas eu já estou molhada, não precisa. – Quis dizer, mas isso seria falta de consideração para com o mesmo, afinal era uma gentileza que poucos tinham capacidade de realizar. ─ Obrigada. ─ Achou melhor agradecer.

─ Ahn... ─ Novamente mordeu o lábio inferior e baixou a cabeça, a franja cobriu seus olhos enquanto a mesma enrolava o dedo em uma mecha de cabelo. ─ Eu não tenho dinheiro. ─ Disse envergonhada, mas era a verdade, sua intenção era apenas um breve passeio e não se perder por aí. ─ Desculpe. ─ Falou em um murmuro baixo.

Oque você irá fazer?

Quando a garota se perguntou que seu nome era bonito, Att apenas concordou com sua cabeça e continuou a conversa com a garota. Ela era uma como outra qualquer, mas Att sentia uma coisa especial dentro dela. Segundos depois que o garoto colocou o jaleco negro sobre a garota, ela agradeceu. Quando o garoto perguntou se ela queria ir em algum restaurante ela disse que não tinha dinheiro, então o garoto preferiu ficar ali mesmo. Em meio a chuva os lábios tocavam um ao outro e surgiam as palavras: -Então oque podemos fazer agora? –Dizia o garoto enquanto pensava em suas próximas ações.

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ㅤㅤObservou ao redor, o que ambos poderiam fazer? Não sabia bem como agir, jamais conseguiu interagir por tanto tempo com alguém. ─ Ah, ali. ─ Apontou para um puxadinho de lona preta que os protegeria da chuva, apesar de ambos já estarem molhados, mas poderiam sentar nos banquinhos e conversarem.

Ella começou a caminhar para o lugar ao qual havia apontado, mas uma coisa surgiu em sua cabeça, conversaria sobre o que? – E se ele perguntar sobre o meu passado? – Pensou mordendo a ponta do polegar parando embaixo da lona, a chuva não a alcançava mais, as gotas pingando na proteção ecoavam de forma suave e ela ficou ali parada ainda pensando o que falaria ou como explicaria quem realmente era ela.  

I wanna make you feel wanted!

Conforme o tempo se passava, era possível se falar um pouco de tudo. Att estranhou quando Ellarien começou a observar ao redor, ele não sabia oque ela procurava, mas segundos depois foi possível saber. Ela apontou para um puxadinho de lona preta que iria os proteger da chuva, apesar de ambos estarem molhados. Ella começou a caminhar para o lugar ao qual havia apontado, quando ela já estava um pouco na frente, Att decidiu correr para não ficar para trás. Em um estante eles já estavam andando no mesmo ritmo. Naquele momento Att se sentia curioso, pois não sabia oque passava na mente da bela garota. Logo eles chegaram ao local indicado. O garoto já havia decidido do que ele iria falar primeiro iria ser o futuro, só depois ele perguntaria sobre o passado. –Ella, quais são suas metas, sonhos e objetivos? –Perguntava o garoto enquanto puxava uma cadeira para a garota se sentar. Ela se sentou e a cadeira esborrachou. Ao ver que ela já havia se sentado, o garoto também se sentou e esperou a resposta dela.

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ㅤㅤSentou-se, o rapaz de fato era cavalheiro e isso a deixou sem graça, de certa forma não sabia como agir, afinal até onde lembrava nunca teve ensinamentos sobre como se portar com as pessoas, agia por pura “intuição” e assim ia vivendo pacificamente naquela vila.

– Ah... Ela olhou para o céu apreciando a chuva alisando uma mecha de cabelo, pensativa.  – Bem, eu acho que minha meta e objetivos é me tornar alguém forte... – Baixou o olhar visualizando os pés envergonhada.  – Mas é muito difícil.

Suspirou ainda olhando para os pés.  – Sobre sonhos... – Um breve silencio se fez, não sabia o que dizer, jamais havia pensado nisso, afinal qual era seu sonho? – Eu não sei bem o que quero. – Concluiu em voz alta para o rapaz erguendo o olhar para encara-lo.  – Eu acho que você possui metas, objetivos e sonhos não tão vagos como os meus, não é? – Os lábios moveram-se em um sorriso tímido.  – Quais são? – Os olhos esmeraldinos encarava-o curiosa.

I wanna do sex!

I Wanna Do Sex

Os objetivos de Ellarien era básico, todos os ninjas tinham-no, em meio as chuvas que caiam o garoto começou a falar: -Meu objetivo é destruir Kirigakure. O tempo se passava e essas eram as últimas palavras do garoto, será que ele fez o certo, contando um dos seus segredos para aquela menina que tinha acabado de conhecer? Assim como todo ninja, o garoto mantinha sua bandana em sua cabeça.

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ㅤㅤ – Kirigakure? Kiri...? – Repetiu a palavra vagamente, o nome da vila começou a ecoar em sua mente, o ar parecia ter sido tomado de seus pulmões e ela não mais conseguia respirar, os olhos fecharam, segurou uma das mãos do garoto e a outra levou ao peito, uma dor dilacerante parecia invadi-la, o corpo inclinou-se levemente para a frente, algo dentro dela estava doendo, doendo muito e mesmo estado molhada ela sentia o suor escorrer por sua testa.

 – Está vendo? Ele não vai parar... – Ellarian murmurou de forma dolorosa. – .... Porque tem a determinação de Kiri. – Apertou com mais força a mão de Attsuya, como se tivesse medo de algo a levar dali, a dor se foi tão rápido quanto chegou, os olhos verdes abriram-se em uma expressão de espanto erguendo o corpo rapidamente e o encarando, notou que segurava a mão do rapaz e quase cai da cadeira ao solta-la, assustada. – D-d-de-desculpa. – Proferiu nervosa e com o rosto completamente vermelho.

I wanna make you feel wanted!

A garota não parava de repetir aquela palavra imunda, ela parecia ter algum familiar ou ter algum sentimento pela aquela vila, oque o garoto deveria fazer em uma situação dessas?  Alguns minutos se passaram e ela disse novamente algumas palavras, Att apenas concentrou nas palavras delas e disse: -Foram aqueles filhos da putas que exterminaram minha família. –Deu uma pausa e então continuou. –Me sinto culpado se não fizer isso. Logo em seguida o garoto sentiu um peso em seu coração, era a saudade de seus pais. Em meio aos segundos o garoto se aproximou da garota e abraçou-a, em meio ao tempo ele começou a chorar sobre os ombros dela. –E-u preciso fazer isso. –Gaguejava o garoto.

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ㅤㅤ─ Exterminaram minha família? ─ A garota o observou com olhos confusos. ─ Eu não sei... ─ Baixou o olhar. ─ Se eu tive família. ─ Findou voltando a encara-lo.

─ Não se sinta culpado por coisas assim, quero dizer... ─ Ellarien não sabia o que falar, na verdade nem sabia ao certo o que realmente sentia naquele momento ou o significado daquelas palavras e a dor que sentia no peito, mas de alguma forma para ela era como se algo estivesse faltando.

Antes mesmo que pudesse dizer qualquer outra coisa sentiu os braços do rapaz a envolve-la, a vergonha se apossou dele e não sabia como reagir aquela situação, ficou congelada com uma expressão de susto, mas logo ouviu os soluços baixos do rapaz. – Ele está chorando? O que eu faço? – Pensou, então o abraçou também acariciando as costas do mesmo. ─ Está tudo bem, Att. ─ Sussurrou. ─ No final tudo vai acabar bem... Você consegue. ─

I wanna make you feel wanted!

Os choros não paravam por ali, eles apenas escorriam pelo rosto do garoto. A garota pedia para que Att não sentisse culpa, mas ele não dava importância para aquelas palavras. Ellarien no fundo era uma garota bem bela, as palavras dela eram fracas. Embora o tempo se passava, a roupa do garoto se secava, em meio ao segundos que se passavam o garoto saia dali deixando as seguintes palavras: -Até outro, Ellarien.

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ㅤㅤAs horas passaram-se tão rápido quanto a jovem poderia imaginar e da mesma forma foi o breve lamento do rapaz, não houve mais diálogos entre ambos e em um levantar repentino ele despediu-se de Ellarien, as palavras para a mesma foram vagas e silenciosamente ela o observou partir caminhando a passos largos até sumir de vista, a garota ficou ali imaginando o que acabara de acontecer, mas não havia resposta, lembrou-se então que estava com a jaqueta do rapaz, porém era tarde demais para entregar a ele.

─ Hm... Talvez nos encontremos...   ─ Murmurou sozinha erguendo-se, não sabia exatamente para onde ir, mas voltou a sua caminhada incerta para um lugar mais incerto ainda.