Mais um dia comum na vila de Kiri, ar úmido e levemente gélido, névoa espessa e sempre presente, era deveras agradável, ao menos para Kojiro, afinal, sua vida toda fora passada ali, ele já estava para lá de acostumado. Novamente rumou em direção àquele “campo de treinos”, ele gostava de chamar aquele local assim. Não era exatamente um campo para treinamento, era apenas um espaço dentro de uma floresta, onde um lago e várias rochas se faziam presentes. Esse local já estava se tornando a segunda casa do gennin. Ou seria a primeira? Finalmente chegou ao local almejado, estava totalmente descansado e preparado, hoje o dia seria puxado. Iria aprender novos jutsus, novas técnicas. Espreguiçou-se enquanto caminhava em direção ao lago, ainda estava meio sonolento, havia dormido além do limite imposto por si mesmo. Entrou na água, não mergulhando, andava pela superfície da mesma. Já havia lido e aprendido tudo o que era necessário para as técnicas que aprenderia hoje, estava mais do que preparado. Parou do meio do lago, começando a concentrar-se. Manteve sua concentração, focando-se na superfície da água, fez com que seu chakra fluísse até a mesma, porém, como em toda primeira tentativa, nada acontecia. Relaxou por alguns minutos e novamente voltou a concentrar-se, fez seu chakra fluir mais uma vez para o lago e, dessa vez, em alguns momentos, uma névoa muito espessa começou a subir dali. Kojiro podia sentir seu chakra fundido a toda aquela neblina, era gratificante. A névoa tendia apenas a aumentar, cada vez mais, tomando mais espaço e tornando-se ainda mais espessa. Não era possível enxergar um palmo à sua frente, o jutsu estava impecável, um jutsu digno de um ninja de Kiri, Kirigakure no Jutsu.
Não iria parar por ali, ainda não havia acabado, muito menos encontrava-se satisfeito, era hora do próximo aprendizado. Fez com que toda aquela névoa se esvaísse, aos poucos. Seu próximo jutsu também não se tratava de um técnica diretamente ofensiva, assim como o primeiro, era um jutsu tático, um jutsu ideal para se usar em um ataque surpresa ou até mesmo para complementar outra técnica. O garoto estava prestes a aprender (ou tentar) o Mizugakure no Jutsu, em tese, com essa técnica, o shinobi usuário é capaz de se misturar à água, desde uma simples poça a um grande mar, tornando-se indetectável ou ao menos quase isso. Kojiro juntou suas mãos em frente a seu tórax, os dedos estavam cruzados, exceto pelo indicador e médio de ambas as mãos, que estavam esticados. Estava concentrando seu chakra, esse era um gesto muito comum entre os ninjas. Concentrou seu chakra ao redor de seus pés, também na água do lago, assim como fora feito no jutsu anterior. Sentiu o chakra em seu interior em movimento, parecia estar funcionando. De pouco em pouco, o gennin ia descendo em direção ao lago, como se estivesse em um elevador ou algo do tipo, porém, seu corpo não podia ser visto na parte de baixo da água, era como se ele estivesse se tornando a própria água, estava se misturando a ela. Deixou apenas a cabeça para fora, abriu um sorriso e então entrou de vez na água, ocultando todo seu corpo, tornando-se indetectável a olhos nus. Após alguns instantes dentro da água, voltou à superfície, da mesma forma que havia afundado, subindo aos poucos. Suas mãos ainda mantinham aquele gesto de concentração.
Iria partir para o próximo, sem descanso, sem tempo para relaxar, estava tornando-se preguiçoso, fazia muito tempo desde que viera a este local aprender sua última técnica. O próximo jutsu era um tanto quanto similar ao anterior, com suas diferenças: seu rank era maior e servia como defesa. Era bem similar também ao suika no jutsu, kekkei genkai da família Hozuki, um clã interessante, diga-se de passagem. Para este, precisaria de ajuda. Por que não ele mesmo? –
Mizu Bunshin no Jutsu! – proferiu o gennin e logo em seguida um clone feito de água se materializara ali. –
Vamos, você sabe muito bem o que fazer. – disse ele à sua cópia, enquanto preparava o mesmo gesto de concentração de chakra feito anteriormente com as duas mãos. O clone desferiu um soco no peito de Kojiro e, para sua surpresa, o soco o acertara, muito mais forte do que ele pensou que seria. –
Ouch! Sério mesmo? Está tentando me matar? Desgraçado... – vociferou o original ao clone, que apenas sorriu, levantando os ombros como se dissesse:
só estou tentando ajudar. O original recuperou-se da dor, provavelmente ficaria roxo, ok, ele iria relevar. Juntou as mãos outra vez e acenou ao clone com a cabeça, movimentando-a de cima para baixo. O clone veio rapidamente, desferiu o soco no mesmo local. O local onde o soco acertara, tornou-se líquido por um instante. Mais precisamente, tornou-se água. Logo em seguida todo seu corpo tomou a forma líquida, juntando-se ao lago. Kojiro (verdadeiro) emergiu atrás do clone, pegando-o em um mata-leão, fazendo-o desaparecer em um punhado d’água. Parecia ter dado certo, ou melhor, havia dado certo. Era estranho para o garoto mover-se em forma líquida, iria se acostumar, assim esperava. Pensou por um momento se os membros do clã Hozuki preferiam a forma líquida ou a sólida. Besteira. Talvez nunca soubesse essa resposta, afinal, nem era algo tão importante assim, apenas curiosidade. Saiu do lago, estava começando a se cansar e seu peito doía,
“bunshin maldito” pensou ele, enquanto sentava-se com suas costas apoiada em uma rocha, até enfim pegar no sono.
. . .
Acordou assustado, olhando ao redor para ver se ainda estava sozinho. Se alguém o visse dormindo ali, poderiam pensar que era um mendigo ou até mesmo um inimigo, não seria legal acordar preso, ou pior, não acordar mais. Levantou-se dali em um salto, limpando suas roupas, onde estiveram em contato com o solo e com a pedra de apoio. Alongou-se por alguns minutos, estava preguiçoso naquele momento, afinal, quem em sã consciência, acorda disposto e de bom humor? Se existisse alguém assim, definitivamente não era Kojiro. Rumou até a margem do lago, fazendo uma “conchinha” com as duas mãos, pegando a gélida água e jogando-a em sua própria cara. Isso deveria resolver o resquício de sono que ainda existia ali.
Após alguns minutos andando de um lado para o outro, perdido e sem ter o que fazer, o rapaz se lembrou o que estava fazendo ali: deveria treinar os novos jutsus que escolhera. O gennin inspirou o máximo de ar que pôde, enchendo seus pulmões em sua capacidade máxima, seu abdômen estava contraído e o tórax inflado, parecia um pássaro ou algum animal com essas características, não se lembrava muito bem qual. Levantou sua mão direita em um gesto com três dedos dobrados (mindinho, anelar e polegar) e os outros dois esticados (indicador e médio). Sentiu o chakra fluindo em seu interior, a natureza suiton fazia efeito e transformava aquilo em água, conforme Kojiro expelia para fora, em um sopro com força total. Estava jorrando pura água, em uma velocidade e força suficientemente grande para ser comparado a uma onda. Continuou a jorrar até esvaziar completamente seus pulmões, uma grande poça d’água foi criada no local alvo do garoto. Essa era uma técnica que ele, particularmente, havia gostado muito, não era como as outras, não precisava de uma fonte de água, seja ela umidade ou a própria água em seu estado líquido, a fonte daquele jutsu era seu próprio chakra, sua própria energia transformada em seu elemento.
Estava contente com os resultados obtidos no treino de hoje, os jutsus aprendidos por ele poderiam ser extremamente efetivos se usados de maneira correta. Não eram exatamente ofensivos, mas podem ser usados como, ao contrário da próxima técnica que, em essência e prática, é ofensiva por natureza: Teppōdama. Trata-se, basicamente, da mesma coisa o último jutsu, o Mizurappa, cuspir (jorrar) uma grande quantidade de água, oriunda do próprio shinobi, porém, nessa técnica, lança-se uma porção grande de água acumulada e condensada, como se fosse uma bala lançada contra o alvo. Podendo ser, muito bem utilizada, como uma técnica de assassinato. Não é um jutsu de rank alto, porém, era efetivo. Concentrou seu chakra da mesma forma utilizada anteriormente, inspirou profundamente e expirou algumas vezes, relaxando e fazendo seu pulmão acostumar-se com aquele movimento, era preciso. Na realidade, era mais que necessário. Ergueu o braço direito repetindo o mesmo gesto, com três dedos dobrados e dois esticados. Na realidade, esse gesto era exatamente o mesmo feito com as duas mãos para se manter uma concentração de chakra, porém, apenas com uma. Ele não havia percebido isso até o momento. Concentrou o chakra fazendo-o tomar a forma Elemental: o Suiton. Inspirou uma enorme quantidade de ar e, literalmente, cuspiu-o para frente. O que saiu? Nada mais que um cuspe normal, com um pouco mais de água. Ele ainda não havia conseguido. Iria tentar mais uma vez, e outra, e outra, até conseguir. Ele era persistente, sempre fora, não seria agora que deixaria algo passar assim, sem mais nem menos. Estava na hora da segunda tentativa. Levantou a mão no mesmo gesto, inspirando o máximo de ar possível naquele momento, fechou os olhos e concentrou-se no chakra que fluía dentro de seu corpo, concentrando-se também em seu elemento. Abriu os olhos e, de uma só vez, expeliu todo o conteúdo que tinha armazenado, todo o chakra moldado em Suiton. Uma grande bola d’água, rápida e pesada. A esfera colidiu-se com uma rocha mais ou menos do tamanho de Kojiro do outro lado do lago e, essa mesma rocha despedaçou-se devido ao impacto.
O rapaz encontrava-se quase que exausto, logo, resolveu retirar-se dali, precisava de um banho, de um bom prato de comida e de um sono perfeito. Dos três, o que ele mais aspirava era o sono, com certeza. O dia havia sido produtivo, não tinha do que reclamar. Voltou-se em direção à vila e saiu dali, rumando direto para sua cas
a. - Jutsus aprendidos:
Kirigakure no Jutsu (Técnica de Ocultação na Névoa)
Quem Usa: Zabuza Momochi, Hatake Kakashi, Kisame Hoshigaki, Itachi Uchiha e Mei Terumī
Primeira Aparição: Capítulo 12
Nota: Mostrado por Mei Terumi, que pode-se expelido pela boca sem a necessidade de selos manuais
Rank: D
Descrição: Esta técnica de deslocamento é uma especialidade dos ninjas de Kirigakure, onde se cria uma névoa levantando um pouco de água a partir de qualquer fonte existente ou jogando pela boca, eles entram e saem do campo de visão à vontade. A espessura da névoa é controlada pela quantidade de chakra acumulada dentro dela. Ele não pode enganar o Byakugan, mas, devido ao nevoeiro que está sendo criado com o chakra do usuário, qualquer usuário do Sharingan e do Rinnegan verá a cor do chakra do oponente espalhada na névoa, o que possibilita o usuário da técnica se esconder dos usuários de doujutsu.
Mizugakure no Jutsu (Técnica da Água Oculta)
Quem Usa: Meizu, Gōzu, Kakuzu e Kadashi
Primeira Aparição: Capítulo 9
Rank: D
Descrição: O usuário se mistura na água, para não ser detectado pelo inimigo, semelhante ao Doton: Iwagakure no Jutsu. Foi mostrado que esta técnica é útil mesmo em água tâo rasa quanto uma poça de água, como pode ser visto quando os Irmãos Demônios usaram para emboscar Tazuna e seus guarda-costas.
Mizu Kawarimi (Substituição do Estilo Água)
Quem Usa: Shizuku
Primeira Aparição: Naruto o Filme 4: A Morte de Naruto
Rank: C
Descrição: O ninja transforma seu corpo em água para desviar de ataques e pode ser mover mesmo no estado líquido, de uma maneira similar ao Suika no Jutsu.
Suiton – Mizurappa (Elemento Água - Onda de Água Selvagem)
Quem Usa: Yahiko, Nagato, Utakata e Hotaru
Primeira Aparição: Capítulo 373
Rank: C
Descrição: A Liberação de Água: Onda de Água Selvagem é uma técnica de base de Liberação de Água, que tem muitas variações. A água é jorrada da boca como uma cachoeira e afasta o inimigo lavado. Pode-se controlar livremente o poder desta técnica com a quantidade de chakra um lançamento.
Suiton – Teppōdama (Elemento Água - Tiro)
Quem Usa: Senju Tobirama e Gamabunta
Primeira Aparição: Capítulo 135
Rank: C
Descrição: O usuário molda o chakra, e converte-o em água e, em seguida, cospe-o para fora, na forma de bolas condensadas. A alta velocidade de ataque que a bola de água possui tem o poder tanto para matar como para dizimar fogo real. Embora esta seja uma técnica de Suiton, que pode ainda ser empregue um lugar onde não há água disponível, que é uma grande vantagem. Também é possível aumentar o poder de destruição das próprias esferas construindo o chakra dentro delas. O número de balas é determinada enquanto molda o chakra. Ao tirar vantagem da gravidade, as balas podem aumentar brutalmente no poder. Com um usuário do tamanho de Gamabunta, as balas podem realmente ser mais como balas de canhão, tornando-as muito mais mortal.